Elecciones en Brasil: con acusaciones cruzadas, Dilma y Marina polarizan el segundo debate
La mandataria Dilma Rousseff y su principal rival en la carrera por la reelección polarizaron el martes el segundo debate entre candidatos a la presidencia de Brasil, en el que la jefa de Estado acusó la ambientalista Marina Silva de prometer generalidades y no tener capacidad para mantener la gobernabilidad del país.
El debate fue televisado por la cadena de TV SBT, y organizado también por el diario Folha de S.Paulo, el portal UOL y la radio Jovem Pan, en una mecánica en la que los postulantes debieron responder preguntas incómodas de periodistas, como una dirigida a Marina Silva sobre porqué no divulgaba los nombres de las empresas que la contratan para dar conferencias por las que ganó algo menos de un millón de dólares desde el 2010.
«Eso depende de las empresas que me contrataron», respondió Marina, llevado a Dilma a comentar que «la transparencia es importante en la democracia».
Marina Silva, a quien sondeos de intención de voto adjudican 50% del apoyo en un eventual balotaje con la presidenta brasileña, lo que la consagraría jefe de Estado electa, reiteró que el actual gobierno brasileño no reconoce sus errores y que por eso no puede enfrentarlos ni resolverlos.
Las candidatas, que dejaron a su rival socialdemócrata, Aécio Neves, en un segundo plano, también polemizaron sobre asuntos de energía.
Dilma le preguntó porqué despreciaba las riquezas petroleras de Brasil «envidiadas en el mundo» y recordó que en el programa de gobierno de Marina Silva, de 242 páginas, «hay apenas una línea sobre el pre-sal», en relación a los inmensos recursos petroleros hallados por Brasil en la década pasada. También sugirió que Marina tendría problemas de gobernabilidad en caso de llegar a la presidencia.
«Sin apoyo en el Congreso Nacional no es posible asegurar un gobierno estable», dijo Dilma.
En tanto, Neves también cargó contra Dilma, a la que responsabilizó por llevar al país a la recesión e hizo hincapié en sus promesas de retormar el sendero del crecimiento económico.
«Habrá una herencia perversa de este gobierno, que fracasó», dijo Neves.
Presidenciáveis participam de debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan
O debate promovido nesta segunda-feira pela Folha de S. Paulo, UOL, SBT e Jovem Pan, foi marcado pela troca de acusações entre as candidatas Dilma Rousseff e Marina Silva. Já Aécio Neves concentrou suas críticas ao governo na economia e na segurança pública. Dilma defendeu o governo relacionando obras e investimentos em vários setores, e Marina criticou a inflação, o baixo crescimento e a dificuldade de o governo reconhecer os erros.
Marina acusou Dilma de não ser capaz de reconhecer seus erros na política econômica. «A candidata Dilma nãoconsegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende um segundo mandato para governar um país como o Brasil, que é reconhecer os erros, porque se não reconhece os erros, não tem como repará-los», afirmou Marina em um dos momentos mais quentes do debate.
A candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse que o Brasil sofre com «inflação alta», «baixo crescimento» e «juros altos». Também mencionou as manifestações de junho de 2013 para ilustrar o descontentamento da população que, segundo ela, «paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços que estão prestados».
Em sua resposta, Dilma disse que é preciso reconhecer os erros e especificou que «um diagnóstico errado vai levar a um caminho errado». A presidente também aproveitou para criticar as propostas econômicas de Marina. Dilma afirmou que a queda na atividade econômica do Brasil é «momentânea», garantiu que a inflação está «próxima de zero» e opinou que a economia internacional «não se recuperou da crise», que as grandes economias «têm altos e baixos».
Candidatos
Além de Dilma e Marina, participaram: Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB), todos os candidatos cujos partidos possuem representação na Câmara dos Deputados, conforme determina a Lei Eleitoral.
De acordo com as regras acordadas entre as campanhas, os candidatos foram posicionados em púlpitos separados. No púlpito central ficou o mediador do debate, o apresentador Carlos Nascimento.
O programa foi dividido em quatro blocos, com intervalos de três minutos. O primeiro foi de perguntas livres entre os candidatos. Cada participante escolheu para quem queria fazer a pergunta, não sendo permitido que repetisse se um candidato já tivesse respondido a uma pergunta.
