Brasil: el PDSB discute si sigue apoyando a Temer y continúan las protestas para que renuncie

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PSDB discute nesta segunda permanência ou desembarque do governo Temer

A executiva nacional do PSDB tem uma reunião marcada para a tarde desta segunda-feira (12), na sede do partido em Brasília, para discutir a permanência ou a saída da base do governo Michel Temer.

A sigla é uma das principais aliadas do governo, mas integrantes do PSDB passaram a defender o desembarque após denúncias da delação premiada da JBS envolverem o nome do presidente.

O encontro da cúpula do partido está marcado para o fim da tarde desta segunda. O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), que compõe a executiva do partido, explicou que o espaço será aberto para que os membros da direção partidária, os governadores e as bancadas no Congresso apresentem seus posicionamentos.

De acordo com o deputado, a análise do PSDB levará em conta se há, ou não, um cenário de estabilidade na gestão Temer. Se não houver convergência pela saída ou pela permanência no governo, informou ao G1, a decisão poderá ser tomada por votação.

“Na Câmara, tem os que querem sair imediatamente e outros querem aguardar. O mais importante é a responsabilidade com a questão econômica”, afirmou, explicando que o partido continuará defendendo as reformas na economia, mesmo se sair do governo.

Tripoli ressaltou que não é obrigatório que uma decisão seja tomada já nesta segunda. A possibilidade de que o Ministério Público apresente uma denúncia contra Temer é considerada um fator que pode guiar a posição do partido. “(A decisão) vai depender do monitoramento disso”, afirmou.

De acordo o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, e o presidente Michel Temer articulam para manter a legenda na base do governo. A interlocutores, Aécio tem defendido que o PSDB permaneça no governo.

Atualmente, os tucanos comandam quatro ministérios na Esplanada: Relações Exteriores, Secretaria de Governo, Cidades e Direitos Humanos.

Para Temer, a permanência do partido na base seria importante não só pela sustentação política, mas também porque o PSDB é um dos principais apoios do governo na aprovação das reformas enviadas pelo Planalto parao Congresso.

Delação da JBS

Como parte do acordo de delação, Joesley Batista, executivo da JBS, entregou às autoridades o áudio de uma conversa que teve com Temer em março deste ano. Com base no material, a Procuradoria-Geral da República pediu a investigação de Temer, que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal.

A procuradoria afirma, entre outros pontos, que houve “anuência” do presidente Michel Temer ao pagamento de propina mensal, feito por Joesley, para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A PGR também alegou que Temer agiu para impedir avanços da Operação Lava Jato.

Desde o surgimento das denúncias, no final de maio, o presidente negou os fatos narrados pela delação. Mas os esforços de Temer não foram suficientes para evitar incertezas na base aliada.

O Globo


Mulheres mobilizadas em São Paulo querem a saída de Temer e eleições diretas

Movimentos de mulheres e organizações feministas realizam ato-show, no Largo do Arouche, em São Paulo, neste domingo (11), para exigir a saída do presidente Michel Temer (PMDB-SP) e a realização de eleições diretas já. O ato, convocado por artistas, intelectuais e atletas conta com a participação das cantoras Maria Gadú, Tulipa Ruiz, Ana Cañas, Lurdez da Luz, entre outras.

«A gente não quer só que o Temer caia. A gente quer ele caia pelas nossas mãos. E a gente quer mais que eleições diretas, a gente quer barrar as reformas», diz Camila Kfouri, uma das articuladoras do momento, em entrevista à RBA.

Além da mudança do atual governo e a realização de novas eleições, a manifestação intitulada Mulheres Pelas Diretas e Por Direitos também marca posição contra a retirada de direitos dos trabalhadores representada pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência, que as prejudicarão ainda mais gravemente.

Elas também reivindicam o combate a todas as formas de violência contra a mulher e lutam pela derrubada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 29/2015, que proíbe o aborto mesmo em caso de risco à vida da gestante, gravidez gerada por estupro ou fetos com anencefalia, hoje considerado legal para estes casos.

«Sai daí, Temer golpista! Eu quero mais do que as diretas, eu quero direitos. Aqui tem guerreira, o Brasil não é feira», exclamou a MC Bárbara Bivolt. Já a rapper feminista Luana Hansen ressaltou a luta por direitos. «Nenhum direitos a menos. Enquanto a Justiça estiver fazendo isso, a gente vai lugar pelos nossos direitos.»

Sonia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), ressaltou que o golpe parlamentar que colocou Temer no poder é «misógino» e aprofunda a retirada de direitos, principalmente das mulheres. Ela diz que o pleito por mais direitos está vinculado a uma plataforma popular e feminista. «Enquanto a gente está lutando contra as reformas, eles tentam retirar o direito das mulheres ao aborto legal.»

