Michel Temer: «No temo ser preso tras dejar la Presidencia de Brasil»
‘No temo ser preso tras dejar la Presidencia de Brasil’, afirma Temer
El presidente de Brasil, Michel Temer, investigado por sospechas de corrupción, afirmó este lunes 7 de mayo, que no teme ser preso una vez que deje su cargo a fines de este año.
“No temo, no (ser preso). No temo. Sería una indignidad y lamento que estemos hablando sobre esto”, respondió el mandatario durante una entrevista con la radio CBN en la que le preguntaron si temía ser encarcelado al igual expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Temer se convirtió en el 2017 en el primer presidente de la historia de Brasil en ser acusado formalmente durante su mandato. Fue denunciado dos veces por la Fiscalía General por cargos de corrupción pasiva, asociación para delinquir y obstrucción a la justicia, a partir de delaciones de ejecutivos del grupo J&F, propietario del gigante de productos cárnicos JBS.
Las acusaciones fueron congeladas por la Cámara de Diputados, pero podrán ser analizadas por la justicia una vez que Temer deje el cargo, el 1° de enero del 2019, como está previsto si no busca la reelección.
La Corte Suprema autorizó además la apertura de al menos otras dos investigaciones que incluyen su nombre: una que busca dilucidar si Temer recibió sobornos para emitir en mayo de 2017 un decreto con el objetivo de beneficiar a empresas del sector portuario; y otra que investiga si dos de sus más cercanos ministros recibieron en 2014 recursos ilícitos de la constructora Odebrecht a cambio de favores en la Secretaría de Aviación Civil que comandaron entre 2013 y 2015.
Ambos casos están todavía en la fase de investigación (paso previo a una eventual denuncia).
Temer volvió a negar este lunes cualquier irregularidad en el área de concesiones portuarias: es como “investigar un asesinato en el que no hay cadáver”, dijo.
De impronta conservadora, Temer (PMDB) pasó de vicepresidente a primer mandatario de Brasil en 2016 tras la destitución en el Congreso de su exaliada de izquierda Dilma Rousseff (Partido de los Trabajadores, PT), por manipular las cuentas públicas.
Con las heridas del ‘impeachment’ todavía abiertas y los temblores que la operación anticorrupción “Lava Jato” (Lavadero de Autos) sigue causando en el mundo político, el país celebra en octubre próximo elecciones generales.
Pese a estar entre rejas desde hace un mes, Lula sigue liderando las encuestas con un 31% de intenciones de voto, por delante del diputado ultraderechista Jair Bolsonaro, 15%.
Temer, que no supera el 2%, afirma no haber decidido aún sobre una eventual candidatura para renovar su mandato, pero aseguró este lunes que estaría dispuesto a ceder su lugar en la disputa a un nombre “de centro” que apoye la continuidad de sus políticas de gobierno.
«Não temo ser preso», diz Michel Temer em entrevista
O presidente Michel Temer afirmou, em entrevista à rádio CBN, que não tem medo de ser preso, a exemplo do que ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração veio no mesmo dia em que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Polícia Federal para prorrogar por 60 dias o inquérito que investiga o presidente e outros aliados por suspeitas de irregularidades na edição do Decreto dos Portos.
«Não temo (ser preso) não. Seria uma indignidade. Lamento estarmos falando sobre isso», disse o presidente, quando perguntado sobre a possibilidade levantada por procuradores de ser alvo de medidas cautelares assim que deixar o governo. A informação foi relevada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
Temer voltou a negar ter beneficiado uma empresa ao editar o decreto dos Portos e disse que não há motivos para o processo ter prosseguimento. A defesa do emedebista chegou a pedir o arquivamento das investigações, o que foi negado por Barroso. «Um inquérito que começa sem saber por que, prossegue sem saber por que e certamente vai terminar sem saber por quê», classificou. «É como fazer inquérito para investigar um assassinato que não tem cadáver.»
