Ola de críticas al presidente de Brasil Michel Temer por definir el rol de la mujer en torno al hogar y el supermercado

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Michel Temer e sua «homenagem» no Dia Internacional da Mulher

No Dia Internacional da Mulher, data tradicionalmente marcada por passeatas e, neste ano, por um chamado de greve internacional em prol de direitos, Michel Temer fez uma «homenagem» ao 8 de março em que reduzia o papel delas na sociedade brasileira à tarefas como cuidar da casa, da formação dos filhos e do gerenciamento das compras no supermercado.

Criticado por criar um primeiro escalão do governo federal quase que exclusivamente masculino, Temer afirmou que «aqui e fora do Brasil» a mulher ainda é tratada como uma figura «de segundo grau, quando na verdade, ela deve ocupar o primeiro grau em todas as sociedades».

O peemedebista afirmou que dizia isso com «a maior tranquilidade», por ter absoluta convicção «até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela», do «quanto a mulher faz pela casa, o quanto faz pelo lar, o que faz pelos filhos».

«Se a sociedade vai bem, quando os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada educação e formação em suas casas. E seguramente isso quem faz não é o homem, isso quem faz é a mulher», afirmou.

O discurso durou pouco mais de 10 minutos e foi proferido no Palácio do Planalto, na presença de figuras como a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes e a advogada-geral da União, Grace Mendonça. A primeira dama, Marcela Temer, também esteve presente, mas falou por menos de dois minutos.

Temer aproveitou para exaltar sua participação nos ganhos de direitos femininos ao longo do tempo no Brasil, após lamentar que o direito ao voto só tenha sido dado às mulheres «nos idos de 1930».

No discurso, ele relembrou seu papel na criação das Delegacias da Mulher em São Paulo, durante sua gestão como Secretário de Segurança Pública na década de 1980. Ao citar ações no combate à violência de gênero e ao feminicídio, concedeu que são frutos do «movimento das mulheres», mas emendou que também fazem parte «da compreensão dos homens».

Outra gafe foi que, ao comentar o papel da mulher na economia, o presidente tenha optado por restringir tal participação na chamada economia doméstica. Nas palavras dele:

«Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes, por exemplo, de preços em supermercados do que a mulher. Ninguém é capaz de melhor detectar as eventuais flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico maior ou menor», afirmou.

Ao comentar a empregabilidade feminina e constatar que hoje, «graças a Deus», há mais oportunidades do que «no passado», ele tocou em outro ponto sensível na luta pelos direitos da mulher, que é a naturalização de que o trabalho doméstico é, essencialmente, feminino.

Segundo Temer, a eventual melhora nos índices econômicos significaria que, «além de cuidar dos afazeres domésticos», as mulheres teriam mais possibilidade de inserção no mercado de trabalho.

A desigualdade na divisão do trabalho doméstico, executado por 88% das mulheres, mas apenas por 46% dos homens, é, atualmente, uma grande reivindicação por parte das mulheres, uma vez que a assimetria costuma prejudicar a trajetória profissional feminina e restringir o papel do homem nos cuidados e nas atividades domésticas.

Graças a chamada dupla jornada, mulheres trabalham 7,5 horas a mais do que os homens no Brasil, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

«Porque hoje homens e mulheres são igualmente empregados. Com algumas restrições ainda. Mas a gente vê em muitas reportagens, das mais variadas, como a mulher hoje ocupa um espaço executivo de grande relevância.O número de mulheres que comandam empresas, que comandam diretorias, é imenso», declarou, sem levar em conta que, no Brasil, as mulheres ganham em média 30% a menos do que os homens e que são absoluta minoria nos cargos diretivos em empresas.

Segundo a ONU Mulheres, caso o cenário atual continue no mesmo ritmo, a paridade salarial de homens e mulheres nos mesmos cargos levará 170 anos para ser alcançada. Ou seja, apenas em 2186 a igualdade será atingida.

No topo da pirâmide o quadro também é de extrema desigualdade: só 16% das empresas no Brasil possuem mulheres como CEOs ou diretoras executivas.

A fala causou desconforto na plateia, de composição majoritariamente feminina e com a presença de servidoras e deputadas federais. Nas redes sociais, o descontentamento atingiu mulheres de todas as matizes ideológicas, como a professora da USP e uma das protagonistas do processo de impeachment de Dilma Rousseff, Janaina Paschoal, e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

Outras, ainda, ironizaram a fala do presidente, afirmando que ela parecia ser mais adequada ao século passado.