Primeiro bloco
Dilma perguntou para Marina Silva: «Você diz que vai antecipar 10% do PIB para a Educação, 10% da receita bruta da União para a Saúde e passe livre para estudantes de escola pública. No total, são despesas de R$ 140 milhões. De onde vai tirar os recursos?».
Resposta: Em primeiro lugar não são promessas, são compromissos. E esses compromissos serão assumidos a partir dos esforços que iremos fazer, em primeiro lugar para que o nosso país volte a ter eficiência no gasto público. Hoje nós temos um desperdício muito grande dos recursos públicos, inclusive em projetos que estão desencontrados. Uma outra coisa que nós vamos fazer para conseguir os recursos é fazer com que o nosso orçamento possa ser acrescido a partir da eficiência que teremos em relação aos tributos, que são recolhidos da sociedade. A sociedade paga muito alto para que as escolhas que são feitas sejam sempre feitas na direção errada. Geralmente quando é para subsidiar o juro dos bancos, as pessoas, como dizia Eduardo Campos, não ficam preocupadas em saber de onde veio o dinheiro, mas quando se trata de dizer que se vai tirar 10% para a educação, para que os nossos jovens tenham igualdade de oportunidades, quando se diz que vai ter o passe livre, para que eles possam ter acesso a escola, ao divertimento, aí vem essa pergunta. O que nós vamos fazer é as escolhas corretas e não manter as escolhas erradas como vem sendo feito.
Dilma: Candidata, quero dizer que a senhora falou, falou mas não respondeu a pergunta de onde vem o dinheiro. Quem governa tem de responder como vai fazer, não basta se comprometer ou prometer. O montante prometido pela senhora, em todas essas promessas equivale a quase tudo o que se gasta em saúde e educação, e olha que nós triplicamos os valores que investimos em educação e quase duplicamos os valores investidos em saúde, apesar de termos perdido a CPMF. Então, candidata, é incrível que a senhora abandone um dinheiro garantido e seguro, decorrente da exploração do pré-sal para ser investido na educação e saúde, equivalente a R$ 1 trilhão
Tréplica: O dinheiro do pré-sal, candidata, já está assegurado, e nós vamos fazer sim o bom uso dos recursos do pré-sal, inclusive antecipando a meta em relação à educação de tempo integral e a educação integral. O pré-sal deve ser explorado. E nós vamos combinar com outras fontes de geração de energia, priorizando as duas coisas. O pensamento da ideia cartesiana de governo só consegue olhar para uma alternativa, nesse momento o mundo caminha na direção de ter várias alternativas. O uso do petróleo como forma de viabilizar os meios para o desenvolvimento tecnológico e o conhecimento, e a busca de novas fontes de geração de emprego e renda para a nossa população continuar avançando.
Eduardo Jorge pergunta para Dilma Rousseff:
«No outro debate eu trouxe temas para o Brasil muito importantes relativos à saúde e à violência. Quero trazer uma outra questão dessa área que considero essencial, que é a situação dos presídios. É um quadro dantesco, parece que estamos no campo de concentração nazista ou das ditaduras socialistas do século passado. Presidenta, como é que doze anos de governo do PT nós colhemos algo tão terrível como essa barbárie?»
Resposta: Olha eu concordo com você, Eduardo, a situação carcerária no Brasil é uma barbárie. Por isso colocamos 1 bilhão de reais pra que se financie novas penitenciárias. Mas os governos tem dificuldades de instalar por resistência dos municípios. Meu governo gastou mais de 17 bilhões, mais do que o dobro dos governos tucanos. Eu quero que o governo federal atue junto com os estaduais. Uma polícia fragmentada só beneficia o crime. Vamos fazer como fizemos com a integração nos centros de controle, na operação das fronteiras, operação sentinela e operação ágata.
Eduardo Jorge: Vocês estão errados quando insistem nessa estratégia de guerra contra as drogas, que transforma as penitenciárias em panelas de pressão. Outro erro é investir no sistema de privação de liberdade e não nos sistemas abertos e semiabertos. Também é preciso investir na reabilitação dos presos.
Tréplica: Acredito que temos que mudar toda a estratégia penitenciária. Recuperar presos é algo imprescindível. Temos que criar linhas de educação para recuperar presos. O PRONATEC vai ter uma linha específica para presos. Muitas vezes os presos não sabem nem a pena que eles têm.
