Brasil: el senador Aloysio Nunes asumió como nuevo canciller
Por Luciana Amaral
O pesidente Michel Temer deu posse nesta terça-feira (7) no Palácio do Planalto aos novos ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Aloysio Nunes assume o Itamaraty no lugar do também senador do PSDB José Serra, que estava no cargo desde maio do ano passado e pediu demissão há duas semanas. Aloysio ocupava o cargo de líder do governo no Senado, e a função passará a ser exercida por Romero Jucá (PMDB-RR).
No caso do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio passa a comandar a pasta no lugar de Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer – e aprovado pelo Senado – para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).
‘Integração’ entre Planalto e Congresso
No discurso de posse dos ministros, Temer voltou a destacar a «integração extraordinária» entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O presidente se disse «repetitivo» e reafirmou não ter «problema nenhum» quando dizem a ele que o atual governo é semelhante ao «semiparlamentarismo».
Atualmente, dos 28 ministros, mais de uma dezena são parlamentares, entre os quais os deputados Mendonça Filho (Educação), Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Bruno Araújo (Cidades) e Raul Jungmann (Defesa), além do senador Blairo Maggi (Agricultura).
«No governo democrático, especialmente quando se quer modificar a cultura política, você tem que saber que quem governa é o Executivo ao lado do Legislativo, e com o Judiciário solucionando eventuais pendências que possam ocorrer. Fazemos isso com convicção», acrescentou o presidente.
Desafios dos novos ministros
Temer aproveitou o discurso para elogiar os novos ministros e destar os desafios que Osmar Serraglio e Aloysio Nunes terão à frente das duas pastas.
No caso de Serraglio, por exemplo, o presidente citou o Plano Nacional de Segurança, lançado no início deste ano pelo governo diante da crise no sistema carcerário, com rebeliões e massacres em diversos estados. O plano é uma das responsabilidades do Ministério da Justiça, assim como a Força Nacional de Segurança, a Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional.
Já a Aloysio Nunes, o presidente destacou que o novo ministro, além de conhecer o Brasil, «conhece o mundo». Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o novo chanceler terá como atribuição, disse Temer, «fazer a universalização das nossas relações internacionais».
Conheça os novos ministros
Nascido em 1945, Aloysio Nunes é advogado, formado pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em ciência política e economia política pela Universidade de Paris.
Em biografia publicada no site oficial, o senador tucano diz que precisou sair do Brasil «por conta de ações contra a ditadura militar». O exílio, na França, foi de 1968 a 1979.
Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, em 2014, o senador falou sobre o assalto a um trem pagador em 1968, quando integrava a Ação Libertadora Nacional (ALN). Ele foi responsável por dirigir um carro roubado usado na fuga. A ação foi parte de uma guerrilha que tentava derrubar o regime militar.
De volta ao Brasil, foi duas vezes deputado estadual em São Paulo, de 1983 a 1991, vice-governador do estado, entre 1991 e 1994, e deputado federal por três mandatos, entre 1995 e 2007. Em 2011, foi eleito senador.
Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça.
Em 2014, já como senador, Aloysio Nunes concorreu a vice-presidente da República na chapa formada com Aécio Neves (PSDB-MG). Naquele ano, eles chegaram a disputar o segundo turno da eleição, mas perderam para a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer.
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes terá de lidar com questões como as relações do Brasil com os Estados Unidos e as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Em novembro do ano passado, quando ainda era senador, Aloysio Nunes afirmou que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, «é o que há de pior, de mais incontrolado, de mais exacerbado» entre os integrantes do Partido Republicano.
Osmar Serraglio
Nascido no Rio Grande do Sul, Osmar Serraglio elegeu-se deputado pelo estado do Paraná e está no quinto mandato parlamentar – conheça a trajetória do novo ministro. O peemedebista ficou conhecido nacionalmente em 2005, quando assumiu a relatoria da CPI dos Correios, que investigou o esquema do mensalão do PT.
O deputado do PMDB também ganhou projeção nacional no ano passado, quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Ao longo da carreira parlamentar, Osmar Serraglio também foi relator da PEC 215, que transfere do governo federal para o Congresso Nacional a responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas. Ainda na Câmara, o deputado também foi relator de uma proposta que muda o modelo atual de indicação para ministros do STF.
À frente do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio será responsável, por exemplo, pela condução do Plano Nacional de Segurança; pela Secretaria Nacional de Segurança; pelo Departamento Penitenciário Nacional; pela Força Nacional de Segurança; e pela política de demarcação de terras indígenas.
Nesta segunda (6), na véspera da posse, Serraglio afirmou em rápida entrevista à imprensa na Câmara dos Deputados que não vai «mexer em nada» ao ser questionado sobre se trocará o atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Inicialmente, o presidente Michel Temer havia convidado para o Ministério da Justiça o ex-presidente do STF Carlos Velloso, mas o ministro aposentado recusou o convite alegando compromissos profissionais e éticos.