Canciller brasileño admite que Venezuela fue suspendida porque “era un obstáculo”
Brasil: “Venezuela era una factor de obstáculo en las negociaciones entre Mercosur con otros bloques”
El ministro de Relaciones Exteriores de Brasil, Aloysio Nunes, afirmó este lunes en Sao Paulo que la suspensión de Venezuela dio “mayor libertad” al Mercosur a la hora de negociar acuerdos de libre comercio con otros países.
“Venezuela era una factor de obstáculo en las negociaciones entre Mercosur con otros bloques. Fue suspendida y eso dio mayor libertad de actuación a los cuatro socios fundadores”, dijo Nunes durante una conferencia en la Federación de Comercio de Sao Paulo.
Las países fundadores del Mercosur, Brasil, que ejerce la presidencia temporal del bloque, Argentina, Uruguay y Paraguay, decidieron en agosto pasado aplicar a Venezuela la llamada “cláusula democrática” y “cesar de sus derechos” a la nación petrolera.
Nunes admitió que “durante un buen tiempo” el Mercosur tuvo “una cierta parálisis” al estar centrado en “ciertas cuestiones que no respondían a su función original”, como ente “económico y comercial para una crear una zona libre comercio en la región y ser una plataforma” a nivel internacional.
“El foco original fue bastante perjudicado”, agregó el canciller brasileño al hacer alusión a los Gobiernos de izquierda que se dieron en varios de los países de la región durante la primera década del 2000.
“Tanto en Brasil como en Argentina, además de las cuestiones que afectaban a la economía de los países por la crisis, en los dos países existía cierta visión restrictiva del libre comercio”, expresó el ministro.
Nunes participó hoy del seminario “Política externa brasileña y ambiente empresarial: Oportunidades y Desafíos” para analizar las estrategias para incrementar la exportación de marcas del país, desarrollar el comercio digital y discutir las posibilidades de cerrar un acuerdo entre la Unión Europea y el Mercosur.
Suspensão da Venezuela trouxe mais liberdade ao Mercosul, diz Aloysio
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, avalia positivamente a suspensão da Venezuela do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, por ruptura da ordem democrática. Nunes participou hoje (21) da palestra Política Externa Brasileira e o Ambiente Empresarial: Oportunidades e Desafios, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Mais de dois meses após a suspensão, o ministro considera que diminuíram os «entraves nas negociações do Mercosul, trazendo mais liberdade de atuação aos quatro países sócio-fundadores do bloco». A sanção foi aplicada com base nas cláusulas do Protocolo de Ushuaia, de 1998, exigindo a libertação de presos políticos, restauração de competências do Poder Legislativo, retomada do calendário eleitoral e anulação da convocação da Assembleia Constituinte na Venezuela.
Apesar dessa melhora, Nunes criticou a perda de foco no comércio pelo bloco. «O Mercosul está paralisado, durante um bom tempo, com os agregados, as questões que não dizem respeito à vocação original, o comércio», disse o ministro, que avaliou que temas como povos indígenas, por exemplo, tiram o foco dos assuntos mais relevantes para as trocas comerciais.
Entraves comerciais
No início deste ano, os membros do Mercosul concordaram em derrubar 78 barreiras ao comércio entre os países que formam o bloco. Segundo o ministro, desse total, foram superados 57 entraves. «Eram barreiras que não tinham sequer comprovação científica», disse ele. Outro protocolo de cooperação, assinado em abril deste ano, garantiu mais proteção jurídica ao impedir que investidores de fora tenham vantagem em relação aos que compõem o bloco.
Outro assunto delicado, na opinião do ministro, são as barreiras técnico-sanitárias sobre os diferentes tipos de produtos. «É delicado, porque nem todos os países têm agências reguladoras como o Brasil, como Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] e Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia]», disse. Essas agências têm estruturas pesadas e demoram na resposta às demandas, com padronizações que podem demorar até 10 anos.
Acordo com União Europeia
A expectativa é que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia seja anunciado em dezembro deste ano, segundo o embaixador Ronaldo Costa Filho, diretor do Departamento de Negociações Comerciais e Extraregionais. «A União Europeia tem grande interesse em firmar o acordo. O compromisso é irreversível», disse.
Segundo Ronaldo, os dois blocos comerciais precisam delimitar claramente o que entrará na negociação antes do anúncio. «Temos que ter clareza sobre o que vai estar na mesa. Do nosso ponto de vista, a agricultura, e dos europeus, os bens industriais», declarou.