Luciana Genro pergunta para Aécio Neves: Fernando Henrique Cardoso criou o fator previdenciário e desvinculou a aposentadoria do valor do salário mínimo. Chegou a chamar os aposentados de vagabundos. Na época, o PT foi contra, mas, quando assumiu a presidência, não mudou o que foi feito. O que o senhor vai fazer nessa área?
Resposta: Agradeço a pergunta. Não sou o FHC. To pensando no caminho que estamos percorrendo. Se não tivesse havido o presidente FHC, com estabilidade da moeda, não teríamos os outros governos. Em relação aos aposentados, foi criado o Fator Previdenciário, e nós estamos discutindo com os aposentados melhorias e reajustes dignos nos salários, para que não percam seu poder de compra. Faremos reajuste que sejam dignos.
Réplica: As propostas do PSDB são migalhas para os aposentados. Aécio, Dilma e Marina privilegiam os interesses dos milionários em detrimento dos interesses do povo. É preciso valorizar aqueles que trabalharam pelo Brasil.
Tréplica: O que nós vamos fazer é controlar a inflação e melhorar os salários. Isso é fundamental que seja estendido até 2019, com aumento real de salário mínimo. Por causa do governo, em 2016 não haverá aumento real do salário mínimo.
Aécio Neves pergunta para Eduardo Jorge: Ouvimos a presidente dizer no último debate que não se preocupa com a inflação. De lá para cá, tivemos a notícia que o Brasil está em recessão. O senhor se preocupa com a condução da economia no Brasil?
Eduardo Jorge: Sim, esse é o legado que vai ser deixado para o sucessor. No nosso ponto de vista, ao contrario de vocês do G3, nós não concordamos que o controle de inflação deva ser feito pela BOLSA SELIC, que mantém o rentismo bem remunerado, enquanto o comércio, indústria e trabalhadores pagam a conta. A ideia é taxar esses investidores. A copa do mundo de juros altos é do Brasil. Com esse dinheiro investido na indústria e comercio, teremos crescimento.
Tréplica: Exatamente. Fico surpreso que o Aécio concorde comigo sobre a BOLSA SELIC, que foram bastante generosos com os 10 bancos que controlam o Brasil, que deixaram a míngua a indústria, o agronegócio e o trabalhador brasileiro.
Marina Silva pergunta para Pastor Everaldo: Metade dos municípios brasileiros não têm serviços de saneamento básico, coisa que traz efeitos inclusive para a taxa de aprendizagem entre os jovens. Como fazer para melhorar o tratamento de esgoto?
Resposta: Sabemos que o pacto federativo está destruído. Nós vamos lutar para que os recursos cheguem as prefeituras. Essa situação de falta de saneamento é fato, mas nós vamos preservar a família.
Réplica: O tratamento do esgoto melhora a vida das pessoas, melhora o meio ambiente, a saúde e a educação. Por isso, o tratamento de esgoto é uma prioridade do nosso programa e pretendemos fazer ações para lidar com esse problema, fechando convênios com a iniciativa privada.
Tréplica: A família tem sido atacada, o saneamento básico é assunto do município, nós vamos destinar mais recursos ao município. Nós vamos fazer um novo pacto federativo para que os municípios atendam a demanda do cidadão, não o governo federal. Nós vamos fazer um novo pacto, aumentando os repasses.
Pastor Everaldo pergunta para Levy Fidelix: O atual governo tem 39 ministérios e nenhum trata exclusivamente da segurança pública. Qual a sua proposta para essa área?
Resposta: Everaldo, a Petrobras é imprivatizável, o solo brasileiro não pode ser colocado a venda. Sobre a segurança pública, realmente é um dos maiores problemas, se não tivermos segurança com mais investimento no aparato policial, com condições mínimas de atuar, fica inviável. Nossos policiais andam com um mínimo de soldo, eles ganham pouco mais de 1000 reais e esperam muitos anos para ganhar um aumento.
Réplica: Nós temos a proposta de fazer uma secretaria de segurança pública e pretendemos atacar de imediato o problema da delinquência na rua. Vamos fazer um esforço para que esse delinquente seja punido com o rigor necessário.
