Brasil: en entrevista con TV Globo, Temer dice que no será candidato en 2018 y se multiplican las protestas en su contra
Temer en TV Globo provoca nuevos cacerolazos en cinco ciudades
Una entrevista del presidente interino Michel Temer al programa Fantástico, que emite todos los domingos TV Globo, provocó cacerolazos en varias ciudades de Brasil.
Fue la primera entrevista televisiva al mandatario que asumió el jueves tras la suspensión de Dilma Rousseff, que enfrenta un proceso de destitución en el Senado.
La protesta fue escuchada en varios barrios acomodados de Sao Paulo como Pinheiros (donde vive Temer), Higienópolis, Santa Cecília, Bela Vista y Vila Madalena, zonas en los que medios locales reportaron gitos de «golpista», silbidos y bocinazos contra el jefe de Estado interino.
Las protestas se extendieron a Río de Janeiro, especialmente a áreas de de la rica zona sur, como Ipanema, Flamengo, Botafogo, Copacabana y Laranjeiras, donde se reportaron protestas en bares mientras la entrevista era televisada.
También fueron reportadas protestas en la sureña ciudad de Porto Alegre, Brasilia y Belo Horizonte.
Las protestas se extendieron por cerca de media hora.
En la entrevista Temer dijo que espera legar a su sucesor un país con menos desempleo y en paz.
Temer afirma na TV que não será candidato à reeleição em 2018
O presidente interino Michel Temer afirmou ontem (15) que não tem a intenção de se candidatar à reeleição. Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo. Temer disse também que, se for confirmado no cargo para cumprir o mandato até 31 de dezembro de 2018, pretende reduzir o desemprego e entregar à população um país pacificado.
O presidente interino acrescentou que, caso cumpra essas tarefas, se dará por satisfeito. “Se cumprir essa tarefa, me darei por enormemente satisfeito.” Diante da insistência da repórter em questionar se ele não será candidato em nenhuma hipótese, Temer respondeu: “É uma pergunta complicada ‘nenhuma hipótese’. De repente, pode acontecer, mas não é minha intenção. E é minha negativa. Estou negando a possibilidade de uma eventual reeleição, até porque isso me dá maior tranquilidade. Não preciso, digamos, praticar atos conducentes a uma eventual reeleição. Posso até ser impopular, desde que produza benefícios para o país.”
Sobre as críticas pela ausência de mulheres nos cargos de ministros em seu governo, Temer destacou que o mais importante não é ter o rótulo de ministro. Afirmou que um dos cargos de maior destaque da Presidência da República, que é a chefia de gabinete, é ocupada por uma mulher.
Informou ainda que serão ocupados por mulheres cargos de destaque nas secretarias de Cultura, Ciência e Tecnologia e das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.
Centrais sindicais
Na entrevista, Temer disse ainda que vai demitir ministro que cometer irregularidades. “Se houver um equívoco, ou equívocos administrativos, e, no particular, se houver irregularidades administrativas, eu demito o ministro”, assegurou o presidente interino, que tomou posse e empossou os novos ministros na quinta-feira (12).
O presidente interino Michel Temer deve se reunir na tarde desta segunda-feira (16) com centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social. O encontro está previsto para ocorrer às 15h, no Palácio do Planalto. Foram convidados a participar centrais como UGT e Força Sindical. também devem participar da conversa os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
Entrevista: ‘Não tenho inserção popular. Só terei se produzir efeito benéfico’, diz Temer
Cinco capitais registram protestos contra o governo Temer
Dez mil pessoas participaram de um ato contra o presidente Michel Temer neste domingo em São Paulo, segundo seus organizadores. A Polícia Militar não divulgou estimativa. Protestos contra Temer também foram registrados em Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis. Organizado nas redes sociais pelo “Coletivo Pela Democracia”, o ato na capital paulista começou na Avenida Paulista e incluiu uma passeata até a Praça Roosevelt, onde deveria terminar. Os manifestantes, porém, decidiram retornar à Paulista e se concentraram diante do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), aos gritos de “A Fiesp apoiou a ditadura”.
