Principal líder opositor dice que Dilma no terminará su mandato
Em convenção, Aécio diz que Dilma não concluirá mandato e faz apelo por unidade no PSDB
Em discurso após ser reeleito presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) apostou, neste domingo, em convenção do partido, que a presidente Dilma Rousseff não concluirá seu mandato. O tucano disse em Brasília que os atuais escândalos de corrupção mostram que há um “vale tudo” para se manter no poder; e voltou a afirmar que perdeu as eleições presidenciais para “uma organização criminosa”, e não para um partido político. Preocupado com a disputa interna pela candidatura à Presidência da República em 2018, Aécio aproveitou para fazer um apelo pela unidade no partido.
Uma das heranças da presidente Dilma nós já conhecemos: meia década perdida. Ao final de seu governo, que não sei quando ocorrerá, talvez mais breve do que alguns imaginem, os brasileiros estarão mais pobres – disse Aécio, sendo aplaudido pelo auditório.
Cobrado por uma parte do PSDB e por organizações da sociedade civil, que são favoráveis a um pedido de impeachment, o tucano voltou a apostar, em outro trecho de seu discurso, que Dilma não ficará mais quatro anos no Palácio do Planalto.
– Esse grupo político que está aí caminha a passos largos para a interrupção do seu mandato. A oposição não se omitiu, não esmoreceu, vem lutando muito, e está cada vez mais sintonizada com o sentimento amplamente majoritário na sociedade brasileira.
O presidente do PSDB traçou um cenário sombrio da atual crise por que passa o país, tanto na política quanto na economia:
– Convivemos hoje com o dramático aparelhamento da administração federal, tomada de assalto por ativistas e amigos do poder. Com o compadrio que se estabeleceu como norma básica de conduta e funcionamento da máquina pública. Com a corrupção endêmica, que grassa no serviço público, gerando escândalos em série, intermináveis e vergonhosos, como os revelados quase diariamente pela Operação Lava-Jato. Convivemos com o uso de truques contábeis, as chamadas «pedaladas fiscais», para fechar as contas do governo. Uma prática que pode levar a Presidente da República a ter suas contas rejeitadas.
Para o senador tucano, na raiz de todos esses problemas está “a crise moral de um governo afundado em contradições, desvios e crimes de toda ordem”.
– Não perdemos a eleição para partido politico, e sim para uma organização criminosa que se instalou no seio do Estado nacional.
Aécio pediu unidade interna para derrotar o PT:
– A nossa unidade é o mais valioso instrumento para colocar fim a esse perverso ciclo do PT.
Ladeado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Aécio fez questão de entrar pelo corredor do salão. Os dois foram saudados pelos militantes, que gritavam “Aécio, Aécio”. O locutor fez questão de avisar que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também estava presente porque ele não estava com o senador e FH na chegada à convenção.
O PSDB reelegeu Aécio em clima de divisão interna. Ele é apresentado pela maioria dos diretórios como candidato natural à Presidência em 2018. Mas, na eleição do diretório estadual do São Paulo, em meados de junho, o nome de Alckmin foi lançado. O senador José Serra (PSDB-SP), que também já foi candidato do partido à Presidência, não deixou de lado o sonho de novamente concorrer ao Planalto e, segundo aliados, cogita deixar a legenda e ir para o PMDB.
Esforçando-se para demonstrar unidade, Aécio e Alckmin foram recebidos por uma guerra de claques. Um grupo gritava “Aécio” e “Minas”, enquanto outro gritava “Geraldo presidente” e “São Paulo”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou o atual governo, disse que perdeu a credibilidade e está paralisado. O tucano afirmou que a crise de confiança que atinge o país exige a união da sociedade ao redor da oposição para que encontre uma solução, dentro dos parâmetros constitucionais. O tucano afirmou que o partido sabe governar e está pronto para assumir o país.
– Estamos assistindo simultaneamente um início de um mal-estar que tem tudo, eu não gostaria que assim fosse, de se agravar, assistindo a paralisação do Executivo – afirmou o tucano.
Segundo ele, muitas crises ao mesmo tempo exigem uma resposta: a união do povo brasileiro ao redor das oposições para que se encontre uma saída para o país.
– Uma saída que só pode ser com respeito à Constituição Federal. Que se puna os culpados. Precisamos assistir esse Brasil com a cara que sempre teve de decência, de humildade. De dirigentes nacionais que possam andar nas ruas sem estar cercado de pessoas, não ter medo de ser agredido. Queremos o Brasil outra vez confiante e, para isso, o PSDB não poderá fugir do seu papel de responsabilidade. Não somos donos do que vai acontecer nas próximas semanas, nos meses seguintes. Mas estamos prontos para assumir. O PSDB sabe governar – disse Fernando Henrique.