Na quinta-feira 9, em uma tentativa de minimizar a má repercussão da fala, Michel Temer recorreu às redes sociais para defender direitos iguais para homens e mulheres «em casa e no trabalho». Ele disse ainda não o governo não tolerará «preconceito e violência contra a mulher».

Carta Capital


Fala de Temer sobre mulheres gera reações no Congresso

A fala do presidente Michel Temer no Dia Internacional da Mulher, sugerindo que mulheres analisam melhor preços de supermercado e destacando seu papel nos “afazeres domésticos”, gerou reações no Congresso. Algumas parlamentares aproveitaram para pedir mudanças na reforma da Previdência.

A deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ), que é do mesmo partido de Temer, considerou a declaração do presidente «infeliz»:

– Foi uma declaração infeliz, sem dúvida. Mas tenho certeza que ele não teve a intenção de ofender as mulheres. O presidente não acha que a mulher é a grande amiga do fogão – disse.

Para a deputada, o presidente deveria ter aproveitado o dia para anunciar que o governo irá apoiar uma diferenciação na idade mínima entre homens e mulheres.

– O grande erro dele foi na questão da idade mínima para a reforma da Previdência. Hoje seria uma excelente ocasião para anunciar que a idade de aposentadoria para as mulheres será menor que a dos homens – defendeu.

Nas redes sociais, a declaração também não repercutiu bem. «Cada trecho do discurso do Temer é pior que o outro», escreveu um internauta.

A líder do PSB, Tereza Cristina (MS), defendeu o presidente, alegando que não se sente depreciada com o comentário. Mas, disse que, já que Temer reconhece que a mulher faz dupla e até tripla jornada, ao citar que são elas as responsáveis pelos afazeres domésticos, deveria também promover a mudança na idade mínima para aposentadoria.

– Eu nunca fui mulher do lar, mas tenho que ir no supermercado, levar meu filho ao médico. Não acho que ele seja machista. Ele reconhece que a mulher tem tripla jornada. De repente ele já até incorporou este fato e vai defender mudança na idade mínima para a mulher se aposentar. Podia ter anunciado isso hoje. O comentário pode até não ter sido muito feliz, mas não vejo como algo pejorativo – disse.

Para a deputada Shéridan (PSDB-RR), não houve conotação machista na fala do presidente.

RENAN DEFENDE TEMER

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) também defendeu a fala de Temer, afirmando que a mulher “serve também” para controlar preços, “mas não apenas para isso”.

— É comum e recomendável que as instituições promovam anualmente atos e solenidades em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres. Apoio enfaticamente todos eles, e não é de hoje. mas desde as mobilizações contra a carestia, dos movimentos de mulheres nos anos finais da ditadura, até hoje. Por falar em carestia, eu queria dizer que a declaração do presidente Michel Temer não foi feliz ao dizer que a mulher serve para controlar preços nos supermercados. Ela serve também para isso, mas não apenas para isso.

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O Globo


Feministas: Temer reforça em discurso papel da mulher subalterna

Temer ressaltou saber “o quanto a mulher faz pela casa”. Falou da importância da figura feminina para a criação dos filhos que, segundo ele, é tarefa da mulher e da capacidade que elas têm em “indicar os desajustes de preços em supermercados» e «identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico». As declarações geraram uma onda de críticas no país que foram destaque na imprensa internacional.

“As declarações do presidente ilegítimo manifestam mais uma vez a concepção retrógrada e conservadora das relações sociais de gênero, do papel da mulher na sociedade”, declarou Lúcia. Para ela, esse ideário está marcando a política desse governo de ataque à toda a legislação e políticas progressistas.

“Essa visão autoritária, patriarcal das relações eles vêm manifestando em todo o processo político no Brasil. Um processo impregnado de falta de caráter, atitudes sorrateiras, traição. Tudo faz parte de uma forma de ver o mundo e que corremos o risco de ver crescer na nossa sociedade porque a legislação que esse governo tem estimulado e implantado intervém em toda a legislação progressista”, comparou Lúcia.

Na opinião de Liége Rocha, secretária nacional da Mulher do PCdoB, o destaque dado por Temer ao papel doméstico da mulher aposta no atraso e não reconhece o avanço da mulher no mercado de trabalho e na participação social. “Ele tenta relegar a mulher a um papel secundário, não quer reconhecer nossa atuação como construtoras desse grande país que é o Brasil”.