Tréplica: Dando sequência, devemos botar pra frente a PEC 300 para que melhorem os salários dos nossos policiais. Devemos privatizar as penitenciárias, reduzir a maioridade penal, melhorar o policiamento das fronteiras, melhorar a educação, mas aqueles que praticam a morte com apenas 16 anos, devem ser punidos com a maioridade penal reduzida.
Levy Fidelix pergunta para Luciana Genro: O governo está pagando bilhões para a dívida pública. Acha que há problema?
Resposta: É o que nos diferencia dos candidatos. Nós temos uma situação que 40% do orçamento do brasil vão para sustentar as 5 mil famílias mais ricas do país. O Brasil faz há 20 anos o superávit primário, para atender o interesse dessas famílias, dos bancos e pagamento de juros, uma política que só beneficia eles. Os juros só consomem o nosso dinheiro. O PSOL defende uma auditoria da dívida publica, para olhar os nossos pagamentos e essa diferença.
Réplica: Temos problemas com sonegadores. O Banco Central está devendo 18 bilhões, por isso não sobra dinheiro para investir em áreas importantes. Então pretendo fazer, como você, uma auditoria da gestão pública imediatamente.
Tréplica: Temos problemas com sonegadores. O Banco Central está devendo 18 bilhões, por isso não sobra dinheiro para investir em áreas importantes. Então pretendo fazer, como você, uma auditoria da gestão pública imediatamente.
Segundo bloco: jornalistas perguntam para um candidato e escolhem um segundo candidato para comentar, com direito à réplica.
Fernando Rodrigues (UOL) pergunta para Marina Silva com comentário de Dilma Rousseff: A senhora recebeu mais de um milhão de reais de palestras. Mas não revela quais são as fontes. A senhora acredita que essa clausula de confidencialidade condiz com a nova política? Será necessário mais transparência para conhecermos as empresas que pagaram?
Resposta: Precisa fazer uma separação da minha vida privada com a minha vida pública. Eu particularmente não tenho nenhum problema de que sejam reveladas as empresas que me contrataram. Eu não vejo nenhuma incompatibilidade em quem vive do seu trabalho e querer quebrar a lógica da política. A vida toda eu trabalhei como professora, e quando fui parlamentar, nunca cobrei por qualquer palestra. Eu já dei mais de 200 palestras gratuitas. Se as empresas quiserem revelar quem me contratou, pra mim não há problema.
Comentário de Dilma: Acho que é uma exigência nova na política brasileira e muito importante. A questão da governabilidade implica em transparência. Nunca deixei de fazer algo que não fosse a favor do Brasil.
Tréplica: Em primeiro lugar, a Receita Federal é testemunha que pago todos os meus impostos. Uma coisa boa era fazer um comparativo entre outras lideranças políticas que, como eu, também fazem palestras. Vamos fazer um comparativo entre as palestras que eu dei e as outras lideranças. Eu busco a transparência e também para os 500 milhões destinados ao BNDES que não estavam no orçamento público.
Fernando Canzian (Folha) pergunta para Dilma Rousseff, com comentário de Marina Silva: A economia andou para trás nesse terceiro bimestre. A maioria dos eleitores demonstra que quer mudanças. Se a eleição fosse hoje a senhor perderia a eleição. O eleitor segue incapaz de conhecer as vantagens das suas propostas.
Resposta: A queda da atividade econômica atual é momentânea. A seca e o prolongamento da crise econômica tem um grande impacto. Nós não estamos em recessão. O mercado aumento de emprego e salários. A economia internacional não se recuperou da crise. Os EUA, Alemanha e Japão também estão ruim. Os EUA tiveram crescimento negativo no primeiro trimestre. Alemanha e Japão no segundo.
Comentário de Marina: Uma coisa importante é verificar que a candidata Dilma não consegue reconhecer os erros. Se não reconhece os erros, não tem como repará-los. Hoje nós temos inflação alta, baixo crescimento e uma situação de juros altos. E a população paga um preço muito alto pelos serviços que estão prestados. Para o governo, quando tudo vai mal, a culpa é da crise internacional.
Tréplica: É preciso reconhecer os erros e limitações. Propor como forma de solucionar da crise econômica, a autonomia do Banco Central pode ser um erro. Especialistas de plantão costumam criticar tudo, falavam que a Copa não ia dar certo, mas deu, por causa do governo e dos Estados.