Para o presidente, há uma tentativa de «irritá-lo ao invés de preservar a ordem jurídica e examinar os autos». Ele afirmou ainda que é vítima de uma «campanha feroz» contra sua honra que «aumentou brutalmente sob o ângulo moral» após ter admitido a possibilidade de concorrer à reeleição. Em outro momento da entrevista, o emedebista afirmou que é «demonizado» e ações de seu governo não são reconhecidas.
Em 2016, duas denúncias contra ele apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot foram barradas pela Câmara dos Deputados. As ações foram apresentadas após vir à tona encontro de Temer com o empresário Joesley Batista, da JBS, no Palácio da Jaburu. O presidente disse ter se «arrependido» de receber o executivo, mas que na ocasião realizou uma audiência como outras que fazia normalmente com empresários. Temer declarou ainda que as duas denúncias foram «quase dois processos de impeachment», mas que os parlamentares perceberam que não poderiam levar as acusações adiante.
Eleição presidencial
O presidente admitiu que conversou com lideranças do PSDB para uma aliança nas eleições de outubro. Ele condicionou, no entanto, o apoio do MDB a uma candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) a uma defesa do legado do governo na campanha.
O emedebista afirmou que foi procurado por tucanos e conversou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para a formação de uma frente única de centro no pleito eleitoral. «Tivemos uma longa conversa a respeito de uma candidatura única das forças governistas», disse Temer, sobre a conversa com FHC em São Paulo na semana passada.
Temer declarou que pode ser candidato à reeleição, mas admitiu que poderia abrir mão para apoiar outro candidato, como Geraldo Alckmin ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). A condição, no entanto, é defender as realizações de sua gestão. «Claro que precisa defender as teses do governo. Se o sujeito vai ou não vai com a minha cara, eu não me incomodo minimamente, tenho condições psicológicas tranquilas. O que eu quero é que ele vá com a cara do governo, com a cara das teses do governo. Porque, se for falar mal do governo, evidentemente eu serei contra.»
Ao comentar sobre a possibilidade de o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, entrar na corrida presidencial, o emedebista disse ter dúvidas se o jurista pode ser apontado como um «outsider». Temer ainda criticou a ideia de uma candidatura que seja «antipolítica» porque a administração pública está, segundo ele, enraizada no conceito de política.
O presidente não quis comentar a situação jurídica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância e preso há um mês em Curitiba. Temer repetiu que, se Lula não estivesse condenado e preso, o ideal é que disputasse as eleições.
PF diz que amigo de Temer recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht em duas parcelas
Laudo da Polícia Federal, obtido pela Folha, indica que o advogado José Yunes, amigo do presidente Michel Temer, recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht em duas parcelas de R$ 500 mil.
O segundo repasse, de acordo com análise dos investigadores, só teria ocorrido mediante pressões sobre a empreiteira e até a ameaça de um escândalo em Brasília.
O laudo foi elaborado a partir de novos arquivos entregues pela Odebrecht à Lava Jato, com registros dos sistemas Drousys e My Web Day, usados para gerir o pagamento de propinas a políticos.
A perícia da PF sobre essas mídias foi concluída em abril deste ano e integra o inquérito que apura se Temer e aliados negociaram, em reunião no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões em doações ilícitas de campanha para integrantes de seu partido, o MDB, parte delas usando o amigo e ex-assessor.
Os peritos recuperaram planilhas com a programação do suposto pagamento a Yunes, bem como dados da liquidação desse repasse. Além disso, foi encontrado um email no qual integrantes do esquema de corrupção da Odebrecht relatam pressão para que recursos fossem pagos.
Para os investigadores, os novos dados do inquérito corroboram a versão do MPF (Ministério Público Federal), que denunciou Yunes como arrecadador contumaz de propinas para Temer. Como a Folha revelou no domingo, em depoimento prestado à PF, o policial militar Abel de Queiroz –que trabalhava como encarregado da Transnacional, firma de transporte de valores contratada pela Odebrecht– disse ter ido duas vezes ao escritório do advogado para fazer entregas de dinheiro.
