Brasil: Petrobras recorta en un 37% plan de inversiones 2015/2019
Petrobras reduz investimentos em 37% em novo plano de negócios
A Petrobras vai investir menos nos próximos anos. O Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 prevê US$ 130,3 bilhões em investimentos – uma redução de 37% na comparação com o plano anterior, de 2014 a 2018.
O novo Plano de Negócio foi aprovado pelo Conselho de Administração da estatal, segundo Fato Relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Fato Relevante é uma mensagem com informações importantes sobre a empresa para os acionistas e o mercado. A companhia informou que o plano tem como “objetivos fundamentais a desalavancagem da companhia e a geração de valor para os acionistas”. Recentemente, a estatal divulgou que teve o primeiro prejuízo desde 1991. As perdas com esquema de corrupção, que é investigado pela Operação Lava Jato, chegaram a R$ 6,194 bilhões no ano passado. Venda de ativos maior Para melhorar a situação das contas, além de reduzir investimentos, a empresa também pretende vender bens e outros ativos – é o chamado desinvestimento. O montante de venda previsto para este e o próximo ano soma US$ 15,1 bilhões, ante uma estimativa anterior de US$ 13,7 bilhões. Do total, 30% serão em exploração e produção, 30% no abastecimento e 40% em gás e energia. Em 2017 e 2018, os desinvestimentos deverão somar US$ 42,6 bilhões, incluindo reestruturação de negócios, desmobilização de ativos (venda de um bem, que poderá ser alugado em seguida) e desinvestimentos adicionais. nvestimentos A maior parte dos investimentos – US$ 108,6 bilhões – será feita na área de exploração e produção. Deste valor, 86% serão destinados ao desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 3% em suporte operacional. Serão investidos US$ 64,4 bilhões em novos sistemas de produção no Brasil – deste total, 91% no pré-sal. “A carteira de investimentos do Plano prioriza projetos de exploração e produção (E&P) de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural”, informou a estatal. Segundo analistas ouvidos pela reuters, o novo plano trouxe premissas realistas e um corte de investimentos em linha com o esperado, mas ainda gera incertezas em relação à política de preços dos combustíveis e também sobre como a companhia irá conseguir vender dezenas de bilhões de dólares em ativos. Abastecimento e energia Serão investidos, segundo comunicado, US$ 12,8 bilhões no abastecimento. Destes, 69% serão destinados à manutenção e infraestrutura, 11% à conclusão das obras da Refinaria Abreu e Lima, 10% na distribuição, e 10% no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), para recepção e tratamento de gás, manutenção de equipamentos, dentre outros. A área de Gás e Energia tem alocados US$ 6,3 bilhões, com destaque para os gasodutos de escoamento do gás do pré-sal e suas respectivas unidades de processamento. Óleo e Gás As metas de produção de óleo, gás natural e líquido de gás natural foram atualizadas no plano. A estatal espera produzir um total de 3,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2020, “ano no qual estimamos que o pré-sal representará mais de 50% da produção total de óleo”. “Ações já identificadas demonstram que esse resultado pode ser alcançado por meio de maior eficiência na gestão de serviços contratados, racionalização das estruturas e reorganização dos negócios, otimização dos custos de pessoal e redução nos dispêndios de suprimento de insumos”, afirmou a empresa. Endividamento da estatal A relação entre endividamento líquido e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deverá cair para 3 vezes até 2018 e para 2,5 vezes até 2020, afirmou a estatal, que registrou índice de 3,86 vezes no fim de março de 2015, segundo a Reuters. A companhia disse que projeta alavancagem líquida (relação entre o endividamento líquido e o endividamento líquido somado ao patrimônio líquido) inferior a 40% até 2018 e a 35% até 2020, ante 52% ao fim do primeiro trimestre. Premissas Dentre as premissas consideradas no planejamento financeiro do plano, a Petrobras destacou preços dos derivados no Brasil, com paridade de importação, e “preço do Brent (médio): US$ 60/bbl em 2015 e US$ 70/bbl no período 2016-2019”. Meta de produção é reduzida A Petrobras também reduziu a sua meta de produção para 2020. No Brasil, a estimativa de produção de óleo e gás foi revisada de 4,2 milhões de barros diários para 2,8 milhões de barris diários. Na produção total no país e no exterior, o número foi reduzido de 5,3 milhões para 3,7 milhões. “As metas de produção de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil foram atualizadas, refletindo postergação de projetos de menor maturidade ou atraso na entrega das unidades de produção, principalmente em função de limitações de fornecedores no Brasil”, disse a estatal. “A companhia espera alcançar uma produção total de óleo e gás (Brasil e internacional) de 3,7 milhões de boed em 2020, ano no qual estimamos que o pré-sal representará mais de 50% da produção total de óleo”, acrescentou o comunicado. OGlobo