El gobierno destituye a funcionario que pidió «una masacre” de presos por semana

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Publicada no Diário Oficial a exoneração do secretário nacional da Juventude

Portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje (10) exonera, a pedido, Bruno Moreira Santos do cargo de secretário nacional de Juventude. O pedido pela demissão foi feito após a repercussão negativa de uma declaração, na qual, ao se referir à chacina de presos em Roraima, ele diz que “tinha que matar mais [presos]; tinha que fazer uma chacina por semana”. A secretaria é diretamente vinculada à Presidência da República.

«Bruno Júlio», como é conhecido, também é presidente licenciado da Juventude Nacional do PMDB. Em nota, ele disse ter falado “em caráter pessoal” ao jornalista, após a entrevista. De acordo com ele, está havendo “uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho”.

Posteriormente, Bruno disse por meio de nota que, ao fazer tal declaração, pretendia apenas dizer que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, é necessário valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar a disposição da população plenamente.

Chacinas

A morte de mais de 30 presos em Roraima, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, ocorreu poucos dias depois da morte de 60 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O complexo abriga facções criminosas rivais, assim como em Roraima. A penitenciária de Monte Cristo havia sido cenário de confrontos entre presos em outubro do ano passado, quando integrantes da facção PCC invadiram a área destinada a integrantes do Comando Vermelho e mataram dezenas de detentos.

Declaração sobre chacina e acusação

Bruno Júlio pediu demissão na sexta-feira (6). O pedido ocorreu depois da repercussão da declaração sobre a chacina. «Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né?”, declarou. “Os santinhos que estavam lá dentro que estupraram, mataram [chamam de] ‘coitadinho’, ‘ai, meu Deus, eles não fizeram nada’, ‘foram [mortos] injustamente’… Para, gente!”, completou. «Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato.»

O agora ex-secretário nacional da Juventude é acusado de agredir a ex-companheira e de assediar sexualmente uma ex-funcionária. Ele é filho do ex-deputado federal e atual deputado estadual Cabo Júlio (PMDB-MG), condenado por envolvimento com a máfia das ambulâncias e por violência contra a mulher.

De acordo com reportagem da coluna Expresso, da revista Época, publicada em junho do ano passado, havia dois boletins de ocorrência registrados contra Bruno por sua ex-companheira, que o acusou de não aceitar o fim do relacionamento e atacá-la com socos, chutes, pontapés, e ainda ameaçá-la com uma faca. Bruno chegou a declarar não conhecer Vitória, mas voltou atrás e reconheceu ter uma filha com ela.

Confira a nota divulgada por Bruno Júlio antes de deixar a Secretaria:

Nota de esclarecimento

“Hoje, terminada a entrevista com a jornalista Amanda Almeida, e falando como cidadão, em caráter pessoal, quando fui questionado sobre a nova chacina em Roraima, eu disse o seguinte:

1. Está havendo uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho.

2. Sou filho de policial e entendo o dilema diário de todas as família, quando meu pai saía de casa vivíamos a incerteza de saber se ele iria voltar, em razão do crescimento da violência.

3. O que eu quis dizer foi que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar a disposição da população plenamente.

Bruno Julio”

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