Lava Jato: la Policía brasileña allana el Ministerio de Turismo y detiene a tres exfuncionarios
Operación Lava Jato: la Policía brasileña allana el Ministerio de Turismo y arrestó a tres ex funcionarios
La Policía Federal de Brasil realiza diversos registros en la sede del Ministerio de Turismo, en búsqueda de pistas sobre una red de corrupción que supuestamente dirigía el ex titular de ese despacho Henrique Eduardo Alves.
En el marco de esa operación, que incluye registros en domicilios del estado de Río Grande do Norte, fueron detenidos tres antiguos asesores de Alves, quien fue ministro de Turismo durante la gestión de la destituida presidente Dilma Rousseff y mantuvo el cargo una vez que esta fue sustituida por el actual gobernante, Michel Temer.
En junio del año pasado renunció al cargo, cuando surgieron las primeras sospechas sobre sus supuestas actividades ilegales.
Alves, dirigente del Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), que lidera el presidente Temer, está en prisión desde junio de este año por su supuesta participación en diversas tramas corruptas, que implicaron hasta fraudes en obras para el Mundial de fútbol que Brasil organizó en 2014.
Según la Fiscalía General, el ex ministro también participó de lo que fue calificado como «banda del PMDB», que habría operado desde la Cámara de Diputados, de la cual Alves fue presidente entre 2013 y 2015.
El Ministerio Público sostiene que esa «banda del PMDB» benefició a muchos de los dirigentes de la formación que hoy gobierna el país e incluso a Temer, acusado por esos y otros supuestos fraudes de obstrucción a la justicia y asociación ilícita.
Esos cargos contra el mandatario fueron analizados y rechazados este miércoles por el pleno de la Cámara Baja, que por imperativos de la Constitución brasileña debe avalar la eventual apertura de un juicio penal contra un presidente en ejercicio.
La sólida base parlamentaria de la coalición gobernante negó el posible enjuiciamiento de Temer con 251 votos, frente a los 233 que la oposición sumó en su esfuerzo por impulsar un proceso que habría separado al mandatario del cargo durante seis meses y causado su destitución si fuera declarado culpable.
PF prende assessores de Henrique Eduardo Alves durante operação
Três pessoas foram presas nesta quinta-feira (26) durante uma operação da Polícia Federal no Rio Grande do Norte. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão no Ministério do Turismo, em Brasília.
A ação faz parte da Operação Lavat, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Entre os alvos estão ex-assessores do ex-presidente da Câmara e ex-titular do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atualmente preso pela Lava Jato.
A investida é um desdobramento de outra operação, a Manus, deflagrada em junho deste ano, para apurar possíveis desvios de obras e serviços públicos executados no Rio Grande do Norte para Alves.
No material apreendido na ocasião, segundo a PF, foram identificadas evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes a organização criminosa, que continuou praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo.
Foi também levantado que a organização fraudava licitações em diversos municípios do Rio Grande do Norte, visando obter contratos públicos que, somados, alcançam cerca de R$ 5,5 milhões para alimentar a campanha ao governo do Estado de 2014. Na ocasião, Alves foi candidato, mas perdeu.
A PF cumpriu 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva no RN e em Brasília.
A Folha apurou que os alvos de pedidos de prisão são Aluísio Henrique Dutra de Almeida, José Geraldo Moura Fonseca Júnior e Norton Domingues Masera, ex-assessores de Alves. Todos foram presos.
Um dos alvos, Masera é atualmente chefe da Assessoria Parlamentar do Turismo.
Os alvos das coercitivas são Domiciano Fernandes da Silva e Fernando Leitão de Moraes Júnior.
Moraes Júnior é irmão de Hermano Moraes, que foi candidato pelo PMDB à Prefeitura de Natal em 2012 e não venceu as eleições. Ele foi também sócio da Bonacci Engenharia, empresa que se envolveu em escândalo sobre emendas parlamentares de Alves em 2013. O caso foi revelado pela Folha.
Hermann Bento Ledebour, ex-secretário particular de Alves e do também ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é diretor administrativo e financeiro da TV Cabugi, de Alves. Contra ele, foi expedido apenas mandado de busca e apreensão.
O nome da operação é referência ao provérbio latino «Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat», cujo significado é «uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra».
O Ministério do Turismo informou que vai exonerar Norton Masera. Em nota, sustentou que colabora com a PF para que «os fatos sejam apurados com correção».
«A busca e apreensão se restringiu à sala em que Norton trabalhava e a pasta ministerial não é alvo da investigação», acrescentou.
A Folha não localizou representantes dos alvos da operação. O advogado de Alves, Marcelo Leal, não comentou a ação, justificando que ainda não tem informações suficientes sobre o caso.
CUNHA E FUNARO FICAM FRENTE A FRENTE DURANTE DEPOIMENTO DE FABIO CLETO
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro ficaram frente a frente nesta quinta-feira (26) em uma audiência na Justiça Federal em Brasília para acompanhar o depoimento do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto. Os três são réus na Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato, que investiga um esquema de propinas envolvendo financiamentos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela CEF.
Foi a primeira encontro entre Cunha e Funaro desde que o conteúdo da delação do doleiro foi divulgado. Funaro estendeu a mão para cumprimentar Cunha, mas foi ignorado pelo ex-parlamentar. Os dois deverão prestar depoimento nesta sexta-feira (26). O interrogatório de Cleto também foi acompanhado pelo ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves, preso no Rio Grande do Norte e também réu do mesmo processo.
Em depoimento ao juiz federal Vallisney Souza Oliveira, Fábio Cleto, que está preso em Campinas e fechou acordo de delação premiada, confirmou que a sua indicação para a vice-presidência da Caixa foi feita por Eduardo Cunha e avalizada por Henrique Eduardo Alves. Funaro também confirmou a informação prestada por Cleto. Na delação Cleto revelou um esquema de desvio de dinheiro do banco e afirmou que Cunha ficava com a maior parte da propina. Cleto era o responsável pela liberação de recursos do fundo para empresas e, em troca, as empresas pagavam propina ao grupo, liderado por Cunha.
«Eu tinha condição de atrapalhar o andamento da empresa dentro da Caixa Econômica», afirmou Cleto. O executivo esteve na Caixa de abril de 2011 a abril de 2015. Inicialmente, os repasses eram acertados com Funaro, mas após um desentendimento com o doleiro, a propina era negociada diretamente com Cunha.
Porto Maravilha
Cleto revelou pagamento de 1,5% ao grupo de Cunha sobre o valor liberado em 2011 pela Caixa para o Porto Maravilha, na zona portuária do Rio de Janeiro – uma obra de R$ 3,5 bilhões.
O ex-presidente da Caixa descreveu uma reunião, convocada por Cunha, em um hotel de São Paulo para explicar a executivos de empreiteiras envolvidas nas obras como estava a situação da liberação dos recursos para o Porto Maravilha. Cunha acenava a cabeça em tom de discordância durante o depoimento de Cleto.