Na primeira gestão da presidenta Dilma Rousseff, mais da metade dos empregos formais criados foram ocupados por mulheres. Um dos maiores programas de transferência de renda do país, o Bolsa Família, que atende 14 milhões de brasileiros, tem 93,2% de mulheres responsáveis pelo benefício.

Houve avanços, mas ainda tímidos. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2016 mostra que o trabalho doméstico continua sendo um dos líderes entre os postos ocupados por mulheres. Em março do ano passado, o trabalho não remunerado feito em casa somava 5,9 milhões de mulheres, 14% da população feminina.

De acordo com Ieda Castro, ex-secretária nacional de Assistência Social (SNAS) no governo da presidenta Dilma, o governo usa uma falsa tese de pente fino no Bolsa família para “impedir que as mulheres tenham uma transferência de renda e voltem à condição de subalternidade”.

Liége disse que Temer quer reforçar as estatísticas que jogam a mulher na invisibilidade. Segundo ela, nesse cenário, ganha força a ideia de ‘nenhum direito a menos’. “Hoje há mulheres exercendo funções relevantes em diversos espaços e, ao contrário do que pretende o presidente golpista, nós queremos avançar ainda mais. Nossa luta é para superar a sub-representação feminina nos espaços de poder enquanto Temer quer jogar as mulheres na invisibilidade”, criticou.

As manifestações do 8 de março unificaram os movimentos contra as reformas de Michel Temer, sobretudo a da Previdência Social. A denúncia da violência doméstica, a defesa do direito ao aborto se somaram às críticas ao projeto de Temer que ataca a proteção social prevista na Constituição brasileira de 1988.

“As estatísticas recentes têm mostrado a reprovação ao desempenho do ilegítimo presidente. Apontam que a maior parte da população vai se esclarecendo quanto ao caráter do golpe que sofremos no Brasil. O 8 de março mostrou a população indignada com o golpe que está sofrendo no mundo do trabalho e na sua história de vida e na sua perspectiva de velhice”, enfatizou Lúcia.

Vermelho


Temer vira piada internacional com discurso machista

A infeliz fala do presidente Michel Temer no Dia Internacional da Mulher, de certa forma um tanto quando blindada pela mídia tradicional brasileira, não passou despercebida na imprensa mundial. Temer foi motivo de chacota em várias regiões do mundo, pois grandes jornais escancararam a falta de senso de seu discurso em “homenagem” às mulheres no dia 8 de março.

“Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela [Temer], do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher”, afirmou o peemedebista. Como se já não bastasse, ainda disse que a mulher tem uma grande participação na economia do país porque é “capaz de indicar os desajustes de preços em supermercados” e “identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”.

A norte-americana CNN, por exemplo, destacou as críticas que as mulheres brasileiras fizeram após o discurso. “Presidente brasileiro é criticado ao elogiar as habilidades das mulheres no supermercado».

Já o espanhol El País foi mais direto: “O presidente do Brasil reduz o papel da mulher à casa e ao supermercado”.

O inglês The Independent, por sua vez, classificou a fala de Temer como “sexista”.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine também não perdoou: “Especialistas em trabalho doméstico, crianças, compras: Michel Temer só quis fazer um cumprimento às brasileiras no Dia das Mulheres. Mas a tentativa do presidente brasileiro saiu pela culatra”, diz a manchete.

Brasil 247


“Temer, ¿por qué no te callas?” – Por Dario Pignotti

¿Por qué no te callas? Esa recomendación fue una de las tantas que recibió Michel Temer después de haber afirmado que el lugar de las mujeres es el “hogar”, para criar a los hijos, y el “supermercado”, donde se regatean los precios para defender la economía doméstica ante los vaivenes de la inflación.

Lo había dicho el Día Internacional de la Mujer durante un discurso en el que dedicó algunas miradas estudiadas a su esposa, Marcela Tedeschi de Temer, quien aprobó las palabras de su marido con gesto propio de una “Primera Dama” que sobreactúa su obediencia.

La jefa del bloque del senadores del Partido de los Trabajadores, Gleisi Hoffmann, deploró ayer en el Plenario el discurso “machista” del gobernante de facto que derrocó a la primera mujer presidenta, Dilma Rousseff.

“Nos quedamos impactadas con los dichos del presidente, él perdió la oportunidad de quedarse callado.”

