Brasil: se cumple un mes del asesinato de Marielle Franco y manifestantes vuelven a las calles
30 dias após execução de Marielle, manifestantes voltam às ruas
Batizado de «1 mês do luto à luta – Ato por Justiça a Marielle», a manifestação marcada para o próximo sábado (14), no vão livre do MASP (Museu de Artes de São Paulo), às 16 horas, ocorre no dia em que se completam 30 dias da execução da vereadora do PSOL e de Anderson Gomes.
O ato é organizado pela comunidade virtual «Contra o Genocídio Negro» que promove desde 31 de março a campanha #30DiasPorMarielle, encabeçada por organizações e coletivos do movimento negro, entidades mistas e pessoas independentes de São Paulo.
Katiara Oliveira, membro do coletivo Kilombagem, afirma que tanto o ato deste sábado, como as atividades previstas até 5 de maio, vão exigir justiça à Marielle e Anderson, assim como se posicionar contra a intervenção federal/militar nas favelas do Rio de Janeiro, além de pautar o genocídio negro em curso.
«Essa campanha serve para pautar um genocídio no qual as mortes são da população pobre e de maioria preta. Denunciamos um Estado que se faz ausente nas políticas públicas e presente na hora da segurança pública, exprimindo uma justiça seletiva, dentro da lógica militarizada», considera.
Um ponto positivo da campanha é o envolvimento de grupos e entidades que historicamente não vem pautando a questão racial como ponto prioritário. Juana Kweitel, diretora executiva da organização Conectas – Direitos Humanos, que se soma à campanha #30DiasPorMarielle, alerta para a necessidade do genocídio negro ser entendido como um problema de toda a sociedade, e não apenas dos grupos anti-racistas.
«Passou o tempo das organizações de direitos humanos de assumir claramente a causa antirracista, denunciando a seletividade da atuação policial e da morte no Brasil. Os jovens negros são os que mais morrem por homicídio, por letalidade policial sendo ainda maior da população carcerária», pontua.
Segundo as organizadoras, a ideia é envolver cada vez mais setores e intensificar a unidade do campo da esquerda em torno também da pauta do combate ao genocídio. Katiara aponta a necessidade de conectar de vez as lutas com setores importantes do movimento popular. «A luta por moradia, a luta pela reforma agrária é a luta do povo preto sim. É o reflexo do histórico da negação de reparação por parte do Estado para o povo preto, desde o fim da escravidão», afirma a militante do movimento negro.
O ato do próximo sábado tem concentração no MASP às 16h e de lá, em sincronia com a marcha que ocorre por Marielle e Anderson no Rio de Janeiro, segue em marcha até o Largo do Paissandú, em São Paulo.