Miriam Hermógenes, da Central de Movimentos Populares (CMP), convocou as mulheres a participarem da greve geral marcada para o próximo dia 30, contra as reformas e pela saída de Michel Temer. «A greve não é dos sindicatos. É dos trabalhadores e trabalhadores. Se não pararem essas reformas, se o temer não cair, o Brasil vai parar.»

A MC Brisa Flow lembrou que as vozes, no ato-show, são das mulheres, mas o diálogo é com todos. «O problema da violência contra a mulher é um problema de todos. Não é um evento exclusivo das mulheres. Eles tentam invisibilizar a gente dentro da política, dentro das artes, na vida, em geral, e na sociedade. Enquanto a gente não estiver nem no poder e nem na política, não vai ter direitos para nós. Por isso, a gente está aqui pelas diretas, e por direitos.»

Já as «manas» do Slam das Minas e Trans-sarau pediram diretas e direitos, com poesia, contra o machismo e a transfobia, por «liberdade, luta e gozo», pelo direito de «existir e ocupar», com sequência de poesias declamadas que, além da mulher, abordam a pobreza e a vida na periferia, com suas dificuldades, desafios e preconceitos.

«Somos contra essas reformas absurdas desse governo golpista e machista. A onda agora é ir para as ruas e resistir», diz a cantora e compositora paraense Aíla, que também sobe ao palco no Largo do Arouche.

«Temer não será deposto pela Rede Globo, será deposto por nós, nas ruas». A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, afirmou que há risco de consolidação de um «fascismo social», que ataca os direitos das mulheres, e lembrou, como exemplo, da disputa judicial com o ator Alexandre Frota, condenada a pagar R$ 10 mil reais por afirmar que o ator estimula a cultura do estupro.

«Não é só contra mim, é contra todas as mulheres. Nenhuma mulher a menos. Pela descriminação e legalização do aborto. Tudo isso só será conquistado com eleições diretas. Não existe democracia sem o voto soberano. Nós queremos votar. Com esse Congresso que está aí, não conseguiremos nada», afirmou Eleonora.

Já a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP) afirmou que o ato serve para mostrar que «as mulheres podem, sim.» Aquele Congresso tirou uma mulher eleita, querendo dar um recado para nós mulheres. Mas eles se enganam. Eles não sabem que nós, mulheres, temos a força para avançar.» Ela também destacou que as reformas da Previdência e trabalhista as afetam ainda mais gravemente. «Tudo isso vai bater diretamente nas mulheres.»

Rede Brasil Atual


Milhares gritam Fora Temer no Farol da Barra em Salvador; assista ao vivo

Milhares se reúnem no Farol da Barra, principal cartão postal e ponto de concentração em Salvador, na tarde deste domingo (11) no movimento Bahia pelas Diretas Já, pela saída do presidente Michel Temer (PMDB-SP) e pela derrubada das reformas trabalhista e da Previdência.

O ato-show tem a presença confirmada de Daniela Mercury, da banda BaianaSystem, das cantoras Márcia Castro, Larissa Luz e o maestro Carlos Prazeres, da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA).

Já em cima do trio, o grupo Fall Clássico, voz da periferia de Salvador, se manifestou contra «as opressões do dia a dia». «Não ao genocídio da juventude negra. Não à violência contra a mulher. TSE, vamos acordar!»

Também participam da mobilização movimentos sociais e partidos que compões as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.

Rede Brasil Atual


Em denúncia, Janot vai ligar Temer a mala de R$ 500 mil entregue a Loures

Na denúncia que prepara contra Michel Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai ligar o presidente ao recebimento da mala com R$ 500 mil pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso desde o último dia 3.

No entendimento de investigadores, segundo a Folha apurou, o conjunto de provas reunidas sobre a propina acertada com a JBS só faz sentido se forem considerados a influência e o poder de Temer.

A denúncia, que deve ser protocolada até a próxima semana no STF (Supremo Tribunal Federal), juntará os pontos que envolvem o presidente nos episódios.

Na avaliação de investigadores, não é preciso comprovar que Temer recebeu o dinheiro da mala, mas que teve atuação na operação para o seu recebimento por Loures.

O enredo traçado pela Procuradoria inclui a intermediação de Loures no agendamento do encontro entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista, a orientação do presidente para o empresário tratar com o ex-deputado, o diálogo do acerto da propina e o flagra da entrega da mala.

Um dos principais indícios de que o acerto envolveu Temer, na avaliação dos investigadores, está em diálogo, entre Loures e o executivo da JBS Ricardo Saud, gravado pela Polícia Federal em um café em São Paulo.

A conversa antecedeu o recebimento da mala, entregue por Saud, e deixou implícita a existência de uma terceira pessoa por trás do acordo, segundo integrantes da investigação. No diálogo, aparece a menção a «presidente».

A intenção de Janot é denunciar Temer pelo crime de corrupção passiva, tipificado como o recebimento de vantagem indevida «para si ou para outrem» valendo-se do cargo que ocupa. A pena é de 2 a 12 anos de prisão.

