Brasil: empresario dice que Lula le pidió destruir pruebas de corrupción en Petrobras

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Ex-presidente da OAS diz que Lula pediu para destruir provas da Lava Jato

O ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro disse ontem (20), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu para destruir provas que pudessem fazer referência ao suposto pagamento de propina ao PT. A oitiva do empreiteiro foi feita na ação penal sobre a compra de um apartamento triplex no Guarujá (SP) pelo ex-presidente, fato investigado na Operação Lava Jato. Pinheiro está negociando acordo de delação premiada, mas os termos ainda não foram fechados com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ao narrar um suposto encontro com Lula, Pinheiro disse que foi perguntado pelo ex-presidente se o empreiteiro havia feito algum pagamento ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari no exterior. Na ocasião, Lula teria pedido que destruísse qualquer registro dos pagamentos.

«Eu tive um encontro com o presidente, onde o presidente textualmente fez a seguinte pergunta: ‘Léo, você fez algum pagamento a João Vaccari no exterior?’ Eu disse, não, presidente, eu nunca fiz pagamento a essas contas que nós temos com o Vaccari no exterior. ‘Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT através do João Vaccari? Você tem algum registro de algum encontro de contas de alguma coisa feita com o João Vaccari com vocês? Se tiver, destrua'», teria dito Lula, segundo disse Pinheiro a Moro.

No depoimento, Pinheiro disse que foi orientado pela direção da empreiteira, durante a construção do edifício, que o imóvel era destinado para a família de Lula e confirmou que o triplex nunca foi colocado à venda pela OAS.

Defesa

Em nota, a defesa do ex-presidente Lula declarou que Léo Pinheiro contou uma » versão acordada com o MPF [Ministério Público Federal]» para que o seu acordo de delação premiada seja aceito pela força-tarefa da Lava Jato.

«A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo – não presenciado por ninguém – no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao juízo, não mereceu nenhuma providência», argumentam os advogados.

De acordo com a defesa, Léo Pinheiro negou durante a oitiva ter entregue as chaves do triplex e negou que o imóvel tenha sido usado pelo ex-presidente ou por um de seus familiares.

«Perguntado sobre diversos aspectos dos três contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos», concluiu a defesa.

A pergunta que motivou as repostas de Léo Pinheiro foi feita pelo próprio advogado de defesa de Lula, Cristiano Zanin. O defensor queria saber se o empreiteiro tinha se reunido alguma vez com Lula.

Agencia Brasil


Lula: Léo Pinheiro mentiu para ser solto em acordo negociado con Moro

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou o empresário Léo Pinheiro, sócio da OAS, de contar nesta quinta-feira, 20, ao juiz Sérgio Moro, uma versão «acordada com o MPF» como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão.

No depoimento, Pinheiro disse ter sido orientado por Lula a destruir supostas provas de contribuições de campanha, que pudessem incriminá-lo na operação Lava Jato (leia mais). «Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel», diz o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, em nota.

Segundo o advogado, a versão de Pinheiro foi a ponto de «criar um diálogo», «não presenciado por ninguém – no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente.

«É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência», afirma.

Leia na íntegra a nota da defesa de Lula:

«Nota

Léo Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogatório, ontem, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel.

A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo – não presenciado por ninguém – no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência.

A afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a Lula é também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa.

Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente.

Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos.

Brasil 247

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