O ex-presidente disse que vivenciou várias crises enfrentadas pelo país no passado, citando Getúlio Vargas, Jango, os governos militares,o impeachment de Fernando Collor. Segundo ele, foram muitos momentos tensos, mas nenhum como o atual, com a paralisação do Executivo.
– Eu raramente vi um momento como esse em que se acumulam crises de vários tipos: crise econômica, expressão mais direta o sofrimento do povo. Estamos assistindo um Congresso fragmentado, um governo que, para se manter, cria ministérios. O sistema que se chamava de coalizão, hoje é cooptação, de compra – criticou FHC.
Numa referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique disse que durante 13 anos ouviu a expressão “nunca antes”, mas que “a verdade é que nunca como antes se roubou tanto no Brasil”. FHC disse que o PT, que criticava as privatizações, agora apela para a cooperação entre estado e o setor privado.
Segundo ele, o Proer (programa de recuperação de bancos), duramente criticado pelo PT à época, é reconhecido hoje como programa que salvou não só bancos, mas o país de uma falência.
– É isso que o Brasil precisa. Não queremos facção, não queremos o Brasil de eles e nós. Não. Queremos um só país – disse o tucano.
Segundo FHC, o atual governo perdeu o rumo, apostando no consumo:
– O Brasil foi quebrado pelo PT e pelo lulopetismo. Essa crise que vai custar caro para o povo brasileiro é dele e não nossa. Não virá aliança externa para nos ajudar, mas temos força como brasileiros e brasileiras de reconstruir o Brasil. Queremos reconstruir o Brasil, tirá-lo dessa tragédia para a qual fomos levados pela incompetência de quem não sabe governar.
Fernando Henrique disse que enfrentou, na presidência, situações difíceis que culminaram na queda de popularidade de seu governo, mas que nunca perdeu credibilidade.
– Quando se perde a credibilidade não há mais como recompô-la. E esse governo perdeu a credibilidade. Não explicou nada, deu volta de 180 graus, mudou sua política sem dizer nada. Não dá mais para acreditar. Quebrou o cristal.
De acordo com FH, o PSDB tem a responsabilidade de dizer qual o rumo a ser tomado, mantendo a democracia e fazendo a «limpeza ética».
– Vamos tentar, junto com o povo, levar o país a um caminho de ética, de bem-estar. Não estamos sozinhos, juntos vamos vencer e nos recompor.
Ao iniciar seu discurso, Fernando Henrique fez questão de destacar sua empolgação com a convenção. Segundo ele, nunca viu tanta responsabilidade nos discursos e tantos jovens. A juventude puxou um coro: «FHC, a juventude tem orgulho de você!».
– Obrigado, isso dá energia.
SERRA: GOVERNO DILMA É MAIS FRACO AO DE JANGO
Com o slogan “oposição a favor do Brasil”, a convenção do PSDB começou pela manhã. Na entrada, foram distribuídos lenços com a bandeira do Brasil e adesivos com o slogan do evento. Algumas faixas foram penduradas na parede, no final do salão, pedindo a retomada do crescimento e criticando a corrupção.”Santa Catarina quer ver o Brasil investindo”, “Goiânia, a favor do Brasil e contra a corrupção”.
Aécio chegou por volta de 11h30m. O senador estava acompanhado de caciques da legenda, e foi ovacionado pelos militantes que gritavam e se espremiam para tentar fazer imagens com o celular.
No entanto, os ataques ao governo Dilma e ao PT dominaram a convenção. No discurso, Alckmin afirmou que o PT “chegou ao fundo do poço”. Para o governador paulista, o PSDB é o partido que está verdadeiramente ao lado dos trabalhadores e dos mais pobres, enquanto os petistas estariam ao lado “da especulação financeira e dos rentistas”.
– O PT chegou ao fundo do poço e cabe a nós a missão de não deixá-los carregar o país junto com eles. Afastado o flagelo do petismo no poder, o Brasil poderá reencontrar sua vocação para o crescimento – disse Alckmin.
De acordo com o governador, o PSDB “nunca usou e nunca usará o nome do trabalhador em vão”.
– Somos o partido dos mais humildes, dos trabalhadores, do povo. O PSDB é o partido da educação, que emancipa; da saúde, que cuida de gente; o partido da segurança pública, que salva vidas. O partido daqueles que mais precisam. O partido que nunca usou e nunca usará o nome do trabalhador em vão.
O senador José Serra ressaltou que a crise em que passa o Brasil é a maior que ele já viu, e que a oposição precisa oferecer saídas ao país:
– O Brasil está atravessando a pior crise desde que me conheço por gente, sem nenhum catastrofismo. Cabe a nós oferecer saídas para a crise. Vai ser difícil, porque o estrago feito pela era petista é gigantesco.
