Dilma, Aécio, Pitágoras y mentiras – Por David Nogueira

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Los conceptos vertidos en esta sección no reflejan necesariamente la línea editorial de Nodal. Consideramos importante que se conozcan porque contribuyen a tener una visión integral de la región.

Dilma, Aécio, Pitágoras e mentiras

1. Dilma, Aécio, Pitágoras e mentiras

Se há uma coisa neste país que se institucionalizou como «picaretagem», chama-se pesquisa eleitoral. Os erros grosseiros acumulam-se e multiplicam-se sob a plácida observação de nosso sistema eleitoral eivado de vícios, falhas e complacências quilométricas para com aqueles que nadam em dinheiro. Mais uma vez, nestas eleições, exemplos marcantes pipocaram pelo Brasil afora. Na Bahia, o candidato Rui Costa (PT) aparecia com mais de 14 pontos percentuais atrás de Paulo Souto (DEM) em boa parte da campanha. Em muitos momentos, o democrata ganhava no primeiro turno. Abertas as urnas, a diferença foi muito grande. Rui Costa ganhou com 54,53% contra 37,39%. Os «erros» matemáticos fizeram Pitágoras balançar nas tumbas helênicas.

2. Não é um caso isolado

Isso não foi só nas terras do acarajé. A manipulação dos dados de pesquisa no Rio Grande do Sul foi outro fato marcante. Em quase todos os momentos, a candidata do PP, Ana Amélia, aparecia em primeiro lugar… terminou em terceiro, com ajustes numéricos na reta final. Em São Paulo, as diferenças finais foram muito acima da margem de erro. Alckmin beirava ter que encarar um segundo turno, quando, na verdade, detinha confortáveis 57,31%. Em Rondônia, as pesquisas também mantiveram a tradição de genuína mutreta. Um Instituto Nacional, sem falar nos de fundo de quintal, apontava Confúcio (PMDB) com 43% e Expedito (PSDB), 35%. Na verdade, o pmdebista obteve 35,86% e o tucano de bico grande, 35,42%.

3. Fraude comprada

Um dos pontos necessários à observação da Reforma Política se pauta no princípio regulamentador da divulgação de pesquisa eleitoral em período de campanha política. Deve e precisa ser proibido, pois, como a prática tem mostrado, é usado escancaradamente para tentar influenciar o ânimo do eleitor para o lado A ou B, conforme «pagamentos» realizados. Essa ferramenta científica tornou-se um instrumento comercial de barganha e extorsão. Manipulam-se dados ao bel prazer dos «clientes» e nada pode ser feito. As pesquisas são instrumentos importantes de trabalho interno das campanhas e devem ficar restritas a elas. Quem trabalhou, como eu, em coordenação de campanha majoritária, sabe o quanto os «Institutos de Pesquisa» negociam resultados para publicação.

4. Eleição não é matemática

Eleição não é matemática e nem ciência exata, mas… cabe uma reflexão básica: na verdade, há uma gama de circunstâncias que norteiam a vontade do cidadão. Devemos ter na memória, porém, as proporções reveladas no último domingo. Nesse sentido, vale observar alguns pontos a partir dos dados das urnas (essa sim, uma pesquisa verdadeira e mortal). Dilma conquistou 41,59% dos votos e Aécio, 33,54%. A acreana e verdejante Marina Silva obteve 21,31%. Todo esse conjunto de votos da Marina tende a ser dividido, proporcionalmente, de acordo com a porcentagem dos votos obtidos no primeiro turno, entre Dilma e Aécio. Assim, 41,59% do total de votos obtidos por Marina (41,59% de 21,31% = 8,86%) vão para Dilma. Com isso, a presidenta somaria um total de 50,45%. Isto, considerando apenas o «naco» dos votos da Marina e desprezando os votos dos nanicos, brancos e nulos. Já Aécio Neves teria 33,54% de um total de 21,31%, ou seja, mais 7,15%. Com isso e considerando apenas os votos remanescentes de Marina, Aécio chegaria a 40,69%.

5. Números e ódios

Independentemente de qualquer pitaco estratosférico, podemos afiançar: não será um processo fácil para ninguém. A política não é uma matemática direta e sem variantes, pelo contrário, suas curvas são insinuadoras. Por tal lembrança, os detalhes levantados no item anterior são premissas a serem olhadas com carinho quase maternal. Nesse contexto acalorado e apaixonado, o que salta aos olhos é o ódio com que alguns setores da direita deste país tentam impor ao processo. Fundamentalistas religiosos e fanáticos de todos os naipes se arvoram no direito de iniciar uma «guerra santa» contra A ou contra B. Isso não é nada salutar para a construção do estado democrático. Cada um é a sua história… simples. Ao final, a escolha se dará com a firme esperança de um futuro melhor. Não obstante, os dados e os números defendidos pelos candidatos (e somente eles) selarão o voto definidor do povo brasileiro.

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