Brasil: comienza semana clave para el proceso de impeachment tras multitudinario acto de sindicatos y movimientos en respaldo a Dilma
Comissão do impeachment no Senado apresenta e vota parecer nesta semana
A comissão especial do impeachment no Senado inicia semana decisiva, com apresentação nesta quarta-feira (4) do parecer do relator, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pela admissibilidade do processo de impedimento de mandato da presidente Dilma Rousseff. Na sexta-feira (6), está prevista a votação do relatório pela comissão de senadores. Se a maioria da comissão votar pela continuidade do processo, a previsão é que o Plenário do Senado vote o afastamento da presidente no dia 11.
Antes, já nesta segunda-feira (2), serão ouvidos, pelo lado de acusação, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, e o procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, que identificou o atraso no repasse de recursos a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, as chamadas «pedaladas fiscais». Também está na lista o professor do Departamento de Direito Econômico-Financeiro e Tributário da Universidade de São Paulo, Maurício Conti.
Na terça-feira (3), vão falar pela defesa do governo federal o professor de direito processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Geraldo Prado, o diretor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi Ribeiro, além de Marcelo Lavenère, ex-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Na semana passada, a comissão promoveu a primeira rodada de depoimentos de acusação e defesa do governo. Na quinta-feira (28), foram ouvidos o jurista Miguel Reale Junior e a advogada Janaína Paschoal, autores do pedido de impeachment aceito em dezembro do ano passado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O advogado Hélio Bicudo não compareceu à sessão. Na ocasião, Reale fez discurso discreto contra o governo, enquanto Janaína falou por horas e debateu com mais ênfase diante dos senadores.
A advogada negou filiação ao PSDB, embora tenha trabalhado para algumas gestões do partido (como nas de Geraldo Alckmin e FHC) e chegou a afirmar que não admitiria mais ser chamada de «tucana». “Não quero mais ouvir que sou tucana. Nós apresentamos esse pedido porque eles [tucanos] são uma oposição fraca. Veja bem a minha personalidade e me diga se eu sou tucana”, alegou Janaína Paschoal.
Na última sexta-feira (29), dia seguinte aos depoimentos de acusação, foi a vez da primeira rodada de defesa da presidente Dilma Rousseff. O advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, voltou a classificar o processo de impeachment como «golpe», por não haver crime de responsabilidade contra a presidente.
Também na defesa do governo, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, se concentrou em dados técnicos e fiscais que embasaram a denúncia e explicou que todos os seis decretos de crédito suplementar citados no pedido de impeachment da presidente Dilma, somando R$ 95,9 bilhões, foram baseados em remanejamento de recursos, excesso de arrecadação ou superávit financeiro.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, falou em seguida. Com uma exposição focada unicamente no que ficou conhecido como pedaladas fiscais – possíveis atrasos de pagamentos aos bancos públicos – a ministra afirmou que o que foi feito pela agricultura brasileira nos últimos cinco anos, durante o governo da presidente Dilma, foi um marco para o setor.
Comisión senatorial recibirá a expertos pro-impeachment de Rousseff
Especialistas favorables a la admisión de un pedido de juicio político contra la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, expondrán hoy sus puntos de vista ante la comisión especial del Senado Federal que trata el asunto.
Los invitados a la sesión de este lunes, confirmó la cámara baja en su sitio web, son el procurador del tribunal de Cuentas de la Unión, Julio Marcelo de Oliveira, y el profesor de Derecho José Mauricio Conti.
El colegiado tiene además pendiente, aunque sin fecha determinada para ello, resolver la cuestión de orden planteada por la legisladora Vanessa Grazziotin, del Partido Comunista de Brasil (PCdoB), quien pidió la suspensión del impeachment hasta que el Congreso examine las cuentas de 2015 del Ejecutivo.
Grazziotin manifestó que el proceso de destitución en curso viola la legislación vigente, pues la acusación contra la jefa de Estado fue presentada en octubre y se refiere al presunto incumplimiento de la meta fiscal anual, cuando aún no había culminado siquiera el plazo para presentar las cuentas del período.