Para o senador e ex-ministro da Saúde, o governo Dilma é mais fraco do que o de João Goulart, de 1964:
– O Jango era de uma solidez granítica perto do governo Dilma, pelo menos sabia escolher gente, era um gigante na administração perto do governo Dilma.
Ecoando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra cobrou responsabilidade do PSDB nas votações no Congresso. Os tucanos votaram a favor, por exemplo, do reajuste salarial entre 53% e 78% para os servidores do Judiciário.
– Claro que às vezes há tentação, que precisamos afastar de aprovar loucuras fiscais irreversíveis, mas elas comprometem o futuro.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff como solução para curar «a saúde» do Brasil.
– Pensei em sair do lugar comum do PT e falar sobre saúde, segurança no Brasil. Quando eu pensei em saúde, pensei que foi o PT que deixou nosso país doente e a melhor coisa que poderíamos fazer para curar o país é o TSE cassar o mandato da presidente Dilma. Quando eu pensei em segurança, lembrei do Petrolão que saqueou os cofres públicos. O PSDB quer ver na cadeia esses petistas corruptos que desviaram dinheiro dos nossos bolsos. Temos que manter a oposição combativa até afastar esse governo que tanto mal faz ao nosso povo – afirmou Sampaio.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), pregou que a oposição se mantenha nas ruas:
– O Brasil vive a mais grave crise de sua história. Aumentos de energia, de preços, desemprego. Um golpe que eles praticaram contra o Brasil. Contamos com vocês. Estão sendo convocados para ir às ruas do país defender essa bandeira de ética – disse Cunha Lima.
O deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS e que compareceu à convenção tucana, disse que o melhor caminho, segundo ele, é que a chapa de Dilma seja cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral e sejam convocadas novas eleições:
– Precisamos nos preparar para saber o que precisamos fazer, se a pedalada (fiscal) for reconhecida e o TSE rejeitar as contas, o que pode dar impeachment. Não é o desejo de ninguém, mas a ingovernabilidade crescente talvez aponte esse caminho.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, aproveitou para homenagear o cantor sertanejo Cristiano Araújo, morto em um acidente de carro no último dia 24. Foi exibido um vídeo no qual Araújo cantava um jingle da campanha presidencial de Aécio, veiculado no horário eleitoral gratuito do ano passado.
PUBLICIDADE
MENSALÃO TUCANO
Com pena de 22 anos de prisão pedida pela Procuradoria Geral da República, o ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) subiu ao palco da convenção, entre os convidados de honra. Ele renunciou ao mandato de deputado federal no início do ano passado para evitar um desgaste político maior para a pré-campanha presidencial de Aécio. Azeredo foi acusado de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão mineiro. Além de sair dos holofotes, a renúncia de Azeredo funcionou como uma manobra para protelar o processo, que saiu do Supremo Tribunal Federal (STF), com a perda do foro privilegiado, e foi para a primeira instância.
Entre os convidados também está o senador Magno Malta (PR-ES), cujo partido faz parte da base aliada da presidente Dilma Rousseff.
– Sou desobediente. Meu partido é da base do governo, mas eu sou da base do povo – discursou.
‘Dilma a cada dia perde capacidade de governar’, diz Aécio Neves
O presidente do PSDB, Aécio Neves, será reconduzido ao comando do partido amanhã, para um mandato de mais dois anos, com o desafio de manter a legenda como contraponto ao PT e voltar a ocupar a Presidência da República em 2018. Ou até antes, se a Justiça Eleitoral acatar ação dos tucanos para anular a diplomação da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer. Em entrevista ao GLOBO, Aécio diz ter dúvidas sobre se Dilma completa o mandato. Falando como candidato, diz que o PSDB está pronto para assumir a Presidência em 2018.
Como o senhor vislumbra os próximos 90 dias da presidente Dilma? Ela permanece no cargo ou não?
Na minha posição, preciso de muita cautela e muita responsabilidade. Até porque, quando eu falo, fala o PSDB, que é o maior partido de oposição. Junto ao TCU nós mostramos que a presidente cometeu, de forma reiterada, inclusive este ano, crime de responsabilidade. Por outro lado, temos ações junto à Procuradoria Geral da República que, na verdade, demonstram que houve cometimento de crime comum. Agora, ingressamos com outra ação por crime de extorsão com base na delação do senhor Ricardo Pessoa, quando diz que o tesoureiro da campanha condicionava a manutenção dos contratos da UTC e Constran na Petrobras às doações para a campanha eleitoral da presidente Dilma. Existe um processo no TSE, para o qual vai haver uma oitiva de Ricardo Pessoa no próximo dia 14, em que nós denunciamos, entre várias outras irregularidades, o uso de propina da Petrobras na campanha da reeleição da presidente em 2014. O governo e o PT começam a ver não só na oposição, mas também em setores importantes da base, uma completa incredulidade em relação à capacidade de Dilma de governar o Brasil até o fim do mandato. Porque aí não é mais questão de gostar da presidente, é questão de governabilidade. O Brasil tem desafios enormes a serem enfrentados, e só se enfrenta com governo. Ou ela tem a capacidade de retomar o posto, de reassumir o comando do país — e eu tenho dúvida se ela terá — ou temos que estar abertos a novas opções.
