Liberan a dirigente del Movimiento Sin Techo tras un fuerte repudio a su detención

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Guilherme Boulos, do MTST, é liberado após prestar depoimento

O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, foi liberado por volta das 19h desta terça (17) da 49ª Delegacia de Polícia, localizada em São Mateus, zona leste de São Paulo (SP).

O militante foi preso pela Polícia Militar por volta das 10h30 da manhã, enquanto negociava com policiais a reintegração de posse na Ocupação Colonial, no mesmo bairro. A polícia também prendeu o morador Josué Ferreira Lima, também liberado no início da noite desta terça.

«Eu fui indiciado pela polícia de São Paulo pelo crime de resistência. Pra mim, resistência não é crime. Crime é despejar 700 famílias sem ter alternativas», compara Boulos.

Durante a ação truculenta da Polícia Militar (PM), ele e Lima foram detidos, acusados de desobediência civil e incitação à violência. «A SSP soltou uma nota dizendo que eu havia atirado rojões na polícia. O secretário [de segurança, Mágino Alves Barbosa Filho] vai ter que se explicar, porque nem os policiais que me interrogaram questionaram isso», afirma o militante.

Criminalização dos movimentos

Segundo Boulos, o MTST estava na manifestação para garantir que a desocupação fosse pacífica e, agora, «querem encontrar um culpado», afirmou. No ato de sua detenção, os policiais disseram que já o conheciam de outras manifestações e citaram que ele havia cometido atos de desobediência na manifestação realizada pelo MTST, que tentou chegar próximo à residência do presidente não eleito Michel Temer, no Itaim, bairro da elite paulistana.

«Foi uma prisão política, é evidente. Alegaram incitação à violência. Eles despejam 700 famílias com violência e eu é que incito a violência? Atribuíram a mim coisas que não aconteceram, por isso é uma prisão descabida», disse Boulos.

Para o coordenador do MTST, há «um avanço do estado de exceção no país». A ideia da PM de SP, segundo Boulos, é criminalizar os movimentos sociais».

«Tem outras pessoas que militam em movimentos sociais que estão sendo presos, que estão sendo criminalizadas. Não é o primeiro e, lamentavelmente, parece que não vai ser o último», disse.

O vereador Eduardo Suplicy (PT), que prestou depoimento no 49ª DP ao lado da também vereadora Juliana Cardoso (PT), do Padre Júlio Lanceloti, da Pastoral do Povo da Rua e Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-SP), também confirmou que os policiais tentam imputar crimes de desobediência ao coordenador do MTST.

«Eles não disseram que Boulos teve atos de violência, mas que ele conversava com as pessoas na barricada e voltava. Mas isso não significa que ele estava dando ordens para as pessoas soltarem rojões, ou qualquer outro artefato», destacou.

SSP

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, disse que «após tentativas de negociação dos oficiais com as famílias, os moradores resistiram hostilizando os PMs, arremessando pedras, tijolos, rojões e montando três barricadas com fogo».

Ainda segundo a nota, a PM agiu «para garantir o cumprimento da ordem judicial».

Brasil de Fato


Detido durante reintegração de posse, líder do MTST diz que prisão foi política

O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, atribuiu a uma suposta ação «política» a prisão dele pela Polícia Militar nesta terça (17).

Boulos foi detido ao final de uma reintegração de posse em que cerca de 700 famílias foram despejadas de um terreno em São Mateus (zona leste de São Paulo) pela Tropa de Choque da PM.

A PM prendeu Boulos pelos crimes de incitação à violência e desobediência civil. Ele depôs durante cerca de meia hora ao delegado do 49º DP (São Mateus), mas, até as 14h, ainda não havia sido liberado.

«Foi uma prisão descabida, depois que os fatos ocorreram, não houve nenhum flagrante. Atribuíram a mim fatos que não aconteceram», defendeu-se.

De acordo com Boulos, o MTST estava na reintegração «para garantir o direito das pessoas que estavam sendo despejadas».

«Tentamos construir uma saída negociada e pacífica. A Tropa de Choque avançou, jogou bombas e agora querem encontrar um culpado», explicou.

Em nota divulgada mais cedo sobre o caso, a Polícia Militar havia informado que atendeu o pedido para apoiar os oficiais de Justiça no cumprimento da reintegração de posse.

«Após tentativa de negociação dos oficiais com as famílias, sem acordo, os moradores resistiram hostilizando os PMs, arremessando pedras, tijolos, rojões e montando três barricadas com fogo. Um policial militar ficou ferido de leve por uma bomba caseira e duas viaturas do Choque foram danificadas», descreveu.

Segundo informações da Polícia Civil, José Ferreira Lima, integrante do MTST, também foi detido e encaminhado ao 49º DP (São Mateus).

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo repetiu –também em nota– as informações repassadas pela Polícia Militar e destacou que a PM agiu para garantir o cumprimento da ordem judicial. Além disso, afirmou a dupla foi detida acusada também de participar de ataques com rojão contra a PM.

Boulos nega a acusação. «Francamente, estou surpreso com a criatividade da assessoria ou do secretário ou de quem escreveu uma asneira dessa», disse.

Sobre a reintegração, o Ministério Público informou há pouco que entrou na semana passada com pedido de suspensão da ação de reintegração de posse porque as famílias não foram cadastradas para outras áreas de destino. O pedido foi negado nesta segunda-feira (16) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Em julho do ano passado, o MP já tinha pedido o cadastramento das famílias, mas a justiça não aceitou na época.

UOL

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