En su anterior sesión, celebrada el pasado viernes y que se extendió por 10 horas, la comisión especial escuchó a la defensa de Rousseff, representada por el abogado general de la Unión, José Eduardo Cardozo, los ministros de Agricultura, Katia Abreu, y de Hacienda, Nelson Barbosa.
Cardozo sostuvo que el impeachment es un trauma que Brasil no merece. Aun si se realizara con apego a las normas constitucionales, el juicio político resulta un proceso traumático; y lo es más cuando en un caso como éste carece de todo sustento jurídico, enfatizó.
Reiteró que para probar la comisión de un crimen de responsabilidad, como el que se le trata de atribuir a Rousseff, «tiene que existir un acto practicado con dolo por la Presidenta y no una percepción política abstracta».
Aprobar un proceso destituyente sin esas condiciones -advirtió- hará que esto se convierta en un instrumento en manos de la oposición, el cual podrá utilizarse a todos los niveles y convertirá a Brasil en un país cuya estabilidad estará permanentemente amenazada.
El titular de la Abogacía General de la Unión reafirmó asimismo que la denuncia presentada contra Rousseff es frágil, no consigue demostrar la supuesta existencia de un acto ilícito, ofende claramente el principio de la racionalidad y busca criminalizar la política económica del Gobierno.
En ese sentido, el ministro de Hacienda Nelson Barbosa explicó que, contrario a lo que sostienen los autores de la acusación, los decretos suplementarios suscritos por la mandataria no tuvieron ningún impacto sobre la meta fiscal de 2015, la cual además fue cumplida.
También negó que los contratos de prestación de servicios existentes entre el Gobierno federal y los bancos públicos constituyan operaciones de crédito, y advirtió que la criminalización de la política fiscal tiene atado de manos al Ejecutivo.
Rousseff anuncia aumento del 9% en el programa Bolsa Família
La medida entrará en vigor aún en 2016. Rousseff también anunció la contratación de al menos 25 mil viviendas populares para el programa Minha Casa, Minha Vida y la ampliación de la licencia de paternidad de cinco a 20 días para los empleados federales.
En su discurso, la presidenta dijo que la propuesta de aumento en el Bolsa Familia no fue creada hoy. “Estaba programado cuando enviamos el presupuesto al parlamento en agosto de 2015 y fue aprobado. Dada la situación actual, tomamos medidas para asegurar ingresos para este año y hacerlo posible sin comprometer el escenario fiscal”, dijo.
Rousseff reiteró no haber cometido delito de responsabilidad al emitir decretos con créditos adicionales, una de las acusaciones formuladas en la denuncia que llevó al proceso de destitución. Según la presidenta, fueron emitidos, en el gobierno de Fernando Henrique Cardoso, 101 decretos de ese tipo. “Con él, no era ningún golpe en las cuentas públicas. Conmigo, fue. Dos pesos y dos medidas. No tienen de qué acusarme, es vergonzoso”, dijo.
Rousseff volvió a referirse al presidente de la Cámara de Diputados, Eduardo Cunha, quien fue implicado en un proceso en el Consejo de Ética de la Cámara acusado de mentir acerca de tener cuentas no declaradas en el exterior. Cunha también responde a proceso por participación en esquema de sobornos.
“No tengo ninguna cuenta en el extranjero, nunca utilicé fondos públicos en mi propia causa, no recibí sobornos y nunca fui acusada de corrupción. Tuvieron que inventar un crimen contra mí”, dijo.
La presidenta llamó de golpe el proceso de juicio político que tramita en el Senado. “No es un golpe de Estado con armas de fuego, tanques en la calle, el golpe militar que conocimos en el pasado. Rasgaron la constitución. Lo hacen porque 15 meses atrás perdieron una elección directa”, dijo. “Voy a resistir y luchar hasta el final”, agregó.