Jornalista Kennedy Alencar pergunta para Aécio Neves, com comentário da candidata Dilma Rousseff: O caso da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição, no governo FHC, não foi investigado pelo procurador-geral da República. O caso do cartel dos trens em São Paulo só passou a ser investigado depois da apuração de autoridades internacionais. O governo do PSDB é sinônimo de impunidade?
Resposta: Ao contrário, a marca do PSDB é a marca da austeridade. Jamais transformamos aliados do partido em heróis nacionais. Nós temos que permitir que a Justiça faça seu trabalho. A relação do PT não ajuda as novas gerações a entender que há justiça. Nós vamos iniciar um novo ciclo de governança, com meritocracia, sem essa máquina inchada atualmente. Cabe a justiça condenar e absolver aqueles que foram processados. A partir de janeiro, o brasil vai viver um novo ciclo.
Comentário: A Polícia Federal, no meu governo, realizou 172 operações contra corrupção e lavagem de dinheiro. No meu governo, aprovamos a Lei de Acesso à Informação, a Lei da Ficha Limpa e criamos o portal da transparência. Não fizemos a prática errada de escolher pessoas que não investigam, como o cado do procurador que ficou conhecido como engavetador-geral da República.
Tréplica: A presidente elenca um grande número de iniciativas de combate a corrupção, mas nenhum deles funcionou. Todas as denúncias foram apresentadas pela imprensa ou pela Polícia Federal. O governo da Dilma, ao invés de permitir que as CPIs caminhem de forma adequada, ela tenta manipular as informações.
Patrick Souza (Jovem Pan) pergunta para Eduardo Jorge, com comentário de Marina Silva: Uma pesquisa Datafolha revela que a maioria da população é contra a legalização das drogas e a legalização do aborto. Como o senhor defende essas bandeiras?
Resposta: Foi uma honra estar em 2010 com a Marina. Mas agora estamos em lados diferentes. São questões de longa data que o PV defende. Vamos apresentar a proposta de regularizar a maconha para que melhoremos a arrecadação, a vida dos usuários e das penitenciárias. Também defendo o aborto.
Comentário: Em vez de discutir o mérito das questões, as pessoas preferem partir para os rótulos. Eu não satanizo ninguém que defende o aborto, o que quero é fazer um plebiscito para que essas questões sejam debatidas pela sociedade.
Tréplica: Os índices de pesquisa são verdadeiros, mas é o retrato da covardia de políticos e lideranças brasileiros, que omitem dados de que 600 mil mulheres morrem ao fazer aborto clandestino. Não há coragem de discutir com o povo que existem movimentos mais inteligentes do combate a droga.
Jornalista Fernando Rodrigues pergunta para Pastor Everaldo, com comentário de Aécio Neves: O senhor defende valores de família. Mas o senhor é acusado por uma mulher de agressão em ação que corre no STF. O senhor diz que a agressão foi uma ação de legítima defesa. Quero saber qual a sua política de violência doméstica? Quer aproveitar essa oportunidade para dizer o que houve?
Resposta: Oportuna a pergunta. Eu tenho desejo de manter o casamento. Fui casado 22 anos com a mãe dos meus filhos, mas não tive êxito. Depois do meu relacionamento tive um relacionamento com essa pessoa citada, e por unanimidade os tribunal do rio de janeiro me livrou dessa acusação. Eu nunca agredi uma mulher, minha política é a favor da família. Eu sou uma pessoa que luto pela família, e tenho exemplo de como se deve tratar uma família. Nunca agredi ninguém.
Comentário: Fui favorável à aprovação da Lei Maria da Penha, um grande marco legal para o Brasil nessa questão. Sou a favor de desafogar os sistemas prisionais com parcerias público privadas.
Tréplica: Quero reafirmar meu compromisso com a família tradicional, como está na Constituição Brasileira. Nossas famílias dependem do casamento entre homem e mulher. Sou contra o aborto. De forma clara e coerente.
Fernando Canzian (Folha) pergunta para Luciana Genro, com comentário de Aécio Neves: A senhora é favorável a suspender o pagamento da dívida externa, entre outras medidas. Muitos analistas veem um pouco de animosidade entre o atual governo e as instituições financeiras. A senhora não acha que as suas propostas piorariam esse quadro e são populistas?
