Brasil: miles de personas exigieron la renuncia de Temer en la playa de Copacabana

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Brasil: Miles de manifestantes protestan contra Temer en Río de Janeiro

Miles de personas protestaron este domingo en Río de Janeiro contra el presidente de Brasil, Michel Temer, envuelto en un grave escándalo de corrupción. La concentración fue convocada por los movimientos sociales y principales sindicatos del país.

En un ambiente festivo en Copacabana, los manifestantes portaron camisetas con la frase “Fora Temer” (Fuera Temer), lema que ha vertebrado las protestas en contra del mandatario, que se han multiplicado después que la Corte Suprema abriera una investigación en su contra por supuesta corrupción pasiva, obstrucción a la Justicia y asociación ilícita.

El acto estuvo animado por una extensa programación musical: Caetano Veloso, Mano Brown, Criolo, Cordao da Bola Preta, Teresa Cristina, Mart’Nalia, Otto María Gadu, Pretinho da Serra, entre otros artistas. También participaron de la manifestación varios actores brasileños como Wagner Moura, conocido por su interpretación en la película “Tropa de Élite” y la serie “Narcos”.

Las sospechas sobre Temer surgieron a raíz de los testimonios a la Justicia de ejecutivos del grupo JBS, quienes acusaron a Temer de recibir coimas desde 2010 y aportaron una explosiva grabación, en la que el mandatario escucha en silencio o consiente posibles delitos.

Desde entonces, el Gobierno de Temer sufre la mayor crisis desde que está en el poder, pues ha perdido el apoyo de varios partidos de su base oficial e incluso la oposición y algunos legisladores aliados han exigido su renuncia inmediata.

El Ciudadano


Ato no Rio reúne mais de 100 mil pessoas pelas Diretas Já

Cerca de 100 mil pessoas foram à praia de Copacabana, no Rio, neste domingo (28) para participar do ato promovido por artistas e movimentos populares para exigir a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas. A estimativa é dos organizadores. A Polícia Militar não divulgou estimativa. O ato-show, que começou por volta das 11h e foi até as 18h30, reuniu intelectuais, músicos, atores, parlamentares, e lideranças sindicais. Destaques para Caetano Veloso, Milton Nascimento, Mano Brown, Rappin’Hood, Milton Nascimento, Mart’nália, Teresa Cristina, Criolo, Cordão da Bola Preta,, Otto, Maria Gadú, BNegão, Elisa Lucinda, os atores Vagner Moura, Gregório Duvivier, Osmar Prado, Antonio Pitanga, Bemvindo Siqueira, dentre outros.

As apresentações musicais foram intercaladas com discursos que terminavam em coros de «Fora, Temer!» e «Diretas Já». Sem a presença ostensiva da força policial, o ato transcorreu o tempo todo de forma pacífica e nenhum incidente foi registrado.

«A gente tem hoje um presidente ilegítimo, impopular e criminoso. E esse Congresso, com maioria investigada por crime de corrupção, não tem moral para eleger um novo presidente, não pode. Só as eleições diretas vão tirar o país desse buraco em que a gente está hoje», defendeu Gregório Duvivier.

Cantora, poeta e atriz, Elisa Lucinda fez um pronunciamento em favor do amadurecimento da cidadania e da democracia brasileiras, e dos direitos dos trabalhadores. «Dirão para eu deixar de ser boba, porque desde Cabral todo mundo rouba. Eu digo que não, esse será meu Carnaval, só com o tempo a gente consegue ser ético e livre, e não admito que tentem tirar minha esperança. Não dá para mudar o começo, mas podemos mudar esse final.»

O presidente da CUT, Vagner Freitas, e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, reafirmaram a disposição para a mobilização popular pelo restabelecimento da normalidade democrática no país.

Freitas afirmou que vai chamar greve geral caso as reformas continuem tramitando no Congresso. «Não adianta o ‘Fora, Temer!’ e manter as reformas. Por que a Globo golpista quer derrotar o Temer? Porque eles acham que o Temer não consegue aprovar as reformas, então eles querem colocar um golpista pior para acabar com nossa aposentadoria. Deixo um comunicado a todo o povo: se as reformas continuarem, já convoco os trabalhadores e trabalhadores a fazer a maior greve geral da história do país».

