Tras siete días de protesta, Temer reduce el precio del combustible para poner fin a la huelga de camioneros

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Paro camionero en Brasil obligó a Temer a ceder y reducir precio del diésel

El presidente de Brasil, Michel Temer, anunció esta noche por cadena nacional que el gobierno cedió a los pedidos de los camioneros que paralizaban por séptimo día las rutas y el abastecimiento del país.

El anuncio estuvo acompañado desde varios barrios de San Pablo, Porto Alegre, Brasilia y Belo Horizonte con cacerolazos, según reportaron medios brasileños.

Temer anunció la reducción de 0,46 centavos de real (13% por ciento) del precio del gasoil durante 60 días y reajustes mensuales y no diarios en el precio a partir de agosto, contrariando la política de liberación de los valores de los combustibles aplicada por la petrolera estatal Petrobras.

«Vamos a pagar la diferencia sin causarle perjuicios a Petrobras», dijo Temer, en medio de anuncios de que sus suspensión de clases por el desabastecimiento de gasolina en los estados de Minas Gerais, Río de Janeiro, Brasilia y Curitiba.

El costo de los beneficios otorgados a los camioneros que protestaban -en su mayoría autónomos o empresarios de diverso porte- será de unos 3.000 millones de dólares en renuncias fiscales, según el ministro de Gobierno Carlos Marún,

Las ciudades brasileñas exhibían un paisaje desierto de automóviles por el desabastecimiento de combustible, que comenzó a ser regulado apenas por camiones «leales» al gobierno escoltados por vehículos de las policías locales y de las tres Fuerzas Armadas.

El acuerdo anunciado por Temer se produjo luego de una reunión con representantes de los camioneros autónomos, que se comunicaban por whatsapp con sus bases estacionadas en más de 540 rutas del país.

En su discurso, Temer acusó a los huelguistas de haber puesto en riesgo el sistema de salud.

En el Gran San Pablo, se registraron escenas violentas de personas que buscaban bidones de combustible en las pocas estaciones de servicio que aún tenían algún tipo de carburante.

Hubo robo masivo de tanques de nafta a automóviles estacionados en Osasco y en Guarulhos, Gran San Pablo

«Hemos cedido porque estamos actuando a favor de la sociedad», dijo el ministro Marún a la agencia Estado..

Más temprano, Brasilia, la ciudad de Río de Janeiro y el estado Minas Gerais habían anunciado la cancelación de las clases en escuelas primarias y secundarias, así como en las universidades, a raíz del desabastecimiento de combustibles por la huelga de los camioneros en todo el país desde el lunes pasado.

La falta de certidumbre sobre el fin de la protesta también puso en alerta a San Pablo, que evaluaba si el martes tendría combustible para proveer a su flota de automóviles y transporte público.

El alcalde de Río, Marcelo Crivella, determinó el cierre del sistema educativo, que involucra a 655.000 alumnos, a raíz de la falta de transporte para profesores y funcionarios en general.

Las universidades de Río, tanto las federales como las estatales, también anunciaron el cese de las actividades a raíz del desabastecimiento, que permite apenas el funcionamiento de 15 por ciento de la flota de colectivos.

«En Brasilia el martes veremos los stocks de nafta», dijo por su parte el gobernador de la capital federal, Rodrigo Rollembrerg.

Mientras más de 500 puntos en las carreteras de Brasil estaban bloqueadas o ocupadas por camioneros en huelga se registraban, la policía y el Ejército, por orden del presidente Michel Temer, trabajan en busca de combustibles en refinerías, escoltando a camiones.

En el estado Minas Gerais, el segundo colegio electoral del país, el gobernador y los alcaldes acordaron suspender las clases por el desbastecimiento.

La situación crítica con falta de alimentos en grandes ciudades como Salvador, Porto Alegre y Belo Horizonte, según mostraron imágenes de los medios dentro de supermercados, ganaba ribetes violentos en las pocas estaciones de servicio con algo de combustible, sea nafta, gasoil o etanol.

Imágenes viralizadas en las redes sociales mostraban peleas de personas por un bidón de combustible a precios 30 por ciento más caro que el lunes pasado, cuando estalló la crisis.

El jefe del Ejército, general Eduardo Villas Boas, aseguró que la orden es «evitar conflictos con los camioneros», mientras que el gabinete de Temer prepara una nueva oferta para congelar el precio del diesel por dos meses.

Crece en sectores políticos opositores y hasta oficialistas la presión para que el presidente de Petrobras, Pedro Parente, elimine la política de liberación de precios y ajuste diario según los precios internacionales, algo que llevó al aumento de 58% en los últimos meses del gasoil.

El Senado convocó para mañana a una reunión urgente para tratar rebajas impositivas en el flete transportado por los camioneros, que se quejan de la política de precios de Parente, ex mano derecha del ex presidente Fernando Henrique Cardoso, aliado de Temer.

