Comisión del Senado que analiza el impeachment vuelve a recibir la defensa de Dilma

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En Contexto
Tras la aprobación en la Cámara de Diputados, la apertura del proceso de impeachment contra Dilma Rousseff se encuentra en trámite en el Senado, donde se espera la votación para el 11 o 12 de mayo. Si 41 de los 81 senadores votan a favor, se abrirá el juicio político a la presidenta, que será suspendida de su cargo por un lapso máximo de 180 días, el tiempo que tendrá la Cámara alta para el desarrollo del proceso. En ese caso, la presidencia será asumida durante ese período por el vicepresidente Michel Temer, del Partido del Movimiento Democrático Brasileño (PMDB), quien también enfrenta un pedido de impeachment.

Comissão do Impeachment volta a ouvir defesa da presidenta Dilma Rousseff

A defesa volta a se manfestar hoje (3) na comissão do Senado que examina o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Foram indicados para falar nesta terça-feira o professor de direito processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro Geraldo Prado, o diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ricardo Lodi Ribeiro, além de Marcelo Lavenère, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

De acordo com o calendário definido pela comissão, depois dessas manifestações, o relator do processo de impeachment, Antônio Anastasia (PSDB-MG), vai apresentar o parecer, e o texto deverá ser discutido no dia 4, de modo que haja tempo hábil para eventuais pedidos de vista nas 24 horas seguintes. No dia 5, a defesa da presidenta terá mais uma oportunidade de falar na comissão.

No dia 6, o relatório deve ser votado pelo colegiado que, para aprovar, precisa de maioria simples entre os 21 integrantes da comissão. Feito isso, haverá mais um intervalo, de 48 horas úteis, para que, no dia 11 de maio, a votação final sobre a admissibilidade ocorra em plenário.

Se aprovada a admissibilidade do processo, a presidenta da República será notificada e imediatamente afastada do cargo por 180 dias. Se rejeitada a admissibilidade, o processo será arquivado.

Ontem (2), falaram os indicados pela oposição – o procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, que identificou o atraso no repasse de recursos a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, as chamadas pedaladas fiscais. Também falaram a favor do impedimento da presidenta Dilma Rousseff o advogado Fábio Medina Osório, presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado, e o professor do Departamento de Direito Econômico-Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo Maurício Conti. A sessão durou cerca de dez horas.

Agencia Brasil


Especialistas indicados pela oposição dizem que Dilma cometeu crime

A comissão especial do Senado que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ouve nesta segunda-feira (2) três nomes indicados por senadores da oposição. O procurador Júlio Marcelo Oliveira, o juiz José Maurício Conti e o advogado Fábio Medina Osório disseram que a presidente cometeu crime de responsabilidade.

A sessão começou pouco antes das 11h. Os três convidados tiveram um tempo para fazer suas exposições iniciais. Em seguida, foi aberto espaço para perguntas do relator do caso, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), e para questões dos demais parlamentares, que têm até cinco minutos para falar.

O primeiro a se manifestar foi o juiz José Maurício Conti. Ele disse, no início da sua fala, que iria focar a exposição em temas da denúncia relacionados ao direito financeiro e às infrações à Lei de Responsabilidade Fiscal que a presidente Dilma teria cometido.

Conti é juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo e professor do Departamento de Direito Econômico, Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo (USP). Ele é especialista em direito tributário, com ênfase em orçamento público, tribunais de contas e responsabilidade fiscal.

‘Maquiagem das contas públicas’

Com uma fala técnica, Conti afirmou que a trajetória de avanços do Brasil em matéria de responsabilidade fiscal começou a retroceder em 2012, no governo Dilma Rousseff, quando, segundo ele, as contas públicas passaram a ser “maquiadas”.

“Essa legislação [Lei de Responsabilidade Fiscal] garantiu grande avanço. Mas esse avanço começou a retroceder nos últimos anos, especialmente em 2012 e 2013, quando surgiram notícias de verdadeira maquiagem nas contas públicas. […] A expressão contabilidade criativa passou a integrar o vocabulário da mídia tanto aqui quanto no exterior, afetando a credibilidade nos números. As consequências apareceram”, disse.