«Esse grande ato-show pelas ‘Diretas Já’ vai além dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda. Esse movimento representa os 85% da população brasileira que quer escolher seu presidente. A população sabe que a única saída para a crise política é chamar o povo a decidir. Ontem o grito é em Copacabana, mas esse movimento vai tomar o país nas próximas semanas», afirmou Boulos.

Parlamentares também marcaram presença no ato, incluindo o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Marcelo Freixo (Psol-RJ). «Para aqueles que falam que não existe solução jurídica para fazer diretas, eu digo que isso é falso! Na terça-feira vamos votar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a PEC das Diretas. E já vamos mandar um recado para aquele Congresso: nós não vamos participar de nenhuma eleição indireta! Só o povo pode dar legitimidade a um novo presidente da República!», discursou o senador Lindbergh.

«A gente está onde a gente deveria sempre estar, nas ruas. Chegou a hora de derrotar a cultura do golpe, tem de ter eleições diretas imediatamente», disse o deputado estadual Freixo.

Entre as atrações mais esperadas, Caetano Veloso e Milton Nascimento optaram por não discursar, como fizeram outros artistas. Caetano, que subiu ao trio elétrico por volta das 17h, soltou um «Fora, Temer!», antes de começar sua primeira música, Podres Poderes, que cantou acompanhado por Maria Gadú. Milton apenas cantou «Paula e Bebeto», «Coração de Estudante» e «Nos Bailes da Vida».

O ato-show foi encerrado por B-Negão que lembrou um de seus primeiros sucessos, «A verdadeira dança do patinho», com parte da letra atualizada para o cenário político brasileiro, desde a movimentação pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Rede Brasil Atual


Movimentos sociais lançam plano para novo governo com eleições diretas

Movimentos sociais, entre os quais a Frente Brasil Popular e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), lançam na segunda-feira (29), em São Paulo, um plano popular para um governo de emergência, caso ocorram eleições diretas ainda este ano no país. A iniciativa surge com o agravamento da crise política, depois que o governo de Michel Temer foi denunciado por gravações do empresário Joesley Batista, da JBS, em conversa na qual endossa o pagamento de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) para que mantenha silêncio em relação aos desmandos de Brasília.

O documento, que se propõe como uma garantia para que o governo de emergência responda aos interesses dos trabalhadores, possui 10 áreas temáticas. Um dos pontos principais diz que esse novo governo deve enviar ao Congresso Nacional a convocação de uma assembleia constituinte que regulamente um novo regime político para a eleição de 2018, sem influência do poder econômico, o que garantiria que os parlamentares fossem eleitos de acordo com a representação da sociedade brasileira.

“Se a metade do povo é negro, metade dos parlamentares tem que ser negros. Se metade do povo são mulheres, metade dos representantes devem ser mulheres. É necessário ter regras que garantam que o povo de fato escolha seus representantes, não como agora, em que 80% dos parlamentares são empresários e quem não é foi bancado por eles”, disse um dos coordenadores do MST, João Pedro Stédile, em vídeo ao vivo divulgado nesta sexta feira (26) na página do movimento no Facebook.

A partir do lançamento do plano, os movimentos farão cartilhas, vídeos, memes e panfletos para que o plano popular de emergência chegue ao maior número possível de pessoas, que poderão acompanhar as propostas e cobrar os governantes. “As eleições diretas são a bandeira política necessária. Elas se completam com vontade política da classe trabalhadora de apresentar um plano real e sair da crise política, econômica, social e ambiental que estamos vivendo”, disse Stédile.

“Outro exemplo é na economia. É preciso ter quase 20 milhões de pessoas desempregadas? O governo tinha que colocar dinheiro na indústria e na agricultura que é o que gera emprego. Se tivesse início um plano de construção de casas populares, movimentaria a indústria de construção civil, de produção de vidros e de outras áreas, gerando empregos”, disse. O lançamento ocorrerá às 19h de segunda-feira, no Tucarena, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), zona oeste de São Paulo.