Resposta: Quando me chamam de populista, eu sempre respondo que pra defender os interesses do capital de bancos, já tem a Dilma, o Aécio e a Marina. Eu defendo os interesses do povo. O povo está endividado, a Dilma aumentou a taxa de juros por nove vezes. A maioria do povo não consegue chegar a 1.500 por mês de renda. A Marina também está comprometida com os bancos.
Comentário: Vejo sempre com restrição aqueles que se autointitulam os defensores dos valores do povo. Ninguém pode ter esse monopólio. Todos queremos isso, mas temos propostas diferentes de caminho. Eu tenho um projeto para o Brasil, de mudança, de estabilidade. Todos os compromisso que assumi são factíveis.
Tréplica: É claro que o Aécio desconfia quando alguém fala em governar para o povo, Porque ele governa para a Elite. O cidadão que ele anunciou para ministro da Fazenda já esteve na equipe econômica do pais e administrou os maiores juros do país.
Kennedy Alencar pergunta para Levy Fidelix, com comentário de Eduardo Jorge: O senhor foi candidato dez vezes e nunca se elegeu. O seu partido vive do fundo partidário e vive de negociações partidárias para fazer ataques terceirizados. Como o senhor vê isso?
Resposta: Ponto fora da curva. É típica perseguição aos partidos ideológicos e pequenos. Sempre discuto campanha em todos os níveis, especialmente majoritárias. Estamos com chapas em 8 Estados. Você é representante dessa mídia vendida, que ataca a gente, vocês que atacam a gente. Isso é calúnia.
Comentário: Não tenho nada a ver com isso. O meu partido adora democracia direta mas não é contra a democracia representativa. Os problemas são os políticos que encaram a política como se ela fosse carreira. Nós temos um projeto para reabilitar a democracia representativa no Brasil.
Tréplica: Há 20 anos o partido fala do tema da mobilidade urbana, há 20 anos falamos em aerotrem. Isso não é legenda de aluguel. Campanhas como esta, nós sairemos mais fortes. Na próxima eleição, teremos mais chances e oportunidades e nossa legenda certamente terá crescido.
Nos dois últimos blocos, os candidatos fazem perguntas entre si.
Dilma pergunta para Marina Silva: Jornais têm noticiado que a senhora pretende reduzir a importância do pré-sal? O seu programa de governo dedica apenas uma linha para o assunto. Porque esse desprezo com esse recurso tão importante para o Brasil e tão invejada para o mundo?
Resposta: O que nós estamos falando no plano de governo, é que além do pré-sal, que deve ser explorado e seus recursos aplicados corretamente, nós estamos reafirmando que vamos explorar essa fonte de energia, no entanto precisamos ir para onde a bola vai estar. Temos que ir atrás de novas fontes de energia, energia eólica, solar, ignoradas no seu governo. No seu governo, o maior perigo para o pré-sal é o que foi feito pela Petrobras, uma empresa que foi usada politicamente para dar conta dos índices de crescimento e reduzir os índices de inflação.
Réplica: O pré-sal é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. É o nosso passaporte para o futuro. Existem outras riquezas, mas o pré-sal está aí e deve ser usado. É mais de um trilhão que deve ser usado.
Tréplica: Ela tenta tangenciar os problemas que criou com a Petrobras. Empresa que paga caro pelas escolhas que fez. Vamos utilizar para investir em energia limpa, renovável e segura.
Luciana Genro pergunta para Marina Silva: A receita que o governo está aplicando para a economia do Brasil está acabando com o país. A receita dos tucanos é ainda mais dura. O seu programa de governo adota a receita dos tucanos, inclusive os economistas que aconselham o seu programa são tucanos. A senhora é uma segunda via do PSDB?
Resposta: Nós teremos uma atitude de reconhecer os ganhos históricos da realidade brasileira. Infelizmente negligenciada por Dilma, com a inflação crescente, juros elevados e sem estabilidade fiscal. Nós vamos recuperar o tripé-macroeconômico. Essa visão empobrecida do debate não consegue enxergar outras alternativas. Nós vamos manter a política econômica de FHC e as conquistas sociais de Lula. Os programas correm risco com Dilma no governo. Vamos parar de fulanizar as conquistas brasileiras.
Réplica: Tem que escolher lado. Ou se está do lado do capital, ou dos trabalhadores. Ou está do lado dos bancos ou dos trabalhadores endividados. Não se faz nova política fechando concessões. Não durou 24 horas o seu compromisso com o casamento igualitário e de combate à homofobia.