A PM, que acompanhava o protesto à distância, teve de intervir e fazer um cordão de isolamento no acampamento montado pelos pró-impeachment ao lado da Fiesp há mais de 60 dias, que foi mantido no local mesmo depois da posse de Temer. Bibiana Oliveira, de 21 anos, que se apresentou como estudante de Direito, disse que os manifestantes contra Temer tentaram agredi-la.
– Eles passaram chutando nossas barracas, nossas placas. O mais grave foi tentar me agredir – disse Bibiana.
Rafael Monico, que gritava contra Temer , negou que a agressão tenha partido dos manifestantes.
– Um dos rapazes que fica aí no acampamento tentou agredir a gente. Não foi uma provocação passar aqui em frente. A Paulista é de todos que queiram se manifestar democraticamente – argumentou.
Os manifestantes pediram a saída de Temer, pois consideram seu governo um «retrocesso» para o país. Os manifestantes criticaram o fato de o novo governo ter cortado os Ministério da Cultura, da Mulher e da Igualde Racial, e nomeado pessoas citadas na Lava-Jato para compor o governo.
– O golpe pode ter passado na Câmara, e no Senado mas nas ruas não passará. Mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras elegeram a presidente Dilma – discursou um dos manifestantes.
Por volta das 15h, um grupo de mulheres que protestava no vão livre do MASP se juntou ao grupo. Os manifestantes carregam cartazes com os dizeres «Fora Temer» e «mulheres na luta».
Neste domingo, cerca de 400 pessoas, segundo a Polícia Militar, também protestaram em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, contra o presidente interino. Eles gritaram palavras de ordem, pediram a volta da presidente afastada Dilma Rousseff e fizeram discursos contra cortes de ministérios e a ausência de mulheres no primeiro escalão do governo.
Segundo o G1, um ato chamado «#foraTemer» ocorreu na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a organização, o protesto reuniu cinco mil pessoas. Uma equipe de reportagem da TV Globo Minas foi expulsa do protesto. Um manifestante chegou a agredir com um chute o repórter cinematográfico, informou o portal de notícias.
O presidente interino Michel Temer passou o fim de semana em São Paulo. Na noite de sábado, recebeu a visita do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, com quem conversou por cerca de duas horas. No domingo, saiu de casa por volta de 10h20m e despistou a imprensa. Só retornou às 14 horas. A assessoria de imprensa informou que apenas a equipe de seguranças soube onde Temer foi.
A expectativa era que Temer se encontrasse com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles para tratar sobre a escolha do nome para o Banco Central. A GloboNews TV informou que os dois se falaram apenas por telefone.
Na Fiesp, mulheres mandam recado a Skaf: ‘Não nos calaremos diante desse golpe’
Milhares de mulheres marcharam pelas ruas do centro de São Paulo neste domingo (15), contra o que consideram o governo golpista e machista do presidente interino Michel Temer, que não nomeou mulheres, negros, nem minorias em seu ministério. O ato seguiu da região da Avenida Paulista para a Praça Roosevelt. A Mídia Ninja, que transmitiu o ato, estimou a mobilização em 10 mil pessoas.
Segundo o coletivo Jornalistas Livres, o ato foi encerrado por volta de 18h30. O trajeto da marcha começou depois de concentração na Praça do Ciclista. Passou pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp), foi até o final da final da Paulista, desceu a Rua da Consolação, atravessou a Praça Roosevelt, subiu a Rua Augusta, saindo na Paulista novamente, «onde enfrentou alguma tensão com a PM ao passar em frente à Federação das Indústrias do Estado (Fiesp) e que agora caminhou até Brigadeiro Luis Antônio e agora retorna para a rua da Consolação. Quanto fôlego pela Democracia», afirma a página do Jornalistas Livres no Facebook.