Dia do Trabalho tem atos a favor e contra o impeachment de Dilma
O Dia do Trabalho neste domingo (1º) foi marcado por atos a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que participou de evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo. Ela anunciou reajuste no Bolsa Família.
Houve atos contra o impeachment em ao menos 31 cidades de 19 estados e no DF. O público destes atos foi menor do que o registrado em manifestações contra o impeachment em 17 de abril e 31 de março.
Os maiores atos deste domingo foram em São Paulo, onde houve três eventos: da Força Sindical (pró-impeachment), da CUT (contra o impeachment) e da Conlutas (por novas eleições).
Ato da Força Sindical em SP
A Força Sindical ocupou a praça Campos de Bagatelle, na Zona Norte. O deputado federal Paulinho da Força e outros parlamentares discursaram em defesa do impeachment. A organização diz que 500 mil participaram.
O deputado federal Paulinho da Força (SD-SP) afirmou durante o evento que o anúncio do «pacote de bondades» que a presidente Dilma Rousseff faria mais tarde (leia mais abaixo) «parece vingança» e «tentativa de sabotar Temer».
«O Temer hoje está empenhado em montar uma equipe econômica que possa tirar o país dessa situação. Nós conversamos com ele também em manter os direitos trabalhistas. Nós queremos aprovar a medida provisória da leniência, porque os donos das empresas têm que continuar presos, mas as empresas não podem deixar de trabalhar.»
Paulinho comemorou o avanço do processo de impeachment e pediu que os presentes levantassem a mão em apoio ao afastamento de Dilma (clique aqui para assistir).
Ato Conlutas na Avenida Paulista
Na Avenida Paulista, a CSP-Conlutas, ligada ao PSTU, ocupou o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e milhares pediram «fora, Dilma, Temer, Renan, Cunha, Aécio, Serra, Alckmin e todos» (clique aqui para assistir). Também defenderam a realização de novas eleições.
Ato da CUT no Anhangabaú: Dilma discursou
O ato da CUT no Vale do Anhangabaú teve presença de Dilma Rousseff. A presidente anunciou reajuste de 9% para os beneficiários do Bolsa Família; correção de 5% da tabela do Imposto de Renda a partir de 2017; contratação de 25 mil moradias do «Minha Casa, Minha Vida Entidades»; proposta de ampliação da licença paternidade para funcionários públicos de 5 para 20 dias; criação do Conselho Nacional do Trabalho; e criação do plano safra da agricultura familiar.
Do mesmo ato da CUT, participou Rui Falcão, presidente nacional do PT. «A luta continua, não vai ter golpe», afirmou.
«O programa de Temer é regressivo. Temos de reagir ao golpe. Temos de manter o saldo maior», disse. Segundo ele, o PT não conversará com Temer. «Eu não converso com golpista, eu não converso com quem trai sua própria colega de chapa.
O ex-presidente Lula, que era esperado pelos organizadores para discursar, não foi à manifestação. O deputado federal Paulo Teixeira (PT) disse que Lula optou por não discursar para que o espaço no Vale do Anhangabaú fosse só da presidente Dilma Rousseff. A CUT esperava reunir entre 80 mil e 100 mil participantes.
Outras cidades
Em Belém, manifestantes pró-impeachment que apoiam o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e grupos pró-Dilma ligados à CUT trocaram ofensas. A PM conteve os manifestantes, que foram orientados a se dispersar (clique aqui para assistir).
Em Porto Alegre, o vencedor do prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, participou de um ato contra o impeachment e discursou (clique aqui para ver).
Em Brasília, manifestantes fizeram cartazes com a palavra «golpe» em vários idiomas (clique aqui para ver).
Também foram registrados atos nas seguintes cidades: Maceió, Recife, Belo Horizonte, Juiz de Fora (MG), Campo Grande, Natal, Goiânia, Vitória, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Aracajú, João Pessoa, Cuiabá, Caruaru (PE), Campos dos Goytacazes (RJ), Joinville (SC), Laguna, Chapecó e Blumenau (SC).
