Dilma le responde a Aécio Neves: «Quien es golpista lo muestra en la práctica»

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‘Quem é golpista mostra na prática’, diz Dilma ao responder sobre Aécio

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (9), após participar da VII Cúpula do Brics, na Rússia, que “quem é golpista mostra na prática”, ao responder pergunta sobre as recentes declarações do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), sobre o PT.

Na última terça (7), a presidente concedeu entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual disse que há setor da oposição “um tanto quanto golpista”. Em nota divulgada após entrevista de Dilma, Aécio Neves disse que o PT quer «inibir» as instituições e considera “discurso golpista” tudo o que contraria os interesses do partido.

Questionada sobre a repercussão da entrevista dela no Brasil e as críticas do senador tucano ao PT e ao governo, Dilma disse que não cabe a ela debater “o que acontece ou o que deixou de acontecer”.

Ela ressaltou que o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda não apresentou o parecer final sobre as contas do governo – o órgão pediu explicações ao Planalto sobre as «pedaladas fiscais». Ela afirmou também que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não se pronunciou sobre pedido do PSDB para cassar o registro de candidatura da petista sob a alegação de que a campanha de 2014 teria sido financiada com dinheiro de corrupção.

“Neste sentido, é estranho que pré-julguem porque, como eu estou dizendo, ainda não há decisão. Estranho que se trate como tendo havido uma decisão. […] Ao contrário, quem coloca como já tendo tido uma decisão está cometendo, eu acho, um desserviço para a instituição, um desserviço para o TCU e para o TSE. Não há nenhuma garantia de que qualquer senador da República possa, muito menos o senhor Aécio Neves, pré-julgar quem quer que seja e o que uma instituição vai fazer ou não”, declarou.

A presidente afirmou que não se deve discutir “quem é e quem não é golpista”. “Quem é golpista, mostra na prática sua tentativa e começa, por isso, a pré-julgar uma instituição”, disse.

Aécio Neves contesta
Após a fala de Dilma na Rússia, Aécio Neves afirmou, no plenário do Senado, que a petista fez “considerações absolutamente distantes da realidade”. Ao comentar as declarações da presidente na Rússia, ele disse também que as falas dela foram “sem sentido”.

“A presidente busca criar um factoide a partir de algo que não é real, que não é verdadeiro”, disse o senador. “É absolutamente inacreditável a desconexão da presidente da República com a realidade. E o que eu percebo é que, mesmo sendo uma presidente que saiu do Brasil, se sente acuada pelos fatos, pela incerteza em relação ao seu próprio futuro”, declarou.

Aécio disse também que Dilma deveria olhar para os brasileiros «e dizer que errou, fracassou e falhou». O senador afirmou também que ela deveria explicar porque o Brasil registra «desemprego recorde, inflação saindo do controle, desaquecimento de toda a economica e juros na atmosfera».

«Não, senhoras e senhores, isso não é obra da oposição. A oposição não é golpista. E eu desafio a presidente da República a demonstrar em qual momento, em que instante, eu, como presidente do PSDB, dei qualquer declaração que não fosse de respeito à Constituição, que não fosse de respeito à soberania e independência das nossas instituições», completou.

G1

Aécio diz que Dilma está fora da realidade e a desafia a provar acusações

Em resposta às declarações de Dilma Rousseff nesta quinta-feira na Rússia, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), acusou-a de faltar com a verdade na frente de outros chefes de Estado e a desafiou a provar que ele, como presidente do PSDB, tenha dado qualquer declaração que não fosse de respeito à Constituição e soberania das instituições. Aécio repetiu várias vezes que Dilma está fora de si e que é preciso ter serenidade e concentrar forças para se defender das inúmeras acusações que ela e o PT enfrentam no Ministério Público, Justiça Eleitoral e Tribunal de Contas da União (TCU).

— É absolutamente inacreditável a desconexão da presidente Dilma da realidade. A que ponto chegou a presidente da República! Mesmo saindo do Brasil, ela se sente acuada, perseguida pelos fatos e pela incerteza em relação ao seu próprio futuro. Não somos nós da oposição que vamos decidir o que vai acontecer. Não é obra nossa, a oposição não é golpista. Depende mais dela e do povo brasileiro. O que não podemos permitir é que a Justiça, o Ministério Público, a Polícia Federal e outras instituições sejam constrangidos por ações do seu governo — rebateu Aécio.

O tucano disse que talvez a saída menos traumática fosse que Dilma cumprisse seu mandato até o fim, mas os fatos que se sucedem é que geram uma enorme incerteza. Aécio começou o discurso da tribuna do Senado dizendo que a presidente tinha usado a reunião dos BRICs, na Rússia, para brindá-lo com considerações “mais uma vez fora da realidade”. Disse que num momento de crise, quando o Brasil precisa de uma integração maior com aqueles países, o que se viu “mais uma vez” foi a presidente do Brasil num comportamento distante dos interesses do país.