O professor também afirmou considerar que a edição, por Dilma, de R$ 2,5 bilhões em crédito extra, em 2015, sem autorização do Congresso, violou a lei orçamentária – uma das hipóteses previstas na legislação sobre impeachment para configurar crime de responsabilidade.
São ilegais a edição de créditos suplementares e está tipificada a ocorrência de crime de responsabilidade, nesse aspecto»
José Maurício Conti, juiz

“Em 2015, reproduzindo fatos que já tinham ocorrido no ano anterior, os relatórios apontavam insuficiência da arrecadação para cumprimento das metas. Mesmo assim, foram editados os decretos. […] Os decretos foram baixados em desautorização com a lei orçamentária”, afirmou.

«São ilegais a edição de créditos suplementares e está tipificada a ocorrência de crime de responsabilidade, nesse aspecto», completou Conti.

‘Fraude fiscal’

Para o procurador Júlio Marcelo Oliveira, que falou logo após Conti, o governo Dilma Rousseff praticou “fraude fiscal” e “contabilidade destrutiva”, o que, segundo ele, provocou a deterioração das contas públicas do país.

“Contabilidade criativa parece algo muito positivo, mas em campo de matéria de contabilidade é um nome para ilegalidades, para fraudes, para irregularidades. O nome adequado deveria ser contabilidade destrutiva”, disse.

Oliveira representa o Ministério Público junto ao TCU e integra a equipe que analisou e recomendou aos ministros da corte a rejeição das contas do governo Dilma de 2014.

Em uma medida inédita e por unanimidade, seguindo pareceres técnicos e a orientação dos procuradores, o tribunal reprovou as contas da presidente. Os ministros do TCU entenderam que o balanço apresentado pela União tinha irregularidades que feriram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orçamentária e preceitos constitucionais. O tribunal é um órgão auxiliar do Legislativo, a quem compete fazer o julgamento final das contas.

Senado é ‘soberano’

Na sua exposição, o advogado Fábio Medina Osório citou o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence para dizer que o Senado é “soberano” para delimitar o que deve ou não ser avaliado durante o processo de impeachment (veja no vídeo abaixo).

“O Senado é soberano na valoração de fatos e provas em matéria de impeachment […], na definição legal típica dos crimes de responsabilidade. O enfrentamento da tipicidade cabe exclusivamente a este Senado”, afirmou o advogado.
O Senado é soberano na valoração de fatos e provas em matéria de impeachment […], na definição legal típica dos crimes de responsabilidade».

“Os senhores são parlamentares com compromisso com a sociedade, por isso, podem analisar o conjunto da obra dos fatos que envolvem a presidente Dilma Rousseff”, completou Medina Osório.

Ele é presidente do Instituto Internacional de Estudos de Direito do Estado. Ex-promotor de Justiça no Rio Grande do Sul, Osório abandonou a carreira no serviço público para atuar como advogado. É especializado em leis sobre o combate à corrupção.

Em entrevista a jornalistas, o relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) disse que as investigações da Operação Lava Jato seriam abordadas no parecer que fará recomendando a instauração do processo de impeachment ou o arquivamento da denúncia.

No entanto, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, durante depoimento ao colegiado na última sexta-feira (29), insistiu que os senadores deveriam analisar apenas as “pedaladas” fiscais e a edição de seis decretos orçamentários sem autorização do Congresso. Com isso, as investigações sobre desvio de dinheiro da Petrobras a campanhas eleitorais de candidatos do PT, partido de Dilma Rousseff, e de outras siglas não deveriam ser objeto do processo.

Discussões

Ao elaborar uma pergunta para o procurador do TCU Júlio Marcelo Oliveira, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que o depoente era “militante” da causa do impeachment, porque – segundo a parlamentar – o procurador teria participado de manifestações favoráveis ao impedimento de Dilma.

“Lamento você estar aqui não cumprindo um papel nobre do Ministério Público, mas um papel político”, disse Vanessa Grazziotin.

Em resposta à senadora, Oliveira negou que tenha participado de manifestações pró-impeachment e disse que a informação foi “plantada por blogs financiados por empresas estatais, que têm viés político”.

“Me admira que pessoas esclarecidas do parlamento possam acreditar em fatos que não foram comprovados”, rebateu o procurador do TCU.