«Hoje nós voltamos à Fiesp para mandar um recado para aos empresários e para o Skaf (Paulo Skaf, presidente da entidade e principal articulador do golpe entre os empresários), que nós não nos calaremos diante desse golpe, e se eles acharam que nos enterraram, se enganaram. Nós somos sementes e essa semente está dando fruto pelo país todo, não é só em São Paulo, é no país e no mundo. Diremos não ao retrocesso, nenhum passo atrás e nenhum direito a menos. Se a Fiesp continuar achando que pode meter o dedo nos direitos trabalhistas, ela que se prepare, porque hoje ocupamos a Paulista, amanhã pode ser a Fiesp», gritaram as mulheres contra Temer na Av. Paulista, segundo a Mídia Ninja.
“O ato hoje é em repúdio à entrada de Michel Temer porque achamos que o governo de Dilma Rousseff era um governo legítimo, que entrou pelo voto direto. Achamos que o processo de impeachment tem inúmeras ilegalidades. O Michel Temer deveria estar inelegível por oito anos. Ele é um político ficha-suja”, disse Luiz Dantas, organizador do ato e membro do Coletivo Frente pela Democracia.
O protesto também teve apoio dos movimentos União Brasileira das Mulheres e da Marcha Mundial das Mulheres, que lideraram a caminhada. Durante o trajeto, os manifestantes gritaram “Fora Temer”, e “Não tem arrego” e palavras de apoio a Dilma. Muitos deles seguravam faixas de Fora Temer. Alguns políticos participaram da marcha, como o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
Equipe ministerial
Além de protestar contra o processo de impeachment, que afastou a presidenta Dilma Rousseff por até 180 dias, Dantas disse que o ato também protesta contra a falta de mulheres e de negros no atual ministério – anunciado por Temer na semana passada. “Não vemos negros, não vemos mulheres e isso é um retrocesso”, falou ele à reportagem da Agência Brasil.
Eles também protestam contra a extinção de alguns ministérios por Temer. “Michel Temer não foi eleito. Então, se a Dilma não volta por conta desse processo de impeachment, então que se tenha novas eleições e que o povo decida quem ele quer”, acrescentou Dantas.
Em um jogral, repetido por todos os manifestantes antes do início da caminhada, os manifestantes gritaram “Fora Temer” e disseram que não vão aceitar o que chamaram de eleições indiretas. “Não aceitaremos eleições indiretas feita pelos deputados e apoiada pelos senadores”, cantaram os manifestantes. “Eleições diretas. Poder ao povo. Fora Temer”, gritaram.
Temer em São Paulo
O presidente interino Michel Temer está em sua residência, no Alto de Pinheiros, desde ontem (14). Hoje, por volta das 10h, ele deixou sua residência para um destino não informado e só voltou para sua casa às 14h, sem falar com a imprensa. A previsão é que Temer permaneça em casa e volte para Brasília somente amanhã (16) cedo.
Na tarde deste domingo, em Brasília, a Frente das Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público em Defesa da Democracia se reuniu no Eixão Sul. Cerca de 300 pessoas, número dos organizadores, discutiram ações que para se opor ao governo interino. A Polícia Militar do Distrito Federal não esteve no local e, por isso, não divulgou o número de manifestantes. O evento foi marcado pelas redes sociais.
Clima fica tenso em frente à Fiesp
Manifestantes pró e contra o impeachment da presidenta afastada Dilma se estranharam em frente à sede da Fiesp no início da noite. Embora ambos defendam a saída do presidente interino Michel Temer, houve empurra-empurra, gritos, provocação e tensão entre os dois lados.A Polícia Militar não interveio no empurra-empurra, mas criou uma linha de policiais em frente às barracas para defender os manifestantes acampados em frente ao prédio da Fiesp desde meados de março e que estão em menor número hoje.
Ambos os lados jogaram a responsabilidade para o opositor. A estudante de Direito Bibiana Oliveira, 21 anos, favorável ao impeachment, provocou e foi provocada na confusão. Ela está acampada em frente ao prédio da Fiesp desde março e disse que pretende ficar ali até que Temer saia da Presidência.
“Eles (manifestantes contrários a ela) ficam gritando ‘sem violência’, mas vieram aqui pichar e quebrar nossas placas. O caso mais grave foi um menino que veio chutar nossas barracas e que tentou me bater”, informou Bibiana. A reportagem flagrou a estudante também provocando os manifestantes, colocando as mãos nos olhos e fingindo chorar, o que gerou bastante revolta no lado oposto.
