Organizaciones sociales, sindicales y de mujeres se movilizan en Brasil exigiendo la renuncia del jefe de Diputados
“Fora Cunha” terá protestos em 24 estados
Partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e da juventude prometem realizar nesta sexta-feira, 13, o Dia Nacional de Mobilização Fora Cunha, que pede saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do comando da Casa.
Segundo os organizadores, os eventos organizados nas redes sociais já contam com mais de 37 mil presenças confirmadas. Em Brasília, a manifestação se somará à grande marcha convocada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
Além do Distrito Federal os outros estados mobilizados são Espírito Santo, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Amapá, Amazonas, São Paulo, Rondônia, Alagoas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Ceará, Piauí, Pará, Alagoas, Acre, Rondônia, Rio Grande do Norte, Tocantins e Mato Grosso.
«Fora Cunha» é o mote que vem sendo utilizado em uma série de ações que aconteceram nas últimas semanas em várias cidades do Brasil. A juventude, principalmente, tem demonstrado o descontentamento com a atuação do deputado Eduardo Cunha no Congresso Nacional e a sua manutenção no cargo após as denuncias de corrupção e lavagem de dinheiro.
Protesto contra Eduardo Cunha reúne mulheres no Centro do Rio
Manifestantes, a maioria mulheres, se reuniram mais uma vez no Centro do Rio para protestar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O ato desta quinta-feira (12) teve início em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), por volta das 17h. No dia 28 de outubro, ato semelhante tomou conta da Cinelândia. Segundo os organizadores, cinco mil pessoas participaram. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
A mobilização feminina contra Cunha teve como foco principal as propostas do parlamentar contrárias aos direitos da mulher, sobretudo o projeto de lei 5069/13, idealizado pelo deputado, que modifica a lei de atendimento às vítimas de violência sexual. A proposta criminaliza a propaganda, o fornecimento e a indução ao aborto e a métodos abortivos.
Dezenas de mães com filhos no colo participaram do protesto, destacando que «ser mãe é uma escolha». Faixas, cartazes, músicas e palavras de ordem destacavam a luta pelos direitos da mulher.
‘Pela vida da mulher’
As manifestantes gritavam, a todo instante, que o ato era em defesa da vida da mulher. Além de destacarem que a clandestinidade do aborto é responsável pela morte de várias mulheres que escolhem interromper a gravidez, elas faziam menção ao Mapa da Violência, divulgado nesta semana, que revelou a média de 13 mulheres assassinadas por dia em 2013. Ainda segundo o estudo, em dez anos houve aumento de 54% do número de homicídios de mulheres negras no país.
‘Cunha representa retrocesso’
Para a estudante Gopala Miron, de 19 anos, idealizadora de uma página no Facebook que pede a saída de Cunha da Câmara, mais do que a indignação pelo projeto de lei que afronta os direitos da mulher, a postura de Eduardo Cunha à frente do legislativo e o envolvimento do parlamentar em escândalo de corrupção têm garantido a grande mobilização de atos populares cobrando a saída dele do cargo.
«Acho que os absurdos que ele faz na câmara provocam mais a sensibilidade da população. Estamos aqui para barrar os retrocessos dele», afirmou a jovem.
Gopala destacou que mais de 30 coletivos e representantes de partidos políticos estavam empenhados na mobilização dos manifestantes. «A gente está respeitando demais a pluralidade dessa organização», enfatizou.
Manifestaram atearam fogo em um boneco que representava Eduardo Cunha. Enquanto isso, eram projetadas no prédio da câmara a frase «#foracunha» é uma foto do parlamentar.
Durante o protesto, também foi pedida a saída do secretário-executivo de coordenação de governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira. Manifestantes distribuíam adesivos protestando contra o deputado federal licenciado, que confessou ter agredido a ex-mulher.
Após ocuparem a Avenida Rio Branco por 45 minutos, os manifestantes tomaram a Cinelândia, que ficou lotada.
Eduardo Cunha perde mais aliados
Depois de perder apoio do PSDB, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, corre o risco de ficar também sem os votos dos parlamentares do Democratas. A debandada pode não parar por aí.
A carta de apoio a Eduardo Cunha lida, na quarta-feira (11), em plenário, surpreendeu o líder do PTN, deputado João Bacelar, da Bahia. O partido constava na lista, mas o líder não assinou o documento e já pediu para que o PTN, que tem apenas quatro parlamentares na Câmara, fosse retirado do manifesto pró-Cunha.
O PT também não assinou a carta, que teve a adesão de 11 partidos da base governista. O documento foi uma reação de aliados do presidente da Câmara para contrapor o PSDB que anunciou o rompimento com Eduardo Cunha. O DEM tende a seguir o mesmo caminho do PSDB, mas o líder, Mendonça Filho, que discordou da estratégia do PSDB, disse que vai esperar o andamento do processo contra Cunha no Conselho de Ética para voltar a se manifestar sobre a situação do presidente da Câmara.
A oposição esperava que Cunha anunciasse, nesta quinta (12), a data em que vai decidir sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Perguntado, Cunha foi evasivo: “Quando estiver pronto, vocês vão saber”.
Reportagem do jornal o Estado de São Paulo desta quinta (12) mostra que o presidente da Câmara usou o nome da mãe como contrassenha para consultas ao banco suíço Julius Baer. A informação foi confirmada pela TV Globo. De acordo com o jornal, pode ser mais um indicativo de que os recursos no exterior eram diretamente controlados pelo deputado. Em entrevistas à imprensa, Cunha afirmou que não tem poder de decisão sobre os valores depositados no exterior.