Gleisi Hoffmann, senadora brasileña del PT: «Quieren que Dilma sea castigada por todos los pecados de la política»

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Gleisi Hoffmann: ‘Querem que Dilma seja punida por todos os pecados da política’

‘O conjunto da obra para ser julgado tem que ser nas urnas, porque estamos no presidencialismo’, diz Gleisi
São Paulo – Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou ontem (11) que há expectativa de que senadores mudem o voto na sessão final que decide o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, prevista para a última semana deste mês. «É possível converter votos dos senadores. Aos senadores com quem temos conversado, a gente pede que eles se manifestem na votação final, quando se encerra o processo do impeachment.»

Gleisi também disse que a presidenta afastada não pode ser julgada pelo «conjunto da obra», pois fere o presidencialismo. «O conjunto da obra para ser julgado tem que ser nas urnas, porque estamos no presidencialismo. Como a presidenta vai ser julgada por um parlamento? Se querem julgá-la por isso, faremos eleição, mas faremos geral, porque o Congresso não tem moral para julgar a presidenta.»

Leia trecho da entrevista abaixo:

Em seu discurso no Senado, a sra. afirmou: “Hipócritas, a história não vai perdoar”…

A história não vai perdoar. Nós temos um sistema político altamente comprometido. No Congresso Nacional, parlamentares denunciados e investigados estão julgando a presidenta Dilma. Querem que ela seja punida por todos os pecados políticos que nós temos. Isso não pode acontecer. Temos um conjunto de pessoas que não podem apontar o dedo para ninguém, são realmente hipócritas.

A sra. também disse que o impeachment não pode ser o conjunto da obra

O conjunto da obra, para ser julgado, tem que ser nas urnas, porque estamos no presidencialismo. Como a presidenta vai ser julgada por um parlamento? As pessoas que acham que a política e a economia estão ruins, mas fizeram isso ficar ruim, já que a mídia, constantemente, falava que tudo estava ruim. Então, criou-se um clima forte contra Dilma. Se querem julgá-la por isso, faremos eleição, mas faremos geral, porque o Congresso não tem moral para julgar a presidenta.

Quais os próximos passos do processo do impeachment no Senado?

Agora, estamos na fase que vai preparar o julgamento da presidenta. A acusação já apresentou a peça de acusação ontem. O advogado José Eduardo Cardozo tem 48 horas para fazer a contestação da defesa. A partir daí, contam-se dez dias para marcar a da sessão do julgamento final. Então, nós vamos marcar a sessão, que deve acontecer na última semana de agosto. Marcada a sessão, ouviremos as testemunhas, vamos julgar preliminares e as questões de ordem e depois entrar no debate do mérito.

Qual a expectativa dos senadores contra o impeachment?

É possível converter votos dos senadores. Nesta última fase que votamos sobre a pronúncia, o nosso objetivo era manter o número de votos que tivemos na outra sessão da admissibilidade, mas perdemos um voto. Estamos conversando muito com os senadores, e há parlamentares que sabem que não há crime de responsabilidade, o próprio Ministério Público Federal mandou arquivar as denúncias sobre as pedaladas.

Nós também avaliamos que se houvessem muitos votos nesse início, os senadores sofreriam muita pressão até o dia da votação. Aos senadores com quem temos conversado, a gente pede que eles se manifestem na votação final, quando se encerra o processo do impeachment. Nós temos, sim, condições de virar votos e evitar que 54 senadores votem a favor do impeachment.

Qual a sua expectativa em relação ao pedido de suspensão do impeachment junto à OEA?

Acho esse pedido importante. Quando a democracia é ferida temos de recorrer a todas as instâncias. Temos ouvido o pessoal da situação dizendo que isso fere a soberania do Brasil, mas a democracia não pode estar sujeita ao mando de um grupo político que tem maioria no Congresso e rasga a Constituição, e quando ela está sendo questionada devemos recorrer a todas instâncias.

Rede Brasil Atual

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