Conjuntura

O coordenador do MST afirmou que acredita que o governo de Michel Temer, classificado por ele como um governo golpista, esta chegando ao fim após as delações de Joesley Batista. “A Globo já abandonou Temer. Ele só continua no poder porque a burguesia ainda não fechou o nome para sucedê-lo, porque tem que ser também um nome palatável para a sociedade. Estão procurando e testando”, disse Stédile. “A burguesia está procurando um nome para ter uma saída pelas eleições indiretas, para colocar outro nome que continuaria com as reformas.”

“Há uma segunda via: há uma PEC (proposta de emenda à Constituição) no Congresso que estabelece eleições diretas neste ano para presidente”, afirmou. “A eleição indireta não resolve nada: a crise vai se aprofundar e a classe trabalhadora vai continuar pagando o pato. Esse Congresso foi eleito por R$ 6 bilhões pagos de forma legal por empresas para eleger parlamentares. Esse congresso é fruto de uma corrupção endêmica e não é representativo do povo brasileiro”, disse.

Stédile afirmou que os atos da última quarta-feira (24), que reuniram pelo menos 150 mil pessoas em Brasília, “assustaram os golpistas” que responderam com uma “operação de guerra”, como o coordenador do MST classificou a convocação das Forças Armadas por meio de decreto presidencial. “Temer se assustou e assinou um decreto chamando as Forças Armadas, quando elas próprias estão indignadas com o que está ocorrendo no Brasil. Todos acompanharam pela mídia como os militares foram a contragosto. Tanto que o decreto seria para uma semana e foi anulado dia seguinte.”

O coordenador do MST lamentou profundamente os dois atentados contra trabalhadores rurais ocorridos neste mês, um deles na própria quarta-feira (24), quando nove homens e uma mulher foram mortos em um acampamento na fazenda Santa Lúcia, localizada no município de Pau D’Arco, a cerca de 60 quilômetros da cidade de Redenção, sudeste do Pará, em função de uma ação das polícias Civil e Militar no local.

“Por que ocorreram esses ataques? Por que o golpe dado contra a democracia alterou a correlação de forças e a bancada ruralista agora se acha toda poderosa? Porque Temer dá carta branca para eles”, disse. “Três setores da sociedade se tornaram alvo do latifúndio: quilombolas, indígenas e os posseiros na fronteira agrícola. Esses setores da população ficam mais à mercê do Estado e da proteção da lei. Por isso, o latifúndio chega com toda a sua sanha.”

Stédile acredita que as manifestações vão aumentar e o governo Temer só terá uma saída: a renúncia. “Vejo com muito otimismo. Os ventos estão mudando e o povo voltou a ter esperança e a se mobilizar. Só essa força do povo mobilizado que arrancará as mudanças neste país. Nos próximos quatro anos, veremos anos de mudanças, com melhorias pra o povo, para essa geração de agora e para as próximas que virão.”

Rede Brasil Atual


Temer troca o comando da Justiça, alvo de críticas

O presidente Michel Temer demitiu ontem o ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB) e anunciou o jurista Torquato Jardim, então chefe da Transparência e Controle, como novo titular da pasta. A troca de nomes na Justiça marca mais um capítulo da tentativa de Temer de fortalecer a interlocução de seu governo com o Judiciário e dar respostas aos aliados sobre a crise política iniciada com a delação da J&F (holding que inclui a JBS).

Após a demissão, Serraglio foi convidado a assumir o Ministério da Transparência, responsável por firmar acordos de leniência. A troca foi antecipada pela Coluna do Estadão no portal estadao.com.br.

Nos bastidores, a demissão de Serraglio é atrelada a dois fatores. O primeiro seria sua ineficiência em estabelecer canais de comunicação com órgãos sob a tutela do ministério – como a Polícia Federal –, com outras instituições e com as cortes superiores.

No Palácio do Planalto, Serraglio era considerado “fraco” e a preocupação era ter um ministro da Justiça com interlocução no Judiciário, como tinham os ex-ocupantes da pasta Alexandre de Moraes e José Eduardo Cardozo. Contribuiu para a decisão de substituir de Serraglio a tentativa de uma escrivã da PF de tentar, por telefone, na quarta-feira passada, marcar uma data para o presidente ser ouvido. Na avaliação de interlocutores de Temer, Torquato terá mais “ascendência” sobre a corporação.