Tréplica: O que eu falo, eu falo pelas minhas convicções, há uma visão equivocada que as suas visões são por conta do seu meio. Você tem a mesma visão daqueles que polarizam PT x PSDB, a sua diferença é que você o faz pela esquerda. Nosso programa de governo houve um erro no processo da formulação do plano. Nós defendemos os direitos dos seres humanos.
Marina Silva pergunta para Dilma Rousseff: Quando foi eleita em 2010, havia um compromisso seu de que o Brasil iria continuar crescendo, de que os juros ficariam baixos e de que a inflação ficaria controlada. Hoje vivemos uma situação de muitas famílias endividadas. O que deu errado no seu governo?
Resposta: O que deu certo no meu governo é que tiramos 36 milhões de pessoas da pobreza e elevamos 40 milhões para a classe média. Há uma contradição de uma política macroeconômica ligada a interesses de arrochar salários, aumentar tarifas e atender interesses. O cobertor é curto. Sem apoio político, sem discussão e sem negociação, a Sra não consegue aprovar os grandes programas do Brasil. Eu apostei na governabilidade, nunca negociei os interesses do Brasil. Ganhei e perdi, mas sem apoio do Congresso Nacional, é impossível governar. Quem escolhe os bons, é o povo brasileiro, por meio da eleição.
Réplica: Exatamente o que eu disse já mais de uma vez. A presidente Dilma tem muita dificuldade em reconhecer os erros do seu governo. Nós defendemos sim a autonomia do Banco Central porque esse governo, com atitudes erráticas, não ajuda a resolver os problemas.
Tréplica: Frases de efeito e frases genéricas. Quando você é presidente, você precisa se explicar, não basta dizer que vai fazer uma lista de coisas sem dizer de onde virá o dinheiro. Ainda falta muita coisa pra fazer no Brasil, eu sei disso porque eu tentei fazer.
Levy Fidelix pergunta para Aécio Neves: Como nós vamos resolver a questão dos grandes congestionamentos das metrópoles brasileiras? Como lida com a questão da mobilidade urbana?
Resposta: Esse é um tema caro para todo o país. Fazer parceria com Estados e municípios. O governo atrasou as parcerias e repasses. Os trens e transporte só habitam o programa eleitoral do PT. Depois de 12 anos de governo, a grande maioria das obras de mobilidade não está pronta. Temos que pensar em sustentabilidade. A mobilidade sobre trilhos é um caminho, que serve para São Paulo, mas não serve para outros lugares do país.
Réplica: Nosso partido sempre defendeu, ao longo de vinte anos de existência, essas bandeiras. O aerotrem, nós havíamos proposto: PRTB, Levy Fidelix. E sabemos que essa questão de transporte de cargas e transporte de passageiros é uma questão muito cara para nós.
Tréplica: O ativo mais valioso da política é o tempo. O governo do PT perdeu um longo período que poderia fazer esses investimentos, parcerias com o setor privado é fundamental. Hoje, o marco regulatório do setor ferroviário sequer foi aprovado. Rodovias, ferrovias, hidrovias, está tudo atrasado, isso está sendo muito caro para todo o Brasil.
Aécio Neves Pergunta para Dilma Rousseff: Volto ao tema da segurança pública. Nada mais aflige as famílias brasileiras. A senhora considera que segurança pública seja de responsabilidade da União?
Resposta: Acho que você tem memória fraca. O Governo Federal deu apoio financeiro para MG, para construção de muitos presídios. Além disso, sua memória é tão fraca, que no caso do transporte público, o sr esquece que temos parceria com o Estado de MG em todas as obras de mobilidade urbana do Estado. Por exemplo, o Metrô de BH, o monotrilho de SP só foi realizado graças a financiamento do governo federal. Além disso temos 9 metrôs em capitais do país. Temos trens metropolitanos, VLTs, Monotrilhos e 189 BRTs.
Réplica: Quem liga nesse debate vai achar que está vendo um debate de quatro anos atrás. São as mesmas propostas de quatro anos atrás. O governo da senhora agora sucumbe à necessidade de fazer parcerias com empresas privadas, mas não avançou como poderia.
