Daniela Mercury critica la censura religiosa en un festival de teatro en Brasil
Daniela Mercury protesta contra proibição de peça com Jesus trans
Daniela Mercury usou seu tempo de palco durante um show realizado no último domingo (22) no Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, para protestar.
A artista se posicionou contra a proibição do prefeito Isaías Regis na exibição do espetáculo teatral ‘O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu’, protagonizado pela atriz transexual Renata Carvalho, no Centro Cultural de Garanhuns.
“Se nós tivéssemos protestos de algumas pessoas que são da religião que não compreendem a arte, que não entendem que a arte não tem dogma, que a arte é crítica social, que a arte é a reflexão sobre nos que a arte é essencialmente livre, é singular. […] Então não me venha agora com ignorância querer conceituar o que é arte e o que não é arte é ignorância absurda, o ministro Carlos Ares Brito disse que a gente esta na Idade da Mídia, mas parece que esta na Idade Média. Então censurar uma peça de teatro por questões religiosas é um absurdo e isso não pode ser permitido, a nossa constituição não deixa isso. A nossa constituição não é a bíblia”, desabafou a artista.
Daniela ainda entrou em contato com Renata Carvalho, protagonista do espetáculo, e revelou que a atriz esta bastante magoada com a censura da peça. “Falei com a Renata Carvalho no telefone e ela está muito magoada, como é que alguém tem a capacidade de oprimir uma pessoa, uma travesti, que a tantos anos eles sofrem, são massacrados, sofrem violência nesse país, da maneira como sofrem. Ela falou comigo com a voz embargada, eu senti vergonha, como os políticos fazem isso com as pessoas desse lugar, porque antes de qualquer coisa isso é desumanidade, maldade, ruindade. Desculpe meu amor pelas pessoas, eu não aceito ninguém maltratando ninguém”, contou.
A cantora e compositora baiana Daniela Mercury fez um desabafo no palco do Festival de Inverno de Garanhuns na madrugada deste domingo sobre a proibição por parte da prefeitura da execução de espetáculo teatral com "Jesus Trans" chamado: "O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO,RAINHA DO CÉU"; pedindo para o Secretário de Cultura do Estado De Pernambuco retirar a peça da programação do FIG2018. Após a negativa do secretário, o prefeito se recusou a ceder o Centro Cultural de Garanhuns para a encenação do espetáculo.Durante a transmissão ao vivo da TV Nova, Daniela Mercury soltou o verbo no palco da Praça Mestre Dominguinhos e deu a opinião dela sobre esta proibição.Assista ao vídeo e deixe sua opinião
Publicado por TV Nova en Sábado, 21 de julio de 2018
Antes de finalizar o discurso a baiana ainda afirmou que Jesus poderia sim ser trans, assim como poderia ser gay ou lésbica. “Antes de qualquer coisa maltrato não é opressão, não tem nomezinho bonitinho para quem está fazendo defesa de politicamente correto porra nenhuma, é maldade. Ela é Jesus Cristo sim! Jesus Cristo eu estou aqui, eu sou gay eu sou lésbica, e dai?”, disse Daniela que no fim tocou Tempo Perdido como protesto pela situação.
A peça ‘O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu’ também sofreu censura na capital baiana. Uma liminar da 12ª Vara Civil de Salvador, concedida pelo juiz Paulo Albiani Alves, tentou impedir que a Fundação Gregório de Mattos (FGM), administradora do Espaço Cultural da Barroquinha, fosse exibida.
Mesmo com a liminar, o público pôde conferir o espetáculo em outro endereço, no Teatro do Goethe-Institut (ICBA), no Corredor da Vitória.
Daniela Mercury protesta contra la prohibición de una obra con Jesús trans
Daniela Mercury utilizó su tiempo de escenario durante un show realizado el pasado domingo (22) en el Festival de Invierno de Garanhuns, en Pernambuco, para protestar.
La artista se posicionó contra la prohibición del alcalde Isaías Regis en la exhibición del espectáculo teatral ‘El Evangelio según Jesús, Reina del Cielo’, protagonizado por la actriz transexual Renata Carvalho, en el Centro Cultural de Garanhuns.
«Si no tuviéramos protestas de personas religiosas que no entienden el arte, que no entienden que el arte no tiene dogma, que el arte es crítica social, que el arte es la reflexión, que el arte es esencialmente libre, singular. […] No me vengan ahora con ignorancia a querer explicar lo que es arte y lo que no es arte, eso es ignorancia absurda. El ministro Carlos Ares Brito dijo que la gente está en la Edad de los Medios, pero parece que está en la Edad Media. Censurar una pieza de teatro por cuestiones religiosas es un absurdo y eso no se puede permitir, nuestra constitución no lo permite. Nuestra constitución no es la Biblia», exclamó la artista.
Daniela tuvo contacto con Renata Carvalho, protagonista del espectáculo, y reveló que la actriz esta bastante herida con la censura de la pieza. «Hablé con Renata Carvalho en el teléfono y ella está muy herida. Cómo alguien tiene la capacidad de oprimir a una travesti, que desde hace tantos años sufren, son masacradas, que en este país sufren violencia. Y de la manera como la sufren!. Ella habló conmigo, con la voz dolida. Sentí vergüenza por lo que los políticos hacen con personas como ella; porque eso es deshumanidad, maldad, ruindad. Siento amor por las personas, yo no acepto que nadie maltrate a nadie», declaró.