A inclusão de outros crimes, como obstrução da Justiça, está em análise, podendo fazer parte de uma segunda denúncia, conforme a Folha apurou. O presidente nega ter cometido crime e ter relação com a mala recebida pelo seu ex-assessor especial.

O prazo de dez dias para a Polícia Federal entregar o relatório do inquérito à Procuradoria-Geral da República terminaria na terça (13), mas a PF pediu prorrogação.

Após o relatório, Janot tem cinco dias para oferecer a denúncia, mas pode adiantá-la. Para o plenário do STF transformar Temer em réu, é preciso autorização da Câmara.

Em caso de aval, os ministros do STF podem acolher ou recusar a denúncia. Recebida, Temer vira réu e é afastado do cargo por até 180 dias. Se o julgamento não terminar, ele segue processado, mas no cargo.

PONTOS

«Ele [Temer] prefere te atender à noite, no Jaburu, a partir de umas 11 da noite, dez horas», disse Loures a Joesley em 6 de março, agendando para o dia seguinte o encontro em que o empresário gravou o presidente. Joesley também gravou Loures.

Na noite de 7 de março, na conversa com Joesley no Palácio do Jaburu, Temer indicou Loures para tratar de assuntos de interesse do grupo J&F, que controla a JBS. «Pode passar por meio dele [Loures]. É da minha mais estrita confiança», diz o presidente.

Após a orientação presidencial para a JBS tratar com Loures, ele se encontra com Saud em um café em uma área nobre de São Paulo. Combinada com Saud, que àquela altura havia virado delator, a PF grava a conversa.

«Você já tem, pra mim te entregar, R$ 500 mil […] Nessa semana de 15/4 a 21», diz Saud ao ex-deputado.

«Se for você [receber a propina], eu levo lá em Brasília pra você […] Mas como que ele quer? Fala ‘presidente, tá lá, e tá’… Nós não vamos falhar [nos pagamentos]…», afirma Saud a Loures.

Posteriormente, na delação, Saud e Joesley relataram que foram acordados pagamentos de R$ 500 mil por semana ao longo de 20 anos como retribuição a favores no Cade. Para investigadores, o valor, que atingiria cerca de R$ 480 milhões, é alto demais para ser só para o deputado.

DIÁLOGO

Crucial para a denúncia na avaliação de investigadores, o diálogo entre o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o executivo Ricardo Saud, da JBS, em um café na capital paulista deixaria implícita a participação do presidente Michel Temer no acerto da propina.

No trecho em que falam de valores e formas de fazer os repasses semanais, Saud cita duas vezes o «presidente» –também mencionado antes ao menos quatro vezes, por ambos, em outros contextos.

«Na realidade, eu vou consultá-lo primeiro, vou pedir pro Edgar… Primeiro eu vou consultar com ele, e ver se esse procedimento pra ele…», diz Loures, após Saud lhe falar dos pagamentos.

O ex-deputado prossegue: «O nome dele é Edgar. Eu vou perguntar pro Edgar se o Edgar, porque o Edgar fica em São Paulo e é ele que faz a gerência das coisas.»

Nas 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao presidente na última segunda (5), Temer é questionado sobre alguém próximo a ele chamado «Edgar». Mas não respondeu.

A conversa no café prossegue. «O Edgar trabalha com o presidente?», diz Saud. «Mas primeiro eu vou falar com ele», diz Loures. «Não, claro», responde o executivo.

«O problema é o seguinte: as outras, os outros caminhos estão todos congestionados. Então esse é um outro caminho», explica Loures. O trecho seria, segundo a investigação, uma referência às formas de repassar a propina.

«Eu não vou me arriscar. Se for você, eu levo lá em Brasília pra você, levo onde você quiser, agora, se for outra pessoa, aí eu vou mandar outra pessoa fazer também. Mas como que ele quer? Fala ‘presidente, tá lá, e tá’… nós não vamos falhar…», diz Saud.

«A princípio…», diz Loures. «É esse Edgar», interrompe Saud. «Mas primeiro eu vou falar com ele», repete Loures, quase encerrando.

Presidente na mira

PGR prepara denúncia que ligará Temer ao recebimento de mala com R$ 500 mil

‣ INTERMEDIÁRIO

Ex-deputado e ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) marca encontro entre presidente Michel Temer e Joesley Batista, dono da JBS

‣ ELE RESOLVE

Temer indica Loures como homem de sua confiança para tratar de assuntos de interesse de Joesley, como questões no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)

‣ FIGURA OCULTA

Loures e Ricardo Saud, executivo da JBS, conversam em um café em São Paulo sobre o acerto dos pagamentos de R$ 500 mil por semana. Para investigadores, conversa deixa implícita existência de um terceiro por trás do acordo

‣ PAGAMENTO

Loures é filmado recebendo de Saud uma mala com R$ 500 mil em uma pizzaria em São Paulo

Folha de S. Paulo

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