Ámbito Financiero

Temer anuncia redução no diesel e preço mínimo de frete; leia íntegra do pronunciamento

Após sete dias de protesto em rodovias, cidades desabastecidas e filas quilométricas diante de postos de combustível, o presidente Michel Temer cedeu pela terceira vez aos apelos dos caminhoneiros.

Em pronunciamento no fim da noite de domingo (27), Temer anunciou uma série de concessões que, para serem cumpridas, custarão R$ 10 bilhões aos contribuintes, segundo cálculos do governo.

Após quase 12 horas de reuniões no Planalto, incluindo com representantes da categoria, ficou decidido que o preço do óleo diesel ficará congelado não mais por 15 ou 30 dias, como anunciado na semana passada. Agora, serão 60 dias, prazo menor que os 90 dias que os caminhoneiros exigiam.

Terminados os dois meses, o diesel só será reajustado a cada 30 dias.

O governo vai reduzir o preço em R$ 0,46 por litro nas refinarias e se comprometeu a fazer que este valor chegue às bombas.

Ao todo, foram divulgadas cinco medidas para atender às demandas. O Tesouro terá de ressarcir a Petrobras pelos descontos que serão concedidos e pelo congelamento do preço.

Não foi apontada a origem dos recursos, o que deve ocorrer nesta segunda-feira (28).

«Para chegar a esses R$ 0,46, o governo está assumindo sacrifícios no orçamento e honrará essa diferença de custo sem nenhum prejuízo para a Petrobras», disse Temer em um pronunciamento breve, lido e fechado a perguntas dos jornalistas.

Ao contrário do tom de sexta (25), quando endureceu o discurso contra os grevistas, desta vez o presidente buscou pacificação.

A palavra «sacrifício», por exemplo, não foi usada à toa. Ainda mais acuado, Temer procurou sensibilizar os caminhoneiros a colocarem fim à paralisação, evitando uma nova frustração e demonstrando o impacto orçamentário que as medidas terão.

Durante o domingo, houve novas rodadas de negociações com representantes da categoria —alguns deles presentes também ao acordo anunciado na quinta-feira (24).

Em seu pronunciamento, Temer disse ter assinado três medidas provisórias. A primeira delas isenta a cobrança de pedágio pelo eixo suspenso de caminhões em rodovias municipais, estaduais e federais.

O governo se comprometeu em reservar 30% do frete da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para os autônomos. No ano passado, a estatal gastou R$ 107 milhões com o frete.

A terceira MP cria uma tabela mínima para preço de frete. Esse texto será editado em substituição a um projeto que está no Senado, onde tramita de forma mais lenta. A medida tem validade imediata.

Segundo Temer, os caminhoneiros poderão planejar melhor seus custos e valores do frete. Ele ponderou que as ações foram pensadas para não desestabilizar a Petrobras.

«Não é possível criar à Petrobras uma dificuldade operacional e de recursos que retire o prestígio que recuperou nesses dois anos.»

O presidente aproveitou seu discurso para dizer que o acordo firmado pelo governo com os caminhoneiros na última quinta (24), que visava suspender as paralisações por 15 dias, continua válido.

Enfraquecido pela crise que atinge o país e seu governo, Temer usou sua fala para dizer que fez um esforço para diminuir os problemas e sofrimentos enfrentados pela população na última semana.

Em contrapartida, apelou à «responsabilidade e patriotismo» dos caminhoneiros, para o fim da greve.

«Quero manifestar a plena confiança no espírito de responsabilidade, de solidariedade e de patriotismo de cada um», disse o presidente.

Escalado para explicar melhor as medidas anunciadas por Temer, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) disse que as concessões não provocam imagem de fragilidade do governo e nem abrem espaço para pressão de outras categorias, como os petroleiros, que anunciaram greve para esta quarta-feira (30).

«Estamos concedendo o efeito [de redução dos impostos], porque zerar a Cide e o PIS/Cofins necessitaria uma substituição por outros impostos, que uma situação praticamente inexequível no momento e com a rapidez desejada. Então, optamos por produzir os efeitos da não cobrança sobre o óleo diesel», disse.

Representantes dos caminhoneiros disseram que aguardam a publicação das medidas no Diário Oficial da União desta segunda-feira para, então, começar a desmobilizar os protestos.

«Temos orientação de que, lido o Diário Oficial de amanhã [segunda], e se isso estiver contemplado, possa dar a oportunidade então de que o movimento possa reerguer», disse Carlos Alberto Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Ijuí (RS). » O que queríamos está contemplado», afirmou.

Neste domingo, lideranças sindicais disseram que foram informadas de que algumas delas foram multadas por prática de locaute —ação incentivada por empresas, o que é proibido.

Depois de abandonar a negociação na semana passada, José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros), negou no domingo ter sido multado pelo governo, mas admitiu que está sendo investigado pela prática. «Eu não levei multa, a maioria levou.»