Na base aliada, o descontentamento com o ministro ficou mais evidente nas gravações de conversas do senador Aécio Neves (PSDB-MG) – agora afastado do cargo –, divulgadas no âmbito da delação da JBS. “O ministro é um b… de um c… Ele (Temer) errou de novo de nomear essa p…”.

Ao contrário de Serraglio, Torquato possui bom trânsito em ao menos duas cortes em que tramitam processos de interesses do governo Temer e é visto como um gestor de pulso firme que poderá influir de modo mais enérgico na Polícia Federal. Ele tem boa interlocução no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). No TSE, chegou a ser ministro entre 1988 e 1996.

A partir do dia 6 de junho os ministros do TSE vão julgar a ação proposta pelo PSDB contra a chapa Dilma Rouseff-Michel Temer. Visto até há pouco tempo como um possível caminho para livrar o peemedebista, o julgamento, após a delação JBS, agora é tido como a forma mais “constitucional” para a cassação do presidente.

No Supremo, Temer é alvo de um inquérito por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa.

Carne Fraca. O segundo fator está atrelado à Operação Carne Fraca, na qual Serraglio foi citado. O Estado apurou que a troca também se deve a informações sobre a negociação de delação premiada de dois investigados. O ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, e a chefe do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Maria do Rócio Nascimento – apontados pela Polícia Federal como líderes do esquema –, afirmaram à Procuradoria-Geral da República que Serraglio beneficiava o grupo investigado quando era deputado.

Os dois negociam um acordo de delação com a PGR. Serraglio apareceu em conversa interceptada pela PF chamando Gonçalves Filho de “grande chefe”. Já Maria do Rócio tratou o ex-ministro da Justiça de “o velhinho que está conosco”.

Se aceitar ficar com a Transparência, Serraglio mantém o foro privilegiado do deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Loures é suplente de Serraglio e assumiu o mandato do deputado após sua ida para o Ministério. Ele foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, executivo da JBS, e está sendo investigado no STF no mesmo inquérito de Temer.

Antes de assumir a pasta, Torquato chegou a atuar como advogado de Marina Silva e da Rede no processo para registrar o partido na Justiça Eleitoral, em 2015. Em junho daquele mesmo ano, artigo publicado no site de seu escritório, em julho de 2015, ele defendeu uma posição diversa da que a defesa de Temer apresentou no TSE – se dizendo contrário à separação da chapa.

Quando ainda não havia recebido o primeiro convite de Temer, Torquato também se mostrou cético sobre a possibilidade da Operação Lava Jato ter efeito concreto para o fim da corrupção no País.

Na ocasião, disse que os partidos políticos brasileiros são um “balcão de negócios” e citou o Centrão – grupo formado por 13 partidos pequenos e médios na Câmara dos Deputados – como exemplo de atuação “em nome da corrupção e da safadeza”. No cargo de ministro da Transparência, Torquato também defendeu que a regulamentação do lobby no Brasil (mais informações na pág. A6).

Estadao


Um olho no TSE, outro no Planalto: aliados preparam terreno para sucessor de Temer

Anunciada no dia anterior à revelação das primeiras informações sobre a delação do empresário Joesley Batista, a data de retomada do julgamento da ação que pode levar à cassação do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), passou a ser lembrada com expectativa nas conversas a portas fechadas sobre a eventual sucessão do peemedebista, que é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre os aliados de ontem, as quase duas semanas até o dia 6 de junho são tidas como um prazo razoável e oportuno para preparar o terreno para a eleição indireta que seria realizada pelo Congresso caso Temer tenha que deixar a Presidência da República.

Em reservado, parlamentares de partidos da base do governo admitiram à reportagem que já discutem possíveis candidatos para o pleito. Decidiram, no entanto, adiar qualquer definição pública até o resultado do julgamento eleitoral.