Uma das planilhas esquadrinhadas no laudo descreve a programação inicial de pagar R$ 1 milhão, em 26 de agosto de 2014, por meio de compromisso firmado com “Angorá” –codinome associado aos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco. A senha para a entrega dos recursos seria “Pássaro”.
Num outro registro, consta que esse pagamento deveria ser feito “na rua Capitão Francisco, 90, Jardim Europa”, onde funciona o escritório de Yunes. “Procurar o sr José Yunes ou a sra. Cida”, diz o texto localizado pela PF.
Uma terceira tabela, intitulada “extrato bancário” e que registra a movimentação de recursos geridos por um dos doleiros da Odebrecht, indica que, em vez de R$ 1 milhão, foram repassados inicialmente R$ 500 mil. Essa movimentação financeira, datada de 1º de setembro de 2014, tem o mesmo código de requisição que consta da programação inicial de pagamento no escritório de Yunes.
O email encontrado no material apresentado pela Odebrecht foi escrito em 30 de setembro de 2014, ou seja, quando, no entendimento da PF, os primeiros R$ 500 mil já teriam sido pagos. Foi enviado por Waterloo –codinome de Fernando Migliaccio, executivo do departamento de propinas da empreiteira– a Vinho, o doleiro Álvaro Novis, que trabalhava para a empreiteira.
No texto, Waterloo diz que a programação de pagamento era de R$ 1 milhão, mas, por “questões de caixa”, só havia autorizado pagar R$ 500 mil. Ele alega que a situação não poderia perdurar, em função do perfil do beneficiário dos recursos. “Dado o nível da pessoa, tanto do ponto de vista político, como do ponto de vista de caráter, não posso ficar com essa exposição”, escreveu.
Na sequência, Waterloo relata intimidações. “Preciso resolver os R$ 500 mil que ele alega não ter recebido. Já ameaçou fazer escândalo em Brasília e o pior é que ele conhece muito do nosso esquema. Ou seja, não dá para vacilar com este sujeito”, alertou.
O texto não deixa claro quem, exatamente, é a pessoa que fez a ameaça. José de Carvalho, um dos delatores da Odebrecht, relatou em depoimento que o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) chegou a pressionar a Odebrecht por um repasse na mesma quantia, que teria sido acertado durante o jantar no Jaburu.
Para a PF, os elementos colhidos nas mídias indicam que o email se refere à operação para entregar R$ 1 milhão no escritório de Yunes. Os dados adicionais da investigação, segundo o laudo, poderão corroborar essa ligação.
Waterloo finaliza o email pedindo ajuda do doleiro. “Repito, ele alega que não recebeu. Estou torcendo para ser um equívoco de extrato”.
Em outro depoimento, também obtido pela Folha, a ex-secretária do departamento de propinas da Odebrecht Maria Lúcia Tavares disse que a empreiteira pagou de forma fracionada a suposta propina destinada a Yunes.
Segundo ela, Carvalho lhe informou que a senhora Cida [personagem ainda desconhecido dos investigadores] reclamou com ele que o valor não havia sido entregue. “Mas, posteriormente, identificou que o valor havia sido pago, porém de forma fracionada, por superar R$ 500 mil”, declarou, conforme a transcrição da oitiva, ocorrida em 17 de janeiro.
OUTRO LADO
O advogado de Yunes, José Luís de Oliveira Lima, disse em nota que seu cliente “jamais atuou como intermediário de qualquer pessoa”, desconhece a existência de emails citados na investigação e “não conhece e nunca esteve com Abel de Queiroz”.
“Apesar de a defesa não conhecer o teor desse eventual depoimento [de Abel Queiroz], José Yunes refuta qualquer ilação a seu nome”, acrescentou.