Cunha considera «irresponsabilidade fiscal» reajuste do Bolsa Família
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), considerou uma “irresponsabilidade fiscal” a decisão da presidenta Dilma Rousseff de reajustar em 9% o valor dos benefícios do Programa Bolsa Família. A medida foi anunciada ontem (1º) pela presidenta em São Paulo, durante ato promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). De acordo com o peemedebista, não há espaço no Orçamento para o reajuste.
“É mais uma enganação do governo. A Dilma quebrou o país e agora esta aumentando o buraco”, afirmou o deputado à Agência Brasil.
Cunha lembrou que, no fim do ano passado, o governo propôs a mudança da meta fiscal, alterando a meta de resultado primário do ano, possibilitando o país fechar as contas de 2015 com déficit primário de até R$ 119,9 bilhões.
“O aumento do Bolsa Família agora é sim uma irresponsabilidade fiscal, até porque falar que está no Orçamento é mais uma enganação do governo. No Orçamento tinha, inclusive, receita CPMF inexistente. Vejo como agonia de fim de governo, com irresponsabilidade”, acrescentou Cunha.
Sobre a correção de 5% da tabela do Imposto de Renda para o próximo ano, o presidente da Câmara informou que a medida só terá efeito para 2017 e depende de aprovação do Congresso. “Não vemos nada demais. Porei para votar, como sempre pus, todas as matérias do Poder Executivo”.
Durante o ato organizado conjuntamente pela CUT, pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Intersindical, Dilma afirmou que a proposta de reajuste do Bolsa Família «não nasceu hoje». Segundo a presidenta, ela estava prevista no proposta de Orçamento, enviada ao Congresso em agosto de 2015.
«Essa proposta foi aprovada pelo Congresso. Diante do quadro atual, tomamos medidas que garantam a receita para este ano e viabilizar tudo isso sem comprometer o cenário fiscal”, destacou a presidenta Dilma no evento em comemoração ao Dia do Trabalho, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista.
Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante Ato do Dia do Trabalhador- São Paulo/SP
Queridos e queridas, meus queridos e minhas queridas…
Eu começo cumprimentando aqui cada mulher e cada homem que estão aqui nesse 1º de maio, dia de luta do trabalhador e da trabalhadora.
Eu cumprimento também aqui a frente Brasil Popular, as centrais, a CTB, a CUT, a Inter Sindical,
Cumprimento também a Frente do Povo sem Medo. Agradeço a todos os parlamentares aqui presentes, e cumprimento o nosso prefeito de São Paulo,
Eu queria iniciar dizendo para vocês que tem uma fala solta por aí, que impeachment não é golpe. Impeachment está previsto sim na Constituição, mas o que eles nunca falam é que, para ter impeachment, não basta querer, não basta alguém achar que não gosta da presidenta, ela tem de ter cometido crime de responsabilidade. Como eu não tenho conta no exterior, como eu jamais utilizei recurso público em causa própria, nunca embolsei dinheiro do povo brasileiro, não recebi propina e nunca fui acusada de corrupção, eles tiveram que inventar um crime. Qual é o crime que eles inventaram? Como estava difícil, muito difícil achar um crime, eles começaram dizendo que eram seis decretos, seis decretos.
Eu em 2015 fiz seis decretos chamados de suplementação. O Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2001, fez 101 decretos de suplementação. Para ele não era golpe, não era nenhum golpe nas contas públicas, para mim é golpe nas contas públicas.
Então vejam vocês, dois pesos e duas medidas porque não tem do que me acusar, é constrangedor. E aí, eu quero que vocês pensem comigo: ora, se não tem base para o impeachment o que é que está havendo? Golpe. Mas além de ser golpe, é um golpe muito especial. Não é um golpe com armas, com tanques na rua, não é um golpe militar que nós conhecemos no passado, é um golpe especial. Eles rasgam a Constituição do país. Mas porque eles fazem isso? Eles fazem isso porque há 15 meses atrás eles perderam uma eleição direta.