Después de contemplar esa puesta decimonónica de Michel Temer, 76 años y Marcela Tedeschi, de 33, padres de Michelzinho, de siete, la escritora Alexandra Moraes la comparó con los rituales casi monárquicos del primer presidente de Brasil, el mariscal Teodoro da Fonseca, un hombre de la “República Vieja” que gobernó entre 1889 y 1891, cuando sólo se llegaba al poder mediante el fraude oligárquico.

En las redes sociales el papelón ocurrido en el Palacio del Planalto el Día de la Mujer motivó miles de comentarios que se prolongaron hasta ayer.

“Estoy tan molesta con el discurso de Temer que estoy mirando fijamente a la pared sin saber qué decir. #Fuera Temer”, escribió la internauta Babi Dewet.

Ayer Temer ensayó una disculpa al jurar que lucha para que “las mujeres tengan iguales derechos en la casa y en el trabajo”, pero pocos le creyeron.

No podrá remontar las consecuencias de la gaffe hogar-esposa-supermercado-familia la cual, en realidad, pone en evidencia el divorcio entre el país que él imagina y el Brasil realmente existente con mujeres movilizadas en San Pablo, Brasilia y Río de Janeiro para exigir igualdad de géneros, el castigo a los feticidas, la despenalización del aborto y la legalización de los matrimonios igualitarios.

El caso es que este Día Internacional de la Mujer, cuyas repercusiones aún no cesaron, fue una suerte de continuidad del carnaval cerrado el sábado pasado con los “cordones” callejeros, este año más politizados que de costumbre, en los que predominó la consigna “Fuera Temer” y el rechazo a las (contra) reformas en curso, principalmente la del sistema previsional que aumentará a 65 años la edad mínima jubilatoria tras la cual vendrá la de precarización laboral.

“Prefiero ser impopular a ser populista” dijo Temer a la revista neoliberal The Economist, que apoya sus reformas, gerenciadas por el ministro de Hacienda Henrique Meirelles, pero lo considera un político poco confiable.

Las reivindicaciones exigidas de cientos de miles de mujeres por lo pronto caerán en saco roto debido a la fuerte presencia de fuerzas conservadoras, como el bloque de legisladores evangélicos, en las que se sustenta el gobierno.

Hay dos caras de Brasil. El país de los palacios encerrados en si mismos, tejiendo intrigas para permanecer en el poder, y el de las multitudes tan descontentas como heterogéneas. Ambos marchan con aparente, no se sabe si inminente, rumbo de colisión.

Los responsables del golpe contra Rousseff prometieron restituir la estabilidad y la previsibilidad a un país estremecido por varios sacudones: desde las protestas inorgánicas de junio de 2013 hasta las marchas de las clases medias en 2015 y 2016, planificadas en tanques de pensamiento neocons para terminar con los gobiernos del PT iniciados en 2003 con Luiz Inácio Lula da Silva.

Pero esa promesa de sosiego no fue cumplida por una coalición en la que Temer es el gerente de varias facciones, pero no es un jefe con la autoridad suficiente como para disciplinar a los grupos de interés.

La situación es tan volátil que pocos se animan a asegurar si esta administración logrará completar los 21 meses que le restan. En cualquier momento el volcán puede entrar en erupción.

Esa era la sensación que campeaba ayer por la noche en Brasilia, mientras se cerraba esta crónica, cuando comenzó a correr el rumor sobre la publicación de las confesiones de los 77 ex ejecutivos de la constructora Odebrecht que se acogieron a la “delación premiada” para atenuar sus condenas por corrupción.

El ministro del Supremo Tribunal Federal Edson Fachin ya habría concluido la lectura y sistematización de esos papeles que todavía permenecen bajo el secreto del sumario, pese a lo cual se filtró que cuenta con informaciones lapidarias sobre Temer, varios de sus ministros, y la plana mayor de su agrupación, el Partido Movimiento Democrático Brasileño. Así como de sus socios del Partido de la Socialdemocracia Brasileña, que fogoneó la deposición de Rousseff bajo el comando del expresidente Fernando Henrique Cardoso y el excandidato presidencial Aécio Neves.

Advertidos de que los papeles de Odebrecht pueden acabar con la dirigencia, esta semana Cardoso y Neves propusieron, casi sin ambages, la sanción urgente de una ley de amnistía.

(*) Corresponsal de Página 12.

Página 12

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