En el Día de la Independencia de Brasil el Grito de los Excluidos se moviliza contra la reforma laboral del presidente Temer
En el Día de la Independencia de Brasil el Grito de los Excluidos denuncia la vuelta de la miseria y la exclusión social
Este 7 de setiembre, fecha en que Brasil celebra la fiesta de la Independencia, el Día de la Patria, también se celebra el Grito de los Excluidos, una actividad que desde hace 23 años reúne a los movimientos pastorales, sociales y sindicales del país para “mostrar la realidad de los excluidos y excluidas del banquete del mercado”.
Las movilizaciones que se realizan en todo el país traen en su concepción la denuncia de la estructura opresiva y excluyente de la sociedad y del sistema neoliberal, factores que, según los impulsores, niegan la vida e impiden soñar.
Este año el Grito de los Excluidos se realiza bajo el lema ” Por derechos y democracia, la lucha es todo el día”, y con tres temas centrales: democracia, derecho y lucha. Según los organizadores, los temas reflejan los objetivos de la manifestación: denunciar la estructura agresiva y excluyente de la sociedad y la pérdida de derechos de los trabajadores.
Según detalla Brasil de Fato la movilización fue idealizada en 1994 y se realiza desde 1995. Los organizadores citados por dicho medio expresaron que “a diferencia de 1994, la situación del desempleo, exclusión social, es muy similar, pero ahora tiene un componente nuevo que es el ataque a los derechos laborales y previsionales y la congelación de recursos en las áreas sociales”.
Para Raimundo Bonfim, coordinador de CMP, “la situación actual de desempleo, miseria y exclusión social es más grave que en 1994, cuando se realizó la primera edición del grito de los excluidos”.
El Grito de los Excluidos se celebra el Día de la Independencia de Brasil justamente “para resaltar esa situación de independencia, de dignidad y respeto a la vida. La idea es dar oportunidad para que las personas que no tienen voz, principalmente los pobres y marginados, puedan expresarse”.
Contra la reforma laboral
En el marco del Día de la Independencia y del Grito de los Excluidos la Central Única de Trabajadores (CUT) inició este jueves una recolecta de firmas con el fin de apoyar un Proyecto de Ley de Iniciativa Popular que busca invalidar la reforma laboral impulsada por el gobierno de Michel Temer.
La CUT espera recolectar más de 1.300.000 firmas para revocar legislación laboral según los sindicatos irá contra los derechos de los trabajadores y perjudicará el mercado laboral.
Los trabajadores se han planteado presionar a la Cámara de Diputados para que revise y anule la legislación impuesta por Temer y explicaron que la Constitución Federal permite que miembros de la sociedad civil presenten un proyecto de ley a la Cámara baja, siempre que este cuente con el respaldo de un número determinado de ciudadanos repartidos al menos en cinco Estados de la nación.
El presidente de la CUT, Vagner Freitas, dijo que el día de la Independencia es el mejor día para lanzar la campaña que busca la “anulación contra ese verdadero robo de los derechos de los trabajadores promovido por el ilegítimo y golpista Temer”.
A su vez afirmó que los cambios que propone la reforma laboral “solo son buenos para los malos patrones que financiaron el golpe” contra Dilma Rousseff, ya que para la fuerza trabajadora “esa propuesta es un desastre”.
Grito dos Excluídos denuncia retrocessos de Temer, Alckmin e Doria
O 23° Grito dos Excluídos reuniu cerca de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, na manhã de hoje (7), para denunciar a piora nas condições de vida e protestar contra as reformas e privatizações propostas pelos governos do presidente Michel Temer (PMDB), do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). O lema deste ano foi «por direitos e democracia, a luta é todo dia». Segundo os participantes do ato, essa luta tem revelado um caráter cotidiano.
O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, destacou que esta edição do Grito marca uma mudança na situação do país. «É muito triste que chegamos aqui nessa situação. Desde 1995 – primeiro ato do Grito – tivemos avanços na redução da desigualdade e da exclusão social. Hoje estamos de volta ao mapa da fome», afirmou. «Queremos denunciar o desmonte em todos os níveis de governo. E gritar na esperança de que podemos reverter essa situação», completou.
Dentre os principais pontos críticos destacados pelos movimentos sociais, estão a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos, e as propostas de privatização dos governos Alckmin e Doria, além do severo congelamento de verbas em áreas sociais, perpetrado pelo prefeito de São Paulo. «Além de autoritário, antipovo e elitista, é um governo com ações higienistas, com nítido objetivo de favorecer a especulação imobiliária», diz a carta dos movimentos.
Para a população presente, porém, há problemas urgentes dentro de casa. Desempregada há dois anos, Tatiane Oliveira, 20 anos, participa há cinco anos do Grito dos Excluídos. Ela mora com o marido e dois filhos pequenos em uma ocupação do Movimento Moradia para Todos (MMPT). «A condição de vida piorou bastante. Sou vendedora com experiência, mas estou há dois anos sem conseguir trabalho. Pagar aluguel é impossível, hoje está difícil até comprar comida», relatou. O marido dela acabou de conseguir trabalho, após quase três anos desempregado.