Antes de finalizar su discurso la bahiana afirmó que Jesús podría ser trans, así como podría ser gay o lesbiana. «Antes de cualquier cosa maltrato es opresión, no hay un nombrecito bonito para quien cree estar haciendo una defensa de algo «políticamente correcto»; no, es maldad. ¡Ella es Jesucristo sí! Jesucristo estoy aquí, yo soy gay, yo soy lesbiana, y qué?», dijo Daniela, quien al final tocó Tiempo Perdido como protesta por la situación.
La obra ‘El Evangelio según Jesús, Reina del cielo’ también sufrió censura en la capital bahiana. Una decisión del juez Paulo Albiani Alves, intentó impedir que la obra fuera exhibida por la Fundación Gregorio de Mattos (FGM), administradora del Espacio Cultural de la Barroquinha. A pesar de ello, el público pudo ver el espectáculo en el Teatro del Goethe-Institut (ICBA), en el Corredor de la Victoria.
Peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu” é cancelada no Festival de Inverno de Garanhuns
Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), decidiu cancelar a apresentação “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu” da Mostra de Teatro Alternativa do Festival de Inverno de Garanhuns de 2018, no Agreste de Pernambuco, diante da polêmica causada pela atração e da possibilidade de prejuízos das parcerias estratégicas e nobres que o viabilizam.
Através de nota, a Secretaria de Cultura e a Fundarpe informaram que o Festival de Inverno de Garanhuns foi criado para unir e divulgar as expressões culturais e não para dividir e estimular a cultura do ódio e do preconceito.
A população e líderes religiosos do município também pediram pelo cancelamento da peça de teatro através dos meios de comunicação e redes sociais.
Por meio de nota, o Governo Municipal de Garanhuns informou que, ficou satisfeito de ver que o clamor da sociedade do município em um pedido expresso de respeito à fé cristã, tenha sido ouvido pelo Governo do Estado de Pernambuco, culminando com a suspensão da apresentação do espetáculo «O Evangelho segundo Jesus – a Rainha dos Céus».
A nota diz ainda que, a Prefeitura não é contra a liberdade de expressão artística, mas sim, contra a que essa liberdade não viesse a desrespeitar nenhum símbolo sagrado de uma religião, e de todos os seguidores.
De acordo com a assessoria da Prefeitura, situações como estas ocorrem porque o Festival que é de Garanhuns, é discutido e formatado sem nenhuma participação do povo do município.
Juiz de Garanhuns nega pedido do Ministério Público para reintegrar peça que retrata Jesus trans à programação oficial do FIG 2018
O juiz Enéas Oliveira da Rocha indeferiu um pedido de tutela antecipada da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania para que a peça, O Evangelho Segundo Jesus,Rainha do Céu fosse reintegrada à grade oficial de programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns, que já entra pelo seu quarto dia.
O espetáculo foi cancelado pela Fundarpe após uma série de críticas nas redes sociais. É que grupos religiosos formados por católicos e evangélicos viram desrespeito ao culto cristão, já que a peça, estrelada pela Atriz Renata Carvalho, mostra um Jesus trans vivendo nos dias atuais partindo da ideia que Cristo vivia entre os marginalizados. Esse contexto, aliado à polêmica que a peça causou em outras cidades do país, trouxe indignação à uma parcela mais conservadora da sociedade de Garanhuns.
Personagens centrais dessa história, o prefeito Izaías Régis e o bispo de Garanhuns, Dom Paulo Jackson, tiveram o peso maior na decisão do Governo do Estado em retirar a peça do FIG. O primeiro foi à rádio no dia seguinte à divulgação da programação oficial e afirmou que solicitou o cancelamento ao Secretário de Cultura Marcelino Granja por pedido expresso da população e pelo respeito a fé cristã. Nas redes sociais, o prefeito foi ovacionado após o posicionamento, com grande parte da população apoiando seu ponto de vista. Já o bispo emitiu nota à imprensa e foi mais discreto. Disse que não iria interferir na vinda da peça para Garanhuns, mas, caso continuasse na grade do FIG, não cederia a Catedral de Santo Antônio para abrigar as apresentações de música erudita do evento, o prestigiado Virtuosi.
Como ressaltou o juiz Eneas Oliveira da Rocha em sua sentença, a discussão sobre a reinclusão ou não da peça na grade oficial do FIG perde muito da importância neste momento já que a própria atriz da peça Rainha do Céu, Renata Carvalho, tem divulgado que o evento será realizado sim em Garanhuns, mas de maneira autônoma já tendo arrecadado o dinheiro para as despesas de viagem e hospedagem ( vaquinha virtual). O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu deve ser apresentado dia 27 de julho em Garanhuns em local ainda a ser definido.
O Município de Garanhuns foi citado e intimado para os termos da presente ação, mas não tomou ciência dos referidos atos processuais. A data em que foi dada entrada no pedido de tutela antecipada na Vara da Fazenda Pública foi 16 de julho. Já o indeferimento da Justiça ocorreu no dia 20.