Tréplica: Eu vou repetir, não é uma questão trivial. 143 bilhões foram colocados a disposição para que as pessoas tenham tempo, transporte seguro, rápido e tempo para ficar com a família e desfrutar da família. O governo federal, pela primeira vez, investiu pesado na mobilidade urbana, talvez não saiba, mas as obras de MG foram feitas com recursos federais.
Eduardo Jorge pergunta para Aécio Neves: Fiquei intrigado que o senhor defende baixar a taxa de juros básicos para os mesmos níveis que o PV defende. É isso mesmo?
Resposta: Caro Eduardo, concordei com o diagnóstico que você fez, mas eu quero poder fazer isso, que os juros praticados pelo BNDES possam ser praticados por toda a economia. Existe uma proposta oficial, uma proposta de governo que esta aí, fracassou e mais de 70% da população quer mudança, nosso papel é mostrar qual é a mudança. Eu não estou me convertendo a teses que eu combatia no passado. Eu quero me comprometer com as teses que permitam investir no país.
Réplica: Não ouvi o que queria? Vai baixar os juros de 11% para 5% ou 6%? E vai redistribuir esse dinheiro que está na mão dos bancos e melhorar a vida dos trabalhadores?
Tréplica: Eu tenho confiança que no momento da nossa vitória, um momento de confiança vai voltar a existir. Os brasileiros não acreditam mais na capacidade deste governo de resgatar a confiança na economia. Este é o primeiro passo, para que recuperemos os investimentos e baixemos as taxas de juros.
Último bloco é dedicado às considerações finais:
Eduardo Jorge : Agradeço pelo debate. Este um minto que tenho agora é o mesmo que eu tenho na TV. É pouquíssimo para defender as nossas teses. Criamos um programa do PV, para continuarmos na internet ao vivo após o nosso minuto no horário eleitoral, para apresentar as teses inovadoras do PV.
Marina Silva: Eu tenho dito que quem vai ganhar não são as velhas posturas, mas as novas posturas, de estar aberto ao diálogo, de estar aberto às ideias, é fundamental que cada brasileiro não perca as esperanças. Eu tenho dito que não sou pessimista nem otimista, eu sou persistente. Eu quero ser presidente do Brasil para que você volte a participar da política.
Levy Fidelix: os movimentos sociais de junho do ano passado demonstraram a insatisfação do povo. Temos a oportunidade de discutir a saúde, os médicos. Queremos mudanças de um sistema em que os grandes bancos levam todas as riquezas do povo. Me sinto vitorioso mesmo se não vencer a eleição. Digo ao povo: ou mudar ou mudar.
Dilma: Agradeço aos organizadores. Quando defendo as realizações do meu governo, dá a entender que estou satisfeita, mas não estou. Preparamos o Brasil para um novo ciclo de crescimento, para ser mais competitivo, para sermos cada vez mais um país de classe média. Fui eleita para garantir saúde, educação e segurança. E quero ser reeleita para isso novamente. Quero ser reeleita, eu acredito no Brasil e nos brasileiros.
Aécio Neves: Cumprimento os organizadores e os demais candidatos. Ficou absolutamente claro que temos dois campos políticos. O do governismo, que recebeu o governo melhor do que vai entregar. Depois temos o campo das mudanças, com várias alternativas. Respeito a candidata Marina, mas ela não consegue superar as contradições em seu projeto. Eu sou o candidato que representa a mudança segura, em que se sabe onde ela vai nos levar.
Luciana Genro: As lutas do nosso povo, principalmente da juventude, mostra que todos querem mais direitos. Não se aceita mais a criminalização da nossa juventude nem meios direitos para a sociedade LGBT. Nós pedimos uma chance para a esquerda coerente. O PSOL tem a melhor bancada do Congresso. Direitos humanos não se negocia, direitos sociais não se entrega. É preciso ter lado, nós estamos ao lado do povo e pedimos o seu voto, 50.
Pastor Everaldo: Minha irmã e meu irmão brasileiro, encerro agradecendo a rede que nos colocou nesse debate. Defendo a vida do do ser humano, desde a concepção. Sou contra o aborto, sem necessidade de plebiscito. Sou contra a legalização das drogas. Acho que casamento é entre homem e mulher. Defendo o Estado mínimo. Sou favorável à livre concorrência e à liberdade de imprensa sem marco regulatório.