Como eles perderam a eleição, e eles tinham um programa para essa eleição, como perderam as eleições, eles se alinharam, inclusive, com traidores do nosso lado, para fazer o quê? Para sob a cobertura do impeachment fazerem uma eleição indireta. O que é que eles fazem? Eles tiram de nós o direito de voto. Eles tiram os meus 54 milhões de votos, mas não é só isso que eles tiram. Naquela eleição em 2014 votaram 110 milhões de brasileiros e brasileiras, não é só os meus votos que eles praticamente roubam: são os votos mesmo daqueles que não votaram em mim, mas acreditam na democracia e no processo eleitoral.
Quando eles perderam as eleições, eles fizeram de tudo para o governo não poder governar. O que ele fizeram? Primeiro eles que os votos não tinham sido bem contados e pediram recontagem. Perderam, não deu certo. E aí, o que eles disseram: “Ah, a urna, sabe a urna, tem erro na urna, alguém mexeu nessa urna. Então eu quero auditoria nessa urna”. Foram e fizeram auditoria na urna, e o que aconteceu? Perderam, as urnas estavam perfeitas.
Ainda não tinham desistido e antes de eu tomar posse entraram no Tribunal Superior Eleitoral pedindo para que eu não fosse empossada, não tivesse meu diploma de presidente. Aí, o que aconteceu? Tornaram a perder, as minhas contas de campanha foram aprovadas.
Aí começou essa história do impeachment. Foram colocando impeachment no Congresso. E lá no Congresso tinham um grande aliado, um grande aliado que era o senhor presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Esse senhor chamado Eduardo Cunha, foi o principal agente na história de desestabilizar o meu governo. Ele levou à frente uma política chamada “quanto pior melhor”, como é que essa política agia? Quanto melhor para eles, pior para o governo e pior para o povo brasileiro. Não aprovavam nenhuma das reformas que nós propúnhamos. Não aprovavam as necessárias, os necessários aumentos de receita para que a gente pudesse continuar impedindo que a crise se aprofundasse. Apostaram sempre contra o povo brasileiro. São responsáveis pelo fato da economia brasileira estar passando por uma grave crise, são responsáveis pelo aumento do desemprego.
E aí, ele quer se ver livre do seu processo de cassação na Câmara, e exige do governo que o governo convença o seu partido, o PT, para dar-lhe três votos para impedir a sua cassação. Como o PT se recusou ele nos ameaçou com o impeachment. Aliás, o próprio, o próprio autor do processo do impeachment, ex-ministro do senhor Fernando Henrique Cardoso, chamou a fala do Eduardo Cunha de chantagem explícita. É mais que uma chantagem, é desvio de poder, é usar o seu cargo para garantir a sua impunidade, é isso que ele fez. E aí, o processo do impeachment teve lugar.
E eu repito o que eles me acusam, eles não podem me acusar de ter contas no exterior, eu repito, porque eu não tenho, não podem me acusar de corrupção porque eu não tenho. Então eles chegam ao absurdo de me acusar de algo em que eu não participei, mas alegam que eu devia saber, porque eu conversava com as pessoas responsáveis. Chega a esse nível de absurdo. Mas o que que é grave nisso? É por que é contra mim? Não. Se eles praticam isso contra mim, o que vão praticar contra o povo trabalhador, o que vão praticar? O que vão praticar contra as pessoas mais anônimas desse país?
Quando você rompe a democracia, você rompe para todos. Se nós permitirmos esse golpe, nós permitiremos que a democracia seja ferida. Mas eu quero também alertar, esse golpe não é só contra a democracia e ao meu mandato. Ele também é contra as conquistas dos trabalhadores. E aí vocês me permitam, eu vou ler algumas, algumas das notícias e dos textos em que eles falam o que vai mudar no Brasil, se por acaso eles chegarem lá: eles propõem o fim da política de valorização do salário mínimo. Essa política que garantiu 76% de aumento acima da inflação desde o governo do presidente Lula. Passando pelo meu.
