Oposición anuncia que tomará una decisión conjunta sobre el pedido de juicio político a Dilma
Partidos de oposição decidem que vão tomar decisão conjunta sobre impeachment
Presidentes de todos os partidos de oposição – PSDB, PPS, DEM, SD e PV – se reuniram nesta quarta-feira no gabinete do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e decidiram tomar uma posição conjunta em relação a um possível pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A estratégia é avançar na busca de um embasamento jurídico que sustente um pedido de abertura do processo. A prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, segundo a oposição, aproxima mais ainda do pedido de impeachment.
Estamos avançando nas conversas. Ontem, subimos mais um degrau com o apoio da bancada do PSDB na Câmara. Historicamente é na Câmara que o processo de impeachment começa. Ontem, pegamos o pulso e agora estamos analisando todas as possibilidades, sem reservas — disse Aécio.
O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), disse que esse é um caminho sem volta.
Decidimos avançar nas investigações para dar o embasamento jurídico a um possível pedido de impeachment. A prisão do Vaccari, mostra o entrelaçamento do esquema da Petrobras com o partido da presidente Dilma — disse Freire.
Nos próximos dias, o jurista Miguel Reale Júnior deve entregar um estudo com embasamento jurídico para um eventual pedido de impeachment, encomendado pelo PSDB.
Ontem, após se reunir com lideranças dos protestos contro o governo Dilma, o senador Aécio Neves ressaltou que avaliar a possibilidade de impeachment da presidente Dilma não é golpe, é uma previsão constitucional e não significa que não pode ser analisado.
Não fechamos a porta para nenhuma alternativa. Mais de 60% dos brasileiros defende o impeachment. Institucionalmente estamos discutindo todas as alternativas e preferimos entregar esse estudo nas mãos do jurista Miguel Reale. Ele está avaliando todas as denúncias para ver se já há caracterizado o crime de responsabilidade da presidente — disse Aécio, na terça-feira.
Em artigo, Marina diz que impeachment de Dilma puniria o PT, mas aprofundaria o caos
Em um longo artigo publicado nas redes sociais, a candidata derrotada do PSB a presidência, Marina Silva, disse ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, pois isso puniria o PT, mas levaria ao aprofundamento do caos. Ela admite entretanto, que isso é uma questão que será resolvida no “coração do povo”. fora do PSB e tentando ainda viabilizar seu partido, o Rede Sustentabilidade, Marina esteve nesta quarta-feira à noite no Congresso, mas se negou a falar sobre as articulações da oposição para buscar um elo de Dilma com eventual crime de responsabilidade que possa embasar um processo de impedimento. Disse que seu pensamento já foi expresso no artigo intitulado “O silêncio se faz para ouvir”.
No artigo, ela relembra a campanha duríssima que enfrentou contra a candidata do PT e diz que a crise que a reeleita enfrenta ainda vai se agravar muito e a “ insatisfação da população vai da desesperança ao desespero”. “Quantos minutos na televisão serão necessários para fazer as pessoas voltarem a acreditar no mundo cor-de-rosa que os “pessimistas” queriam destruir?” questiona a ex-candidata batida por Dilma.
Sobre o impedimento de Dilma, entretanto, ela diz que não é a melhor solução:
“Há uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi eleita há poucos meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito que essa seja a solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à ordem, mas um aprofundamento do caos”, diz a ex-senadora.
Ela lembra que quando Congresso depôs Fernando Collor, assumiu o vice-presidente Itamar Franco, que formou um governo aglutinando várias forças políticas incluindo a parcela do PT que acompanhou Luíza Erundina. Em sua gestão, que tinha FHC como Ministro da Fazenda, começou o Plano Real e a hiperinflação foi finalmente debelada. Mas quem domina as instituições são as parcelas do PMDB mais envolvidas com as práticas e métodos que estão na gênese da crise, diz Marina.
“O impeachment seria uma punição ao PT, sem dúvida. Uma resposta no mesmo padrão criado pelo partido quando estava na oposição: gritar “fora” a qualquer governo (Sarney, Collor, Itamar, FHC e incontáveis governos estaduais), com ou sem provas de corrupção, pela simples avaliação ideológica de que eram governos impopulares ou contrários aos interesses dos trabalhadores”, disse Marina.
Segundo Marina, essa é uma questão que será decidida no coração do povo, num nível profundo em que “ a tosca propaganda e os gritos de guerra da direita e da esquerda não penetram”
“ Só os que fazem silêncio e ficam atentos conseguem ouvir o que diz esse coração”, diz Marina.