— Vou tentar traduzir, porque nem sempre á fácil entender — começou Aécio, ao ler as declarações de Dilma, em que ela diz que ele nem nenhum senador pode prejulgar o que vai decidir o TCU ou TSE em relação as suas contas e acusações de que sua campanha foi beneficiada por recursos do petrolão.

— Não fizemos aqui prejulgamentos. O que disse é que ninguém nesse país, inclusive a presidente da República, está acima das instituições. Por isso cumpriremos nosso papel constitucional de garantir que, apesar do desastre do seu governo, o Brasil possa se reencontrar com o seu futuro — disse Aécio.

Acusando Dilma de tentar buscar “factóides” sobre o que não é verdadeiro, Aécio repetiu o teor de seus discursos dos últimos dias – chamados de tentativa de golpe pelos governistas – em que destaca a necessidade de que todos sejam guardiões da Constituição e das instituições.

— Eu tenho dito em todos os momentos: vamos permitir que o TCU e o TSE cumpram a sua função constitucional, que pode aprovar ou reprovar, não há julgamento feito ainda. Por outro lado, que o TSE e o TCU, cumprindo seu papel de guardiães da Constituição — disse Aécio, lembrando que deputados da bancada do PT disseram que a Polícia Federal tem de se submeter ao governo, que tem os votos.

Aécio enumerou casos em que instituições como o IBGE e Ipea foram obrigados a esconder dados negativos sobre aumento da miséria extrema durante a campanha de 2014, para não contrariar ordens do governo, sob alegação de que contrariam a legislação eleitoral.

— O depoimento de dirigentes do Ipea e IBGE provam aquela máxima de que na eleição fariam o diabo, inclusive escamotear dados oficiais mostrando o aumento da pobreza extrema. Naquele momento a população foi impedida de saber disso — disse Aécio.

O presidente do PSDB disse que Dilma perdeu a oportunidade, hoje, de comentar lá na Rússia o bloqueio dos bens de 20 dirigentes do fundo de pensão Postalis nomeados por ela; da taxa de desemprego de 8,1% a maior da Pnud continua divulgada hoje ; e que 50% das empresas brasileiras estão demitindo.

— È disso que a presidente Dilma deveria falar. Olhar para os brasileiros e dizer que falhou. É triste ver a presidente, diante de outros chefes de estado, faltando com a verdade — completou.

Falando na tribuna logo após o discurso de Aécio, o líder do PT, senador Humberto Costa (PE) avisou que não trataria do tema do discurso e sim do sucesso do programa Mais Médicos.

— Não vou falar desse tema porque já tratei aqui do golpismo. Mas demonstram que o golpe foi sentido e precisam agora ficar justificando que não pregam golpismo — disse Humberto Costa.

— Fale senador Humberto! Não fuja do debate — desafiou o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PE), mas Costa encerrou o assunto.

O Globo

Após cúpula na Rússia, Dilma viajará à Itália para encontro com premiê

A presidente Dilma Rousseff viajará à Itália na sexta-feira (10) para se reunir, em Roma, com o primeiro-ministro do país, Matteo Renzi, e o presidente italiano, Sergio Mattarella. O embarque para o país europeu ocorrerá após ela participar, na quarta (8) e na quinta (9), de cúpula na Rússia.

Dilma iniciará a agenda internacional desta semana na terça (7), quando ela embarca para Ufá, cidade a cerca de 1,3 mil quilômetros de Moscou, capital russa. No país, ela participará da VII Cúpula do Brics, grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A viagem à Rússia e à Itália fazem parte de uma série de compromissos internacionais da presidente. Na semana passada, ela visitou três cidades dos Estados Unidos (Nova York, Washington e São Francisco), onde se reuniu com empresários e com o presidente norte-americano Barack Obama.

De acordo com a Presidência, após a agenda em Roma, Dilma embarcará para Milão, onde visitará, no sábado (11), expositores brasileiros que participam da Expo Milão. Conforme a organização do evento, o pavilhão brasileiro vai abrigar exibições, atividades culturais e gastronômicas, seminários, além de eventos de negócios. A expectativa é que a presidente retorne ao Brasil ainda no fim de semana.

A última viagem de Dilma à Itália ocorreu no ano passado, quando ela visitou o Papa Francisco, no Vaticano. À época, ela o convidou para a Copa do Mundo e entregou a ele uma bola de futebol. Na ocasião, ela estava acompanhada do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, e dos então ministros da Comunicação Social e da Secretaria-Geral, Thomas Traumann e Gilberto Carvalho, respectivamente.

Mercosul
Na semana que vem, Dilma participará, em Brasília, da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul – bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O grupo prepara oferta comercial para apresentar à União Europeia e espera anunciar ainda este ano o acordo econômico com o bloco europeu.

G1

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