O gráfico Fábio Damasceno, de 42 anos, e a esposa, a assistente administrativa Greice Silva, de 35 anos, se conheceram no Grito, há cinco anos. Hoje trouxeram o pequeno Rogério, de um ano e oito meses, ao ato. «Já estou há nove meses desempregada e sem nenhuma perspectiva», lamentou Greice. Para dificultar mais, não conseguem vaga para o filho em nenhuma creche.
«Está muito difícil pagar as contas. Paga uma e deixa outra pro mês que vem. O aluguel consome 30% do que ganho e o resto a gente vai equilibrando até o fim do mês», relatou Damasceno.
A professora Lucilene Silva estava revoltada com a apatia da população. «A gente tem de ir pra rua. Só assim vamos mudar essa situação. Estão desmontando o país, do Oiapoque ao Chuí», afirmou. Para ela, a situação é a mais grave que o país já passou. «O povo está mais pobre, as coisas estão mais caras, não temos perspectiva e ainda querem cortar vários serviços», disse.
Os manifestantes saíram da Avenida Paulista e desceram a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio até o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera. O ato foi pacífico, com pouca presença de policiais. À frente, um grupo batia panelas, simbolizando a miséria que assola a população novamente.
«Trouxemos as panelas para mostrar que elas agora estão vazias. Desemprego, salário defasado. A burguesia bateu panela cheia, dizendo que era contra a corrupção, e ajudou a colocar uma máfia no poder», afirmou Miriam Hermógenes, coordenadora nacional da CMP.
Mobilização nacional
Os atos do Grito dos Excluídos foram realizados hoje também em Dourados e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; nas capitais de Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Porto Velho, Rio de Janeiro e Fortaleza; nas cidades de Cascavel (PR), Eunápolis (BA), Campina Grande (PB), Juiz de Fora (MG); e também em cidades do interior de São Paulo, como Campinas e São José do Rio Preto.
Confira entrevista de Raimundo Bonfim, da CMP, para a TVT:
O grito dos excluídos não é desabafo, é luta!
Caríssima Profa. Rosimery Leite dos Santos, Pesqueira, PB
Sou solidário à amiga. Sua luta como agente popular e político é imensamente inspiradora aos que não se desanimam, mas se revitalizam com mais fôlego e ímpeto na luta por mudanças profundas.
Solidarizo-me nas suas angústias com situação difícil que vive, a mesma que atinge o povo brasileiro como se num incêndio de grandes proporções e incontrolável.
Neste 7 de setembro o povo atualiza o grito do Ipiranga, agora com os injustiçados pelos golpe neoliberal nefasto.
Ao invés do assustado e confuso grito por independência ou morte”, agora gritamos contra a dependência ao Norte e aos seus capachos que vendem o Brasil no balcão de negócios com a colaboração dos vendidos e vendedores do parlamento, do judiciário, da mídia, de setores do empresariado nacional, da omissão e susto de parte da classe trabalhadora.
Nosso grito é a força que se diferencia da miséria moral dos traidores que desonram Zumbi, Tiradentes, Lamarca, Marighella e tantos anônimos que ainda hoje se calam sob as pressões e torturas, para não dar fôlego aos entreguistas e algozes da Pátria e do povo brasileiro.
O grito dos excluídos de 2017 não é mero desabafo. É o grito contra o golpe que se pretende longevo e de alta destrutividade nacional, da democracia, dos direitos sociais e humanos de nossos trabalhadores e pobres.
O grito dos excluídos tem que ser maduro pela profundidade e consequência prática de sua organização e mobilização na luta.
Excluídos somos todos nós povo brasileiro. O projeto golpista não abre sua mesa para o povo e sua sagrada classe operária.
Nosso grito recupera a frase de Josué de Castro, autor da grande obra “A Geografia da Fome”, que rezava: “o um terço da humanidade não dorme de medo dos dois terços que passam fome”.
Nossa luta ultrapassa o desabafo dos slogans e palavras de ordens para buscar o sentido da organização com método, com objetivos claros, com unidade no essencial e com disposição ao sacrifício e entrega da vida pela libertação do povo.
A abrangência no alcance da sociedade atingida pela pior das tragédias, que é a alienação estagnativa e da falsa indignação feita de xingamentos, rezas sem compromisso social e resmungos dentro de casa, graças à obra satânica da mídia e de muitos outros aparelhos ideológicos, deve ser o alvo do grito que “desesxcluirá” nosso povo para sempre.
Nosso grito dos excluídos avançará bem para além deste 7 de setembro para atingir níveis de organização permanente, crescente, abrangente e heroica.
O grito dos excluídos de 2017 será o maior de todos, que se levantará rico e intenso para ser ouvido em todo o planeta e pelas estrelas, libertando o Brasil e nosso povo das garras não só do golpe de agora mas do sistema golpista neoliberal, esta face desgraçada do inferno capitalista.
Basta de slogans, de desabafos escapistas e catarses sem consequências!
Se os golpistas pensam se eternizar o grito dos excluídos tem que ser para arrancá-los sem falsa piedade de suas estruturas feitas armas letais contra a liberdade e os direitos sociais.
Basta de golpe! Basta de desabafos e fofocas. O grito tem que ser profundo, inteligente, criativo e surpreendente, já!
Abraços críticos aos meros desabafos e gruídos, mas abraços fraternos a todos que gritam e lutam organizada e unitariamente sempre!. .