Ele argumentou que nunca trabalhou para empresas e que sua pauta na paralisação sempre foi reduzir o preço do diesel por meio da diminuição de impostos.

Leia abaixo a íntegra da fala do presidente:

Quero me dirigir a todos os brasileiros, especialmente aos caminhoneiros que há uma semana paralisaram suas atividades. Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão de cada trabalhador do setor de cargas.

Durante toda essa semana, meu governo sempre esteve aberto ao diálogo e chegamos mesmo a assinar um acordo com lideranças do movimento. Quero aqui confirmar a validade de tudo o que já foi ajustado pelas lideranças com os meus ministros.

Nas últimas 48 horas, ao mesmo tempo em que nos dedicamos a garantir abastecimentos essenciais, seguimos em conversas com líderes do movimento. Avançamos na implantação de muitas medidas, diante da necessidade do movimento de encerrar a paralisação.

Quero me dirigir agora aos caminhoneiros de todo o país para anunciar as principais medidas que adotei:

Primeira medida: o preço do óleo diesel terá uma redução de 46 centavos. E garantiremos que cada caminhoneiro tenha esse resultado na hora de encher o tanque. Essa redução corresponde aos valores do PIS/Cofins e da Cide somados. Para chegar a esses 46 centavos, o governo está assumindo sacrifícios no orçamento e honrará essa diferença de custo, sem nenhum prejuízo para a Petrobras.

Segunda medida: o preço do óleo diesel, já barateado pela redução de 46 centavos, será válido pelos próximos 60 dias. A partir daí, ou seja, daqui a dois meses, só haverá reajustes mensais. Assim, cada caminhoneiro poderá planejar melhor seus custos e o valor do frete.

Terceiro ponto: estou editando uma medida provisória para que seja cumprida em todo o território nacional a isenção da cobrança do eixo suspenso nos pedágios de rodovias federais, estaduais e municipais.

Quarta decisão: assinei uma segunda medida provisória para garantir aos caminhoneiros autônomos 30%, pelo menos, dos fretes da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento.

Quinto ponto: assinei também uma terceira medida provisória estabelecendo a tabela mínima de frete, conforme prevista no projeto de lei 121. Essa decisão foi tomada após diálogo que mantive com o presidente do Senado Federal, senador Eunício Oliveira.

Gostaria de reforçar que as medidas negociadas anteriormente e assinadas pelos ministros e pelas lideranças seguem valendo. Entre elas, apenas para citar uma, está o acordo de que não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de carga.

Passei essa semana voltado para atender as reivindicações dos caminhoneiros e preocupado com cada brasileiro e brasileira que enfrentou dificuldades nesses dias. Fizemos nossa parte para atenuar problemas e sofrimentos.

As medidas que acabo de anunciar atendem às reivindicações que nos foram apresentadas. Por isso, quero manifestar a plena confiança no espírito de responsabilidade, de solidariedade e de patriotismo de cada um.

Muito obrigado, boa noite a todos.

Folha de S. Paulo


Representantes de caminhoneiros aprovam medidas anunciadas por Temer, já publicadas no D.O.

Representantes de caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas anunciadas pelo presidente Temer em pronunciamento na noite de domingo. Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. A redução de R$ 0,46 no preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.

As três medidas provisórias para atender às demandas dos caminhoneiros saíram em edição extra do Diário Oficial da União no fim da noite de domingo.

— Saiu no ‘Diário Oficial’, a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e liberem as estradas] — afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS).

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer para acabar com a paralisação atendem às reivindicações da categoria. Ele pediu para os motoristas deixarem os acampamentos e voltarem ao trabalho.

— Foi o melhor para o caminhoneiro. Peço aos motoristas que levantem acampamento e sigam a vida — disse Fonseca, em entrevista na porta do Palácio do Planalto. — O caminhoneiro sabe que chegou o momento (de levantar acampamento). Agora, ele (caminhoneiro) tem que fazer a sua parte.

O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, afirmou na noite deste domingo que os três pontos anunciados pelo governo federal atendem às reivindicações feitas pela categoria. Durante coletiva de imprensa em Curitiba, onde fica a sede da CNTA, ele disse, porém, que não pode garantir que a paralisação vai terminar:

— O governo, basicamente, contempla propostas da categoria, que confiou à CNTA seu canal de comunicação com o governo — disse Bueno. — (O fim das mobilizações) vai depender da base. Foi a categoria de forma independente que estabeleceu o movimento e tem a competência de avaliar as propostas do governo e entender se é hora de desmobilização ou não.

Bueno disse que os caminhoneiros estão sendo avisados por meio da «logística de comunicação da categoria», como grupos de whatsapp. Segundo ele, o governo enviou as propostas para a CNTA por volta das 20h e se comprometeu a apresentá-las publicamente durante a noite.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que após a publicação das medidas no ‘Diário Oficial’ a recomendação dada aos caminhoneiros é que aceitem as propostas e liberem as estradas.

O Globo

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