Tesorero del PT preso: eligen reemplazante y la defensa dice que no hay pruebas
PT procura novo tesoureiro entre 82 dirigentes do partido
O nome do novo tesoureiro do PT, que vai substituir João Vaccari Neto, só deve ser definido na sexta-feira na reunião do Diretório Nacional da legenda. O substituto de Vaccari tem que ser escolhido entre 82 integrantes do Diretório. A sigla está com dificuldade de encontrar um dirigente para a substituição, uma vez que nos últimos dez anos, dois dos quatro tesoureiros foram presos: Delúbio Soares, por conta do Mensalão, e Vaccari, no escândalo da Petrobras.
A reunião da Executiva do partido realizada nesta quinta-feira, em São Paulo, terminou sem um nome. Ainda nesta tarde, a chapa que venceu as eleições internas do PT, Partido que Muda o Brasil (PMB), está reunida para discutir o sucessor. O novo tesoureiro sairá do grupo majoritário Construindo Novo Brasil (CNB), que lidera a PMB. A escolha será submetida ainda ao crivo dos dirigentes do diretório nacional em encontro que será realizado amanhã também na capital paulista.
O grupo A Mensagem, segunda maior força do partido, propôs na reunião da Executiva que seja formada uma comissão de dirigentes para ouvir todos os petistas citados na Operação Lava-Jato, entre eles o senador Humberto Costa. A corrente petista, que tem 17 dos 82 integrantes do diretório, reivindica que o tesoureiro escolhido se comprometa a não receber doações empresariais.
Vaccari foi preso na quarta-feira na 12ª fase da Operação Lava-Jato. Ele é réu em ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Ao chegar à reunião, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), voltou a defender o tesoureiro afastado do partido.
Não tem nada contra ele. O afastamento é uma questão de foro íntimo – disse o deputado, ao chegar para a reunião da Executiva da legenda, em São Paulo. Sibá acrescentou que o afastamento só aconteceu por uma questão técnica.
Na quarta-feira, em Brasília, o líder petista disse a prisão de Vaccari era política.
Eu acho que é uma prisão política. Estamos extremamente desconfiados de que existe uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o Partido dos Trabalhadores – dissera ele, que na reunião desta quinta em São Paulo garantiu que não há constrangimento dentro do PT com a prisão do tesoureiro.
Se ele não está lá (preso em Curitiba), não pode estar aqui – explicou. O líder também reafirmou que o partido rejeita a acusação de envolvimento em casos de corrupção na Petrobras.
Não tem constrangimento. Não temos culpa nenhuma. Não aceitamos as acusações que foram apresentadas – reafirmou.
Segundo dirigentes que estavam presentes na reunião da executiva, a prisão de Vaccari foi avaliada como um mal momento para o partido que estava preparando uma reação à baixa popularidade e à crise do governo do PT.
Os dirigentes avaliaram também que as manifestações de ontem contra o PL 4330, conhecido como PL da terceirização, foram bem sucedidas. Ainda nesta tarde, eles receberão uma avaliação do movimento em todas as capitais feita pela CUT.
Defesa de Vaccari diz que não há provas para fundamentar prisão
A defesa do tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, considerou injusta a prisão dele. Segundo o advogado Luiz Flávio D’urso, o decreto de prisão foi fundamentado em depoimentos de delatores, sem apresentação de provas. Vaccari foi preso ontem (15) na décima segunda fase da Operação Lava Jato.
Em nota, o advogado negou que Vaccari tenha pedido que depósitos fossem feitos para uma gráfica ligada ao PT e disse que a movimentação bancária da esposa e da filha do tesoureiro tem origem lícita. Segundo D’urso, o investigado colaborou com a Justiça e não há motivos para mantê-lo preso.
«Vaccari repudia as referências feitas por criminosos delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, e todas as doações ocorreram por via bancária, com transparência, e com a devida prestação de contas às autoridades transparentes», diz a nota do advogado.
A prisão de Vaccari foi determinada pelo juiz federal Sérgio Moro. No entendimento do magistrado, Vaccari deve ficar preso preventivamente por causa do seu poder de influência e pela possibilidade de atrapalhar as investigações. Para Moro, o afastamento voluntário do partido não é suficiente.
Além dos depoimentos de delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, a prisão de Vaccari foi fundamentada em informações prestadas por Augusto Mendonça, diretor da empresa SOG Óleo e Gás, que também delatou o esquema.
Para Mendonça, os pagamentos de propina de sua empresa ocorriam por meio de contato direto com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e Barusco. Eram remessas de dinheiro a contas indicadas por eles no exterior e doações oficiais ao PT, intermediadas por Vaccari.
De acordo com o delator, o tesoureiro pediu que pagamentos fossem feitos à Editora Gráfica Atitude, sediada em São Paulo. Segundo Mendonça, o tesoureiro informou que os valores eram destinados à publicação de «propagandas em revistas pertencentes à editora” nos anos de 2010, 2011 e 2013.
No depoimento, o diretor da SOG Óleo e Gás afirmou que acredita ter pago R$ 2,5 milhões em contribuições mensais durante o período.
Para Sérgio Moro, a solicitação de repasses para a gráfica pode ser explicada conforme levantamento do Ministério Público Federal (MPF), no qual o órgão aponta ligação entre a empresa e o PT.