Brasil: movilizaciones en todo el país piden la libertad de Lula
MANIFESTANTES PEDEM LIBERDADE DE LULA NAS RUAS DE SÃO PAULO E DO EXTERIOR
Milhares de manifestantes se reuniram hoje em São Paulo para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em seu quarto dia preso em Curitiba, na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Na capital paulista, o ato começou por volta das 16h na Praça da Sé, região central, com passeata até a Praça da República, onde diversos artistas se apresentaram. Outras cidades brasileiras e do exterior também registraram atos, entre as quais Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Lisboa, Londres, Bogotá, Estocolmo e Barcelona.
Os artistas que passaram pelo palco do ato pela liberdade do ex-presidente foram Fióti, Aíla, Ava Rocha, Alessandra Leão, As Bahias e a Cozinha Mineira, Bia Ferreira, Bixiga 70, Charanga do França, Chico César, DJ David Carneiro, Dada Yute, Drik Barbosa, Eduardo Brechó, Fernando Anitelli, Francisco El Hombre, Felipe Cordeiro, Guizado, Jonnata Doll, Junio Barreto, Lucas Santtanna, Luana Hansen, Luísa Maita, Lurdes da Luz, Mulamba, Nã, Rico Dalasam, Rodrigo, do Dead Fish, Samuca e a Selva e Salloma e Soledad.
Antes de sair da Sé, os manifestantes entoaram cantos de ordem e ouviram lideranças de movimentos sociais. O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, apresentou propostas para a continuidade e o amadurecimento do movimento. «Temos um calendário de ações. Convido todos os membros da Frente Brasil Popular para uma plenária sexta-feira (13) na Apeoesp (o sindicato dos professores da rede pública estadual), para organizar um ato no dia 17, às 18h. Precisamos organizar nossa tropa para fazer um ato em uma determinada empresa de comunicação que patrocinou o golpe», disse, seguido de gritos de «Fora Globo».
«Estamos em uma situação de golpe. Depuseram uma presidenta legitimamente eleita, atentaram contra os trabalhadores com a reforma trabalhista, a tentativa de reforma da Previdência, a terceirização da atividade fim e com a entrega do Brasil para as multinacionais», disse.
Além da plenária na Apeoesp, Douglas propôs uma ocupação massiva em Curitiba. «A segunda tarefa é nos organizar para ocuparmos Curitiba em solidariedade ao presidente Lula. Ao longo de abril, vamos fazer as brigadas e percorrer todo o estado de São Paulo, a periferia, dialogar com a juventude, com os trabalhadores, sobre os efeitos do golpe na vida do povo de São Paulo», apontou. «A CUT nunca teve dúvida do seu lado. É do lado dos trabalhadores, de quem defende a democracia. E nós estaremos junto com as duas frentes na rua, na luta por Lula livre», finalizou.
A vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT) esteve à frente da marcha que rumou até a Praça da República. «Lula é inocente, temos que falar para todos, é um prisioneiro político. Está preso porque fez projetos sociais importantes para a sociedade. Com ele, o povo brasileiro teve orgulho de ser brasileiro. Com o PT as pessoas tiveram acesso à faculdade. O filho da empregada entrou em universidade pública», disse. «Neste momento, a PF começou a arregar. Querem colocar o Lula em outro lugar porque o povo está lá acampado. Mas estaremos com ele em qualquer lugar. Vamos falar para o mundo que ele é preso político e que não vão prender nossos sonhos. Todos nós somos Lula.»
Outro parlamentar petista da cidade, o vereador Alfredinho, também criticou a Rede Globo. «A Globo fez cinco entrevistas sobre esse tema. Delas, quatro eram favoráveis à prisão de Lula. Eles falam que são imparciais, mas a imprensa que temos nesse país está fazendo a cabeça de alguns. Sinto nas ruas que o jogo está dividido. Agora, não podemos confiar nos tribunais nem na burguesia. O Lula pode ficar preso mais alguns dias e só vamos tirar ele de lá com mobilização, com a força do povo nas ruas.»