“Isso foi depois que eles quebraram o acampamento. Antes deles atacarem, não saiu nenhuma provocação nossa”, disse Bibiana. “Nós também gritamos Fora Temer. Também queremos o fim da corrupção, mas não somos indignados seletivos”, acrescentou.
Do outro lado, o militante petista Rafael Monico, 30 anos, afirmou que um rapaz acampado em frente à sede da Fiesp iniciou as provocações. “O que acontece é que, na hora em que o ato foi chegando, um rapaz saiu dali (das barracas) com um pedaço de pau e quis agredir duas ou três pessoas. E aí começou a confusão”. Monico negou que o grupo tenha provocado os que estão acampados ali desde março.
“A decisão era passar pela Paulista inteira. A Paulista é do povo. A Paulista é hoje aberta para o povo de forma democrática para que todos possam se manifestar politicamente e culturalmente. Foi isso que fizemos hoje. Sabíamos que, ao passarmos por aqui, teríamos isso, mas não podemos deixar de passar porque tem um pessoal aqui que é contra”, acrescentou.
“Eles (também) defendem o Fora Temer, mas nós achamos que isso (o impeachment) é um golpe e eles não. Temos uma questão que é muito clara: o Temer está aí há 72 horas e já mudou muito o governo, tirando mulheres e negros. E nós defendemos a democracia”.
Temer deve se reunir com centrais sindicais para tratar de Previdência
O presidente em exercício da República, Michel Temer, deve se reunir na tarde desta segunda-feira (16) com centrais sindicais para debater propostas de mudanças na Previdência Social. O encontro está previsto para ocorrer às 15h, no Palácio do Planalto. Foram convidados a participar centrais como UGT e Força Sindical.
Os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, do Banco Central, Henrique Meirelles, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira, também devem participar da conversa. A equipe econômica montada por Temer tem dito, desde que o peemedebista tomou posse, na última quinta (12), que uma das prioridades do governo será fazer uma reforma na Previdência.
Uma demonstração de que mudanças no setor serão um dos focos do presidente em exercício foi a incorporação da Secretaria de Previdência ao Ministério da Fazenda. Antes, a área integrava o Ministério do Trabalho.
Na última sexta (13), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que se estabeleça uma idade mínima para aposentadoria pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). De acordo com ele, a medida é fundamental para garantir o financiamento da Previdência.
«Haverá uma idade mínima de aposentadoria. O que precisa é uma determinação de governo. Vamos fazer. E apresentar uma proposta factível para sociedade. Idade mínima com uma regra de transição,» afirmou Meirelles.
A proposta foi criticada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), presidente nacional da Força Sindical. Em nota divulgada à imprensa, Paulinho disse que «repudia» qualquer tentativa de reforma na Previdência que retire direitos dos trabalhadores. Para ele, as propostas do novo titular da Fazenda para a área previdenciária são «inoportunas».
«A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros. Vale lembrar que o último governo já fez mudanças no regime da Previdência que só resultaram em prejuízos para os trabalhadores», escreveu Paulinho em um dos trechos da nota.
A reunião desta segunda de Temer com as centrais é uma tentativa de reduzir a resistência dos sindicalistas a mudanças na Previdência. O presidente em exercício deverá apresentar propostas e ouvir sugestões. Segundo auxiliares, a ideia é demonstrar que as centrais serão ouvidas e participarão do processo.
Direitos de aposentados
Na última sexta (13), o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu modificações nas regras previdenciárias. Ele não deu detalhes das medidas que serão tomadas, mas disse que o governo não pretende diminuir a remuneração de quem já está aposentado.
«Já se tomou a decisão técnica da maior importância que é construir algo sustentável. Por que queremos uma Previdência sustentável? Porque queremos que o aposentado de hoje e de daqui a 10 anos possa receber na integralidade o que deve receber. Não queremos que aconteça o que aconteceu na Grécia, que reduziu pagamento de quem já estava aposentado”, afirmou.