Além disso, essa política, que pela lei que nós aprovamos logo no início do meu primeiro mandato, tem de durar até 2019, querem acabar com ela. Querem acabar também com o reajuste dos aposentados, o reajuste dos aposentados, desvinculando esse reajuste dessa política de salário mínimo. Por isso, os aposentados não terão mais reajustes. Querem também transformar a CLT em letra morta, como eles vão fazer isso? Como é que se faz isso com a CLT? Eles propõem algo que é o seguinte: o negociado pode, pode vigir sobre a lei. Eles propõem, na verdade, que o negociado pode ser menos que a lei. Nós acreditamos que o negociado pode prevalecer, desde que ele seja mais do que a lei. Há uma diferença, eles querem que seja menos, nós queremos que seja mais.
Prometem, prometem e dizem explicitamente privatizar tudo o que for possível. Essa fala ‘tudo o que for possível’, está escrita ‘tudo o que for possível’, qual é a primeira, a primeira a primeira vítima dessa lista? o Pré-sal. A primeira vítima é o Pré-sal.
Além disso, há algo extremamente grave, porque nós somos um país que ainda tem muito o que fazer, apesar de todas as conquistas na área de educação e de saúde. Eles querem acabar com a obrigatoriedade do gasto com saúde, e com educação. E aí, sempre que vocês virem uma palavra que as vezes é ‘vamos focar’, ‘vamos revisitar’, ‘vamos reolhar certas políticas sociais’, significa: vamos acabar com elas. E aí, eles estão falando em reolhar, rever, revisitar o Pronatec, por exemplo, o Minha Casa Minha Vida.
E aí, nós temos uma situação em que os programas sociais são olhados como responsáveis pelo desequilíbrio do país, é mentira. O desequilíbrio do país é a necessária reforma tributária que transforme toda a nossa estrutura, que é extremamente regressiva contra os que menos ganham, numa estrutura mais progressiva.
E aí eles falam em acabar com os subsídios do Minha Casa Minha Vida. O pessoal aqui dos movimentos de moradia tem de ter essa consciência, querem acabar com os movimentos de moradia.
Agora das coisas propostas que ocuparam primeira página de jornal, a mais triste, porque é a mais perversa, é acabar com uma parte do Bolsa Família. Como é que eles falam isso? Eles falam que vão dar Bolsa Família só para os 5% mais pobres. E esses 5% da população brasileira são 10 milhões de pessoas. Sabe quantas milhões de pessoas recebem hoje o Bolsa Família? 47 milhões. Serão 36 milhões que vão ser entregues às livres forças do mercado para se virar. Vão acabar com o Bolsa Família para 36 milhões de brasileiros e brasileiras.
Aí, eles estão afetando não é adulto, não é homem e mulher adulto, porque quem mais se beneficia do Bolsa Família são as nossas crianças e os nossos adolescentes, que tenha assegurado com o Bolsa Família o acesso, não só à alimentação, mas à saúde e à educação também.
Enquanto isso, mesmo eles falando, porque eles gostam de falar isso, que o governo acabou, eu acho que eles fazem isso numa tentativa de nos paralisar, mas não nos paralisam. E aí, enquanto eles fazem isso, o governo está fazendo a sua parte. Primeiro, eu quero aproveitar o 1º de maio e dizer que nós estamos autorizando um reajuste no Bolsa Família que vai resultar em um aumento médio de 9% para as famílias. Quero lembrar que essa proposta não nasceu hoje, ela estava prevista desde quando nós enviamos, lá em agosto de 2015, o orçamento para o Congresso. Essa proposta foi aprovada pelo Congresso, e diante do quadro atual nós tomamos medidas que garantem um aumento na receita deste ano e nos próximos para viabilizar esse aumento do Bolsa Família. Tudo isso sem comprometer o cenário fiscal, que eles gostam muito de dizer que nós comprometemos.
Além disso, nós estamos propondo também uma correção da tabela do imposto de renda, sobre pessoa física. A correção é de 5% a partir do ano que vem. No Minha Casa Minha Vida Entidades nós vamos contratar um mínimo de 25 mil moradias, com os movimentos do campo e da cidade. Vamos criar um conselho tripartite, um conselho nacional do trabalho com representação tripartite dos trabalhadores, empresários e governo.
