Brasil: piden tropas militares para custodiar Porto Alegre por el juicio a Lula y el PT organiza movilizaciones
El 24 de este mes, el ex presidente afrontará en esa ciudad la revisión de la condena a nueve años y medio de cárcel por corrupción que le impuso el año pasado un tribunal de primera instancia.
El alcalde de Porto Alegre, Nelson Marchezan, pidió al gobierno de Brasil que le envíe tropas militares para evitar o contener eventuales disturbios el 24 de este mes, día en que un tribunal revisará la condena a prisión impuesta al ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva y que, de confirmarse, le impedirá ser candidato para volver a ese cargo en las elecciones de octubre próximo.
“Solicité al presidente Michel Temer el apoyo de la Fuerza Nacional y del Ejército brasileño para actuar el día 24”, informó Marchezan en su cuenta de Twitter.
Solicitei ao Presidente @MichelTemer o apoio da Força Nacional e do Exército Brasileiro para atuarem no dia 24.
Devido as manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público. pic.twitter.com/bUflvbqpyb— Nelson Marchezan Jr (@marchezan_) January 4, 2018
“Debido a las manifestaciones de líderes políticos que convocan a una invasión en Porto Alegre, tomé esa medida para proteger al ciudadano y el patrimonio público”, agregó el jefe del gobierno local.
PT fecha calendário de mobilização pró-Lula e debate caravana no Sul
Dirigentes do PT reunidos em São Paulo nesta quinta-feira fecharam um calendário de atos neste mês em apoio ao ex-presidente Lula. A mobilização é uma tentativa de, para além dos recursos judiciais, fazer um enfrentamento nas ruas à condenação dele.
O petista esteve no diretório nacional da sigla durante cerca de quatro horas e participou do encontro com a cúpula do partido. Oficialmente, a assessoria da legenda diz que ele foi ao local discutir programa de governo com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Os eventos, programados em conjunto com a Frente Brasil Popular, começam no próximo dia 13, com mobilizações em várias capitais. No dia 21 um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) será montado em Porto Alegre, cidade onde o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) julga o recurso do ex-presidente.
A decisão no processo que envolve o tríplex de Guarujá (SP) pode deixá-lo inelegível na eleição deste ano. Pré-candidato a presidente da República, ele quer levar a candidatura até onde for possível, valendo-se de prazos e recursos.
Presença de Lula não decidida
Segundo participantes da reunião, a ida de Lula a Porto Alegre não está decidida. A única hipótese em que a viagem ocorreria com certeza seria se o TRF-4 aceitasse o pedido da defesa do ex-presidente para ele ser interrogado novamente no processo.
Reservadamente, lideranças dizem que a tendência é o petista não estar na capital gaúcha no dia 24, já que sua presença entre a militância poderia ser vista como afronta ao Judiciário ou tentativa de tumultuar o julgamento.
Uma alternativa mais provável, especulam integrantes da sigla, é que ele possa ir à cidade antes da sessão, possivelmente no dia 23.
Programação
Também na capital gaúcha, para o dia 22 está previsto um seminário com representantes de partidos de esquerda internacionais e outro que reunirá, segundo a legenda, juristas do Brasil e de outros países que criticam a condenação de Lula.
No dia 23, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a ala de mulheres do partido farão um evento em defesa de Lula. No mesmo dia, um seminário em conjunto com o Fórum Social Mundial terá ativistas e intelectuais.
Um deles, de acordo com a legenda, será o linguista e filósofo americano Noam Chomsky, que vai participar por videoconferência.
No mesmo dia, à noite, terá início uma vigília em Porto Alegre e outras cidades que se estenderá pela madrugada até o dia 24, data do julgamento no TRF-4. Ao longo da sessão, os militantes farão atos públicos perto da sede do tribunal.
Outra discussão no diretório girou em torno de uma caravana que o ex-presidente poderá fazer pelo Sul do país em fevereiro, após o Carnaval.
A ideia é que Lula percorra cidades do interior do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina, visitando a zona rural, núcleos de agricultura familiar e universidades.
O roteiro, por essa agenda prévia, excluiria as capitais (Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis).
Além de Lula e de Gleisi, estiveram na reunião desta quinta-feira lideranças do PT como o senador Lindbergh Farias, os ex-ministros Alexandre Padilha, Luiz Dulci e Gilberto Carvalho, o deputado federal Paulo Teixeira e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner.
Do MST, participou João Paulo Rodrigues e, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas. Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, advogados de Lula, também acompanharam o encontro.
Contra provocações
«Como é da tradição do PT e dos movimentos populares, realizaremos manifestações pacíficas em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato a presidente da República», afirmou a sigla em nota assinada por sua presidente.
O PT disse, também no comunicado, que não vai «aceitar provocações e palavras de ódio» como as expressas, segundo o partido, pelo prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB).
O tucano solicitou ao presidente Michel Temer a presença do Exército e da Força Nacional na capital gaúcha no dia do julgamento.
«Se paira alguma ameaça sobre os cidadãos de Porto Alegre, é o autoritarismo do prefeito, evocando fantasmas de um tempo de exceção e de arbítrio», disse o partido, em resposta ao que Marchezan classificou como «invasão» de militantes pró-Lula.
A Presidência da República encaminhou o pedido do prefeito para análise técnica dos Ministérios da Defesa e da Justiça.
«A pequenez de seu gesto [de Marchezan] revela o desconhecimento do sentido da democracia e da liberdade de manifestação», afirmou o PT.
Comités del PT organizan protestas en Brasil en caso de que Lula sea condenado
Los comités de movilización que el Partido de los Trabajadores (PT) creó en los estados ante el inminente juicio contra el ex presidente Lula da Silva están preparándose para organizar protestas en todo el país en caso de que el petista sea condenado, el próximo 24 de enero, por unanimidad, algo que volvería prácticamente inviable su candidatura a la presidencia. Y también en el caso de que se dicte su prisión.
Dirigentes del partido creen que instancias superiores de la Justicia no dictaminarían la prisión de Lula, concediéndole un recurso de habeas corpus. Pero una eventual detención de Lula y el hecho de que esa decisión sea mantenida por tribunales superiores será encarada, según integrante del PT, como una «declaración de guerra». Y será una señal para la realización de protestas permanentes.
Si Lula es condenado, pero no detenido, el partido pretende, como ya dijo, inscribir su candidatura en el Tribunal Superior Electoral (TSE), incluso sabiendo que posteriormente esa candidatura podrá ser impugnada.
La idea es que el ex presidente participe de la campaña hasta ser corrido de la contienda por la corte electoral, en septiembre, cuando «empujaría» a un candidato de último momento.
El PT está seguro de que un candidato elegido por Lula, incluso cerca de las elecciones, puede llegar a la segunda vuelta de la elección.