La policía brasileña investiga pagos ilícitos a Temer durante la década de 1990

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PF investiga se Argeplan repassou pagamentos ilícitos a Temer

A Polícia Federal teve acesso a uma nova planilha que reforça a suspeita de que uma empresa do coronel João Batista Lima tenha intermediado pagamentos ilícitos para Michel Temer na década de 1990.

O documento analisado pela Polícia Federal estava em um inquérito arquivado em 2011 pelo ministro do Supremo Marco Aurélio. A planilha traz uma tabela com parcerias realizadas e a realizar. E apresenta pagamentos a «MT», «MA» e «L». A Polícia Federal afirma que «MA» é Marcelo de Azeredo, ex-presidente da Codesp que administra o porto de Santos. «MT» é Michel Temer e «L» é coronel João Batista Lima Filho.

A planilha aponta «contratos realizados – Argeplan – porto» – empresa do coronel Lima, personagem-chave na investigação dos portos. Ele chegou a ser preso em março.

Segundo a PF, esse complemento reforça as informações de uma primeira planilha, pois indica, ainda segundo a PF, que os pagamentos apresentados nas planilhas para Temer, Marcelo de Azeredo e Lima MT, MA e Lima teriam como destino inicial a empresa Argeplan.

E a referência «todas as participações foram concedidas sem nenhum tipo de investimento por parte da Argeplan, além do cumprimento total das exigências políticas» reforça, segundo os investigadores, o entendimento que a Argeplan funcionaria como intermediária dos pagamentos». A PF diz ter mais convicção da participação do agente político no suposto esquema, “MT”, no caso Michel Temer.

Na planilha, há também o extrato do documento intitulado «posição de negócios», que trata do terminal 3435 com participação do Grupo Libra no porto de Santos, e destaca «contratos exclusivos» da Argeplan.

Na semana passada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou a favor de uma nova prorrogação do inquérito. A expectativa é de que o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no STF, decida na volta do recesso do judiciário se concede mais 60 dias para os investigadores.

A defesa de João Batista Lima afirmou que o coronel e a Argeplan negam veementemente as acusações e que não participaram de qualquer ato ilícito.

O Grupo Libra reiterou que coopera com a justiça e que seu único interesse é que a verdade seja apurada.

A defesa de Marcelo Azeredo e a assessoria do Palácio do Planalto não quiseram comentar o assunto.

O’Globo


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