A professora e militante Bárbara Corales fez questão de participar de todo o ato. «A mudança só vai acontecer se ele estiver livre. Por isso temos que fazer milhares de comitês Lula livre nas escolas, nos bairros e sindicatos.»
Já a piauiense Terezinha Felix, que carregava uma faixa com as palavras «Lula Livre», falou da importância do ex-presidente na sua região. «O Nordeste era esquecido, não tínhamos nada, nada para comer. Lula tirou o povo da miséria, por isso fazem isso. Eu e meu povo do Piauí estaremos com ele, que tanto fez por nós.»
Quarta-feira de atos pelo Brasil fortalece movimento Lula Livre
A ocupação popular solidária a Lula em frente à sede da Polícia Federal na capital paranaense inspirou ocupações em Fortaleza e Brasília. A primeira em frente à Justiça Federal e a segunda no gramado do Teatro Nacional. Trabalhadores rurais bloquearam rodovias, marcharam em diversas cidades entre elas Jacobina, Salvador e Capim Grosso, na Bahia, Junqueiro (AL), Picos (PI) e no interior do Pará. Em Minas Gerais, além dos atos de rua, a militância criou uma central de cartas para Lula onde uma equipe ajuda quem quiser a escrever cartas para o ex-presidente.
Maria Kazé, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), afirmou no ato de Picos que a força do povo nas ruas é o que vai tirar Lula da cadeia. Os trabalhadores protestaram em frente ao prédio da Polícia Federal. “Estamos no prédio da justiça federal para trazer indignação e repúdio à posição do STF e a decisão de prender Lula. Essa postura de queimar a Constituição colocando um inocente na cadeia demonstra a consolidação do golpe e que qualquer cidadão que não cometeu crime nenhum poderá agora ir para a cadeia”.
A ofensiva contra as denúncias da prisão de Lula prosseguem. Integrantes do Sindicato dos Delgados Federais querem transferir o ex-presidente argumentando riscos à população do entorno. “O tema dos moradores está sendo usado com má-fé, por pessoas e grupos que querem desviar o tema central, que é o arbítrio da prisão política de Lula”, respondeu em nota ao coordenação do acampamento livre em Curitiba. “Seguimos em resistência e estaremos onde se mantiver a condenação injusta”. A nota também reafirma a boa relação com os moradores e o respeito aos acordos coletivos de silencia e recolhimento do lixo e limpeza geral.
Confira algumas imagens dos atos na manhã de quarta-feira pelo Brasil:
Belo Horizonte – Central de Cartas para Lula
Belo Horizonte (MG)
Acampamento Livre em Curitiba (PR)
Pará
Jacobina (BA)
Fortaleza
Vermelho
Lula Livre: Centrais sindicais farão 1º de Maio em Curitiba
As seis centrais sindicais formalmente reconhecidas farão, pela primeira vez, um ato conjunto de 1º de Maio, e exatamente em Curitiba, onde desde sábado (7) está preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Será uma manifestação de solidariedade, de denúncia internacional – várias entidades serão convidadas – e de apresentação de uma pauta conjunta de reivindicações, a ser inserida no debate eleitoral deste ano.
A decisão saiu em uma reunião realizada hoje (11), em São Paulo, e deverá ser formalizada durante novo encontro amanhã, também na capital paulista, e anunciada em entrevista coletiva na próxima segunda-feira (16). A manifestação envolve CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT. Todas manterão eventos já programados no período da manhã. À tarde, dirigentes seguirão para a capital paranaense, onde haverá um ato previsto para as 17h.
Segundo o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, será um ato em solidariedade ao ex-presidente e também para discutir as reivindicações dos trabalhadores, contrários à proposta do governo de «reforma» da Previdência, e pela revogação da «reforma» trabalhista. Representantes das centrais já vêm se reunindo para elaborar uma agenda comum.
«É simbólico», observou o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, sobre o ato unificado. «A ideia é prestar solidariedade ao ex-presidente e demonstrar a importância da unidade», afirmou o dirigente, acrescentando que durante o governo Lula ocorreram «mudanças sociais que trouxeram benefício à maioria». Sobre o 1º de Maio, ele informou que as centrais já estão em contato com direções estaduais no Paraná para organizar a manifestação inédita.