Brasil: Michel Temer envía al Congreso proyecto de ley para privatizar Eletrobras
El presidente Michel Temer firmó el proyecto de ley que trata el proceso de privatización de Eletrobras. La propuesta trae pocos cambios en relación al texto finalizado por el Ministerio de Minas y Energía (MME) en noviembre del año pasado.
La privatización se hará por medio de un aumento de capital, en el que se diluirá la participación de la Unión. De acuerdo con el gobierno, ese modelo mantiene el patrimonio de la Unión preservado y valorado en Eletrobras, sin la necesidad de venta de acciones.
La capitalización deberá ser vinculada a la firma de nuevos contratos de concesión para centrales hidroeléctricas del grupo. La estatal dejará de comercializar la energía con las distribuidoras por el régimen de cuotas (que paga sólo unos ingresos por la operación y mantenimiento de los activos), con remuneración reducida, para negociar los mismos importes libremente en el mercado regulado o en el mercado libre, lo que garantiza mayor retorno financiero.
El aumento de capital podrá acompañarse de una oferta secundaria de acciones, según el proyecto de ley. La Unión no podrá suscribir nuevas acciones de Eletrobras en el proceso de aumento de capital de la empresa, pero los empleados tendrán la oportunidad de adquirir una parte de las acciones.
La operación también sólo será posible mediante la aprobación por los accionistas de la celebración de aditivos en los contratos de transmisión de energía eléctrica. La iniciativa debe contener el efecto de cobro de indemnización multimillonaria en favor de transmisoras sobre las cuentas de luz durante los próximos ocho años.
El proyecto confirma que, tras la privatización, el gobierno tendrá una acción de clase especial, conocida como “golden share”, que da poderes exclusivos para la Unión en la administración de la empresa, como la indicación de miembro adicional del consejo. La “golden share” garantiza, según la carta de los ministros, que la compañía se convertirá en una “corporación nacional permanente”.
En la carta que acompaña el proyecto de ley firmado hoy por el presidente, los ministros dicen que la privatización de Eletrobras va a ayudar a sanear las cuentas públicas nacionales. “La operación contribuirá directamente al equilibrio fiscal, pues la empresa dejará de competir con recursos públicos necesarios para la educación, la salud y la seguridad”, dice el documento.
Temer envia ao Congresso projeto para privatizar Eletrobras
O presidente Michel Temer enviou oficialmente ao Congresso Nacional o projeto de lei com as regras para a privatização da Eletrobras. A mensagem presidencial com o encaminhamento da proposta foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira. O texto seguiu em regime de urgência, para que a tramitação ocorra mais rapidamente.
O governo tem pressa para enviar a proposta e concluir a desestatização da estatal neste ano, pois o Orçamento conta com R$ 12,2 bilhões em receitas provenientes do processo de privatização. Agora, a privatização precisa ser aprovada na Câmara e no Senado para que a operação seja concluída.
O projeto foi finalizado na última sexta-feira. O governo resolveu enviá-lo ao Congresso nesta semana para levar a privatização da Eletrobras como sinalização positiva do governo federal ao Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), para onde o presidente viaja hoje. Temer vai chefiar uma delegação que inclui, entre outros nomes, os ministros Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Henrique Meirelles (Fazenda) e os presidentes da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, e da Petrobras, Pedro Parente.
O governo quer concluir a aprovação do projeto até meados do ano, para conseguir operacionalizar a privatização ainda em 2018.
Paralelamente, o governo trabalha para derrubar as decisões da Justiça que suspenderam um artigo da Medida Provisória 814, que autoriza a privatização da empresa. Essa medida é importante porque permite a contratação dos estudos formais para a desestatização. O modelo da operação, no entanto, é descrito no projeto de lei. Por isso, a decisão da Justiça não impede o andamento da proposta.
O modelo de privatização será por meio de aumento de capital mediante subscrição pública de ações, sem que a União acompanhe, sendo sua participação diluída ao ponto de perder o controle. A previsão é que o governo fique com cerca de 45% da Eletrobras após a privatização.
O dinheiro arrecadado com a capitalização em bolsas de Valores no Brasil e no exterior será usado para pagar por novos contratos de concessões para 14 usinas hidrelétricas que hoje operam a preços fixos. Elas passarão a ser remuneradas pela energia gerada a preços de mercado, mais altos que os atuais. Mas também assumirão riscos que hoje estão com os consumidores, como os custos extras associados à falta de chuvas.
É por meio desse pagamento que o governo vai faturar com a privatização. A previsão do Orçamento de 2018 é de uma arrecadação de R$ 12,2 bilhões. O valor final arrecadado será dividido por três. Além de ir para a União, um terço será destinado ao fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O restante ficará com a Eletrobras.