Marina vuelve a apuntar fuerte contra Dilma: «No respeta su trayectoria»
Marina volta a subir tom contra Dilma e diz que presidenta não respeita própria trajetória
Em mais um sinal de elevação de tom em sua campanha, a candidata à presidência da República Marina Silva, do PSB, voltou a criticar hoje (1º), em São Paulo, à presidenta Dilma Rousseff, do PT, sua principal adversária na disputa pelo Palácio do Planalto.
“Falta de caráter é vir em uma comunidade como essa, prometeu hospital e não cumpriu o compromisso depois de quatro anos. Isso sim é mentira. Mentira é se comprometer e não cumprir com o que se comprometeu”, disse Marina na tarde de hoje, após visita pela manhã na comunidade de Paraisópolis, a maior favela da capital paulista segundo o IBGE, com 55 mil moradores.
O ataque da ex-senadora veio em resposta a uma declaração de Dilma feita ontem depois de visitar as obras do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro. “Eu acredito que errar é humano. Mentir é desvio de caráter”, disparou apresidenta em resposta a Marina, que no mesmo dia, em encontro com apoiadores na zona oeste paulistana, havia chamado a petista de “mentirosa“ e dito se tratar de uma pessoa que “come pela boca do marqueteiro, come pela boca do assessor”.
No domingo (28), a presidenta acusou a adversária, que foi ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2008, de ter mentido ao dizer ter votado a favor da criação e da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) quando era senadora pelo PT. “A candidata Marina, nas duas oportunidades, votou ‘não’ e disse, na minha frente e de todo o Brasil, que tinha votado ‘sim’”, cutucou Dilma ontem no Rio.
A poucos dias do primeiro turno, as duas principais candidatas à presidência intensificaram os ataques mútuos, que respingam até mesmo nos aliados que sustentam a coalizão de cada uma.
Perguntada sobre uma inserção da campanha petista para TV, que vincula a pessebista a eminentes figuras da Arena, o partido oficial da ditadura brasileira (1964-1985), como Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes, Marina Silva retrucou, afirmando que as “contradições” de Dilma são mais profundas, e que a presidenta não está honrando sua trajetória política.
“As companhias que a presidente tem, do (Fernando) Collor, do (José) Sarney, do (Paulo) Maluf, do Renan Calheiros, Jarder Barbalho, e tantos outros, essa sim é a verdadeira contradição, a contradição mais profunda, que nós podemos encontrar na trajetória de pessoas que deveriam estar honrando essa trajetória”, lançou a ex-senadora.
Calheiros e Barbalho iniciaram e fizeram sua trajetória política pelo MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, partido criado pelos militares um ano após o golpe de 1964 para agregar opositores da Arena, forjando um sistema bipartidário para legitimar a ditadura brasileira. Já Maluf, Sarney e Collor fizeram parte do partido oficial da situação durante o regime militar, embora os dois últimos tivessem deixado o Partido Democrático Social (PSD), que substituiu a Arena com o restabelecimento do pluripartidarismo, em 1980, emigrado para PMDB.
Marina Silva reiterou uma vez mais sua confiança de que levará a disputa presidencial para um segundo turno e de que sua “maior estratégia é de continuar debatendo o Brasil”. “A sociedade brasileira e eu já estamos no segundo turno. Temos plena convicção de que os brasileiros não vão transformar jamais essas eleições em um plebiscito. É um processo político. Uma eleição em dois turnos é uma oportunidade de a sociedade debater duas vezes, disputar duas vezes, fazer seu processo de convencimento.”