O PSDB se planeja para esse cenário?
O PSDB não escolherá o cenário. A questão depende das condições políticas e sobretudo jurídicas, não é? O PSDB tem que estar preparado para qualquer cenário. Mas repito: a minha posição será sempre de muita cautela. Mas o que é perceptível — e não adianta tapar o sol com a peneira — é que a presidente a cada dia perde a capacidade de governabilidade. Eu não me movo, hoje, como candidato de 2018. Como não fiz lá atrás. Eu sou presidente do PSDB. Meu papel é organizar o partido, criar condições para que o PSDB esteja mais fortalecido do que nas últimas eleições. Quero que o PSDB esteja preparado para 2018, ou para o momento em que for necessário, independente de quem seja o candidato. É um privilégio do PSDB ter nomes como Geraldo Alckmin, José Serra, Aloysio Nunes, Fernando Henrique, Marconi (Perillo). Meu papel é garantir a unidade do partido. E democraticamente vamos agir no momento certo, não antes de 2017, para definir quem terá a responsabilidade de disputar as eleições. A não ser que o calendário eleitoral se antecipe.
O senhor acha que a presidente Dilma termina o mandato?
Tenho enormes dúvidas. Eu dou a ela, ainda, a opção da dúvida. Porque é muito pouco tempo. E o Brasil, tradicionalmente, tem um presidencialismo muito forte, não? Mas estou percebendo um governo cada vez mais amedrontado, sem articulação política, sob pressão permanente do Congresso. O governo está tão fragilizado que se assusta com qualquer grito que venha do Congresso. E isso não é bom para o país, me preocupa. Confiança, credibilidade, os interlocutores do governo não dispõem mais desse ativo. É extremamente preocupante. Porque a presidente da República nunca fez esse papel, e não sei se, nesse momento, terá condições de fazê-lo.
O senhor acha que o Lula vai ser candidato nas próximas eleições?
Venha Lula, venha quem vier, o ciclo de poder do PT se encerrou. Porque eles não têm mais o que dizer para as pessoas. O PT, em uma próxima eleição, estará envergonhado. O PT vai passar por um estágio, que eu espero que seja longo, como oposição. Recuperar suas teses originárias, voltar a ser o partido representante de um segmento importante da população brasileira, da classe trabalhadora, com interlocução adequada com os sindicatos. Faz falta ao Brasil um partido da classe trabalhadora. Mas é preciso um partido legítimo, sério, honrado. O PT virou o partido do capital. O capital distribuído para alguns poucos.
Houve questionamentos em relação à posição do PSDB em votações como fator previdenciário, fim da reeleição, aumento do Judiciário. A bomba não vai estourar lá na frente?
Nós temos que compreender que o PSDB tem no Congresso uma bancada completamente plural, que tem que ser respeitada em seu espaço de expressão. Mas nós teremos sempre, e isso está no nosso DNA, a responsabilidade fiscal como o indutor, o pilar fundamental da recuperação da economia e dos avanços do país. Agora, não cobrem de nós a condução dessa agenda, que ela é de responsabilidade do governo. O que não é aceitável é o PT, que é responsável por essa gestão calamitosa da economia, que custa hoje à classe trabalhadora um preço altíssimo, não é possível que ele se abstenha de assumir o seu papel, e cobre da oposição esse papel.
O PSDB ajudou a aprovar o aumento do Judiciário.
Nós votamos, mas é praticamente impossível de ser implementado. Isso aconteceu no momento em que o governo se omitiu. Essa mágica o PT não vai conseguir ter. Ele quer ser governo no momento da distribuição dos cargos, e quer ser oposição no momento de falar com a sociedade. Essa vai ser a fotografia do fim do governo: 62 a 0 em uma matéria dessa relevância? Hoje há um vácuo de poder no Brasil, é isso é grave, me preocupa muito porque não existe espaço vazio na política. Com essa ausência de autoridade, essa incapacidade de reação do governo, é fácil que haja um protagonismo do Congresso. E em alguns momentos eu confesso: é sem conexão com a realidade. Às vezes, talvez até a sem responsabilidade que deveria ter.