Nós também estamos propondo ampliação da licença paternidade, para os funcionários públicos, que é para quem nós temos esse competência, ao invés de cinco gozar 20 dias. Com isso, nós estamos incentivando os homens funcionários públicos desse país a ajudar as mulheres, principalmente nessa questão fundamental que nós sabemos que é a criança nascida nos primeiros dias.
Uma outra medida nós vamos lançar terça-feira, que é o Plano Safra da Agricultura Familiar. Vamos garantir recursos tanto para o programa de aquisição de alimentos como para assistência técnica.
Quero também falar sobre algo muito importante para 63 milhões de pessoas. Sintetizando por que eu estou já falando há muito tempo, além disso, nós fizemos uma coisa que é muito importante para 63 milhões de brasileiros, nós prorrogamos o programa Mais Médicos por mais três anos. E isso porque 70% dos médicos que estão nesse programa, dos mais de 18.200, tinham seu contrato vencido agora em agosto, e isso iria prejudicar milhares e milhões de pessoas.
O programa Mais Médicos ele é justamente o programa contrário ao que eles propõem. Eles propõem acabar com a vinculação, com a garantia de gasto, à emenda 29 da Constituição. Nós não, nós propomos manter e assegurar um programa que garante assistência nas periferias das grandes cidades. Aqui em São Paulo, na periferia da cidade de São Paulo e no Estado de São Paulo, é onde uma parte, a maior parte desses 18 mil médicos estão. Porque não tinha médicos nas regiões mais pobres e mais habitadas. No interior também, nas regiões indígenas, vocês sabem que índios no Brasil morriam por falta de assistência técnica. Então é muito importante a prorrogação desse programa.
E com isso eu quero dizer para vocês, o golpe é um golpe contra a democracia, contra conquistas sociais. Um golpe que é dado contra também investimentos estratégicos do país como o Pré-sal. Quero dizer que o mais grave de tudo o que eles fizeram foi impedir que o Brasil tivesse, tivesse combatido a crise econômica, e impedido o crescimento do desemprego, porque esse é o objetivo principal de qualquer governo que tem compromisso com o trabalhador. Eles vão aprofundar a crise e vão rasgar a Constituição, ferindo essa Constituição, maculando essa Constituição.
Eu quero dizer para vocês que eu vou resistir, eu vou resistir. Eu estou aqui… Eu vou resistir e vou lutar até o fim. E eu estou aqui nesse 1º de maio porque o 1º de maio é historicamente uma data, uma luta pela resistência. Resistência contra a de direitos, uma luta a favor de conquistas sociais, e aqui hoje no nosso país, é uma luta pela democracia e por todas as conquistas e muito mais conquistas que nós ainda temos de alcançar.
Quero dizer ainda que eu lutei como vocês a minha vida inteira. É verdade, é verdade que eu fiquei presa durante três anos. É verdade que eu lutei e resisti à ditadura. Agora quero dizer a vocês, que a luta agora, é uma luta muito mais ampla, é uma luta que nós vamos, vamos levar em favor de todas as conquistas democráticas. Da luta contra a ditadura e de todos os ganhos que nós tivemos nos últimos anos com o governo do presidente Lula e com o meu, é sobre isso que se trata defender o projeto. Não é a minha pessoa, o meu mandato, não é o mandato de uma pessoa individual. O meu mandato é o mandato que me foi dado por 54 milhões de pessoas que acreditavam num projeto.
Esse projeto que eles querem impor ao Brasil não é o projeto vitorioso nas urnas em 2014. Se querem esse projeto vão às urnas em 2018. Se coloquem, se coloquem sob o crivo do povo brasileiro. Se forem eleitos, conseguiram legitimamente, mas da forma que eles querem chegar ao poder, sem voto, numa eleição indireta, sob o disfarce do impeachment, não! Não passarão.