A incerteza sobre a postura de Temer diante da eventual impugnação da chapa em que foi vice da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) por abuso de poder econômico é outro argumento apontado pelos congressistas para justificar a cautela. No Palácio do Planalto, assessores ouvidos pelo UOL ecoam o discurso do presidente, que já veio a público três vezes desde que foi denunciado dizer que não renunciará.

«O presidente vai lutar até o fim. Em outras palavras, ele vai recorrer ao STF», garantiu um deles. Afastam, portanto, a ideia de que ser cassado seria uma «saída honrosa» para o peemedebista, suspeito de cometer os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça.

Principal aliado do PMDB no governo e dono da terceira maior bancada do Congresso, com 10 senadores e 47 deputados federais, o PSDB tem cada novo movimento observado com atenção pelo Planalto. O presidente nacional interino da sigla, senador Tasso Jereissati (CE), tem declarado que o partido manterá apoio a Temer até o julgamento do TSE.

Apesar dos posicionamentos públicos, ele já começou a debater a aliança com lideranças tucanas. Na última quinta (25), ele se reuniu com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria.

Na sexta, no entanto, Alckmin reforçou o discurso padrão da legenda, dizendo que agora cabe ao PSDB «apoiar o governo, apoiar o Brasil», mas deixou escapar vestígios da articulação preventiva ao negar ser candidato à eventual eleição indireta.

«Os dois grandes nomes são o presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati», declarou o governador, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista). A reportagem apurou que a sinalização não passou despercebida pelo radar do Planalto.

A possibilidade de «conspiração» dos tucanos, como classificou Temer, é rebatida com um argumento numérico. «O PMDB tem a maior bancada do Senado e da Câmara [são 22 senadores e 63 deputados, quase 1/6 do Congresso]. Será que o PSDB realmente vai querer enfrentar essa disputa?», questionou um assessor do Planalto, sob anonimato.

Entre partidos da base como o DEM e o próprio PSDB –que «hoje têm ideias muito parecidas sobre o país», segundo um senador–, há uma preocupação de não expor antes da hora nomes que poderiam ser escolhidos pelos parlamentares. «Se o Tasso quisesse ser presidente, a última coisa que ele iria querer era aparecer desde agora. O escolhido tem que aparecer como uma solução, não como um problema», declarou um senador tucano.

Há ainda a preocupação com os prazos legais previstos para a substituição. Com o posto de Temer vago, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria até 30 dias para convocar a eleição indireta. «É bastante tempo», comentou um deputado. Também leva-se em conta o fato de que os votos dos 513 deputados e 81 senadores, que escolheriam o sucessor de Temer em sessão conjunta, teriam o mesmo peso.

Entre os nomes citados em conversas no Congresso durante a semana, o que mais foi ouvido pela reportagem foi o de Nelson Jobim (PMDB), que foi ministro e presidente do STF e ocupou ministérios da Justiça e Defesa nos governos de FHC, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma.

«Para liderar o país nesse momento, é preciso ter estatura. Nelson Jobim tem. Ricardo… Rodrigo Maia, não», afirmou um tucano, confundindo o nome do presidente da Câmara. «Mas é preciso esperar. Não duvido que muita gente se frustre e tenha que ver o Temer completar o mandato em 31 de dezembro do ano que vem», completou.

Impeachment «improvável»

Desde a noite do dia 17, quando vieram a público as primeiras acusações de Joesley Batista a Temer, já foram protocolados 13 pedidos de impeachment contra o presidente na Câmara dos Deputados –o último na quinta (25), pela OAB (Ordem dos Advogados no Brasil).

É consenso na base aliada –e também na oposição, reservadamente– que a aceitação de qualquer um deles por Rodrigo Maia é «improvável». Considerado «fiel» a Temer, o presidente da Câmara já declarou que não será «instrumento para desestabilização do governo».

A duração do rito de um processo como o do impeachment torna ainda menos possível a sua viabilidade política.

«Se o de Dilma, que tinha a base esfacelando e um presidente da Câmara [Eduardo Cunha] contrário a ela, durou mais de oito meses, imagina o de Temer», avaliou um parlamentar.

UOL


Video completo sobre el concierto en las playas de Copacabana

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