Já o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou uma questão de ordem para que o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), apurasse se havia, no colegiado, uma assessora da Advocacia-Geral da União (AGU) orientando parlamentares da base governista. “Isso é inadmissível”, disse Caiado, que queria que a assessora fosse retirada da comissão.

Senadores da base governista protestaram contra a questão de ordem do oposicionista. “Essa questão apresentada pelo senador Caiado é improcedente”, bradou Lindbergh Farias (PT-RJ).

“Eu peço que, se a assessora da AGU estiver aqui, que ela se apresente, porque eu não a conheço”, disse Gleisi Hoffmann (PT-PR) em tom irônico.

Em resposta à questão de ordem, Raimundo Lira disse que, de fato, havia uma assessora da AGU credenciada para acompanhar a sessão, mas que não foi verificado se ela estava prestando assessoria a senadores governistas, por isso, rejeitou a solicitação de Caiado.

‘Babá do governo’

Durante a sessão desta segunda, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que o TCU deveria ter emitido um “alerta” ao governo sobre a ilegalidade das “pedaladas fiscais”. Para a senadora, o governo não pode ser penalizado por uma prática que antes era aceita pela Corte de contas.

O procurador do TCU Júlio Marcelo Oliveira rebateu dizendo que o tribunal não precisa agir como “babá” do governo. Para ele, o Executivo precisa cumprir a legislação independentemente de alertas do TCU.

“Assim o TCU vai se transformar na babá do governo federal. A lei prevê alerta, os alertas devem ser cobrados, mas a ausência de alerta não deve ser justificativa para descumprimento do ordenamento jurídico brasileiro. É obrigação do governo cumprir a legislação, independentemente do que diz o TCU”, disse.

Defesa

Na terça-feira (3), estão agendados depoimentos favoráveis à defesa da presidente Dilma. Serão ouvidos:

– Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro;

– Ricardo Lodi Ribeiro, professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ);

– Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um dos signatários do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.

O Globo


Às vésperas da votação do impeachment, Dilma recebe tocha olímpica

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira a tocha olímpica, símbolo dos Jogos do Rio-2016, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), às vésperas da votação no Senado que pode decretar seu afastamento do cargo, prevista para a semana que vem. Depois de a chama ter sido transferida para uma pira, a presidente acendeu a tocha e a ergueu na rampa principal do Planalto. Ela entregou a tocha à jogadora de vôlei Fabiana, que desceu a rampa correndo.

Diante dos olhos da imprensa internacional, Dilma participa do que pode ser um de seus últimos atos relacionados à Olimpíada como presidente da República. Os jogos ocorrem em agosto, período em que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deverá governar como interino, a depender da decisão dos senadores no processo de impeachment. Se o Senado aprovar em plenário o afastamento temporário, Dilma estará imediatamente fora do cargo até o julgamento final num prazo máximo de 180 dias.

A tocha olímpica será levada em seguida ao Congresso Nacional. Depois, seguirá em revezamento de atletas pela Esplanada dos Ministérios e em comboio pelo entorno de Brasília. Ela deve ser levada por atletas, como a boxeadora e medalhista olímpica Adriana Araújo, o surfista campeão mundial Gabriel Medina, a jogadora de vôlei Paula Pequeno e o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima.

A chama para acender a tocha chegou a Brasília às 7h25 desta terça em voo vindo de Genebra, na Suíça. O fogo foi transportado em um compartimento na classe econômica com escolta da Polícia Federal e dos «Guardiões da Chama», grupo treinado para a tarefa.

Dilma participa da cerimônia ao lado do ministro interino dos Esportes, Ricardo Leyser (PCdoB), do nadador e medalhista olímpico Tiago Pereira e da jogadora de vôlei e também campeã olímpica Fabiana Claudino. Estão no Palácio do Planalto, ao lado de Dilma, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), e o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP), além do presidente do Comitê Organizador Jogos Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman.

Durante os intervalos dos discursos, alguns servidores do Planalto gritaram «Não vai ter golpe», de maneira tímida, mas a manifestação não teve adesão. Do lado de fora do palácio, há uma pequena concentração de manifestantes governistas com faixas em apoio à presidente e contra o impeachment.

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