Brasil: investigan muerte de Campos y una ambientalista asoma como nueva candidata del socialismo
Alckmin: corpo de Eduardo Campos deve ser liberado até sabado
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira que o corpo de Eduardo Campos deve ser liberado até sábado pelo Instituto Médico-Legal (IML). «Ainda não tem prazo. Os trabalhos estão sendo feitos o mais rápido possível, mas podem levar ainda dois dias. Amanhã ou sábado», disse.
Alckmin adiantou que os sete corpos das vítimas do acidente aéreo serão liberados conjuntamente, atendendo a um pedido feito pela viúva de Eduardo Campos. «Estamos fazendo grande esforço para que, o mais rapidamente possível, tenhamos a identificação das sete vítimas. Dona Renata, viúva de Eduardo Campos, nos pediu que todos fossem liberados juntos. Foi feita a coleta dos corpos em Santos e isso está praticamente encerrado. Do perfil genético, para fazer o exame de DNA, faltava apenas de um dos pilotos, e já foi um avião para Governador Valadares [MG] com um perito para fazer a coleta com um parente de primeiro grau para poder fazer o reconhecimento de DNA”, afirmou o governador.
Marina passa noite em claro e pede tempo de luto
Marina Silva passou a quinta-feira (14) no apartamento em que está hospedada em São Paulo, na Vila Nova Conceição, um dos bairros mais nobres da cidade.
A ex-senadora estava acompanhada de duas de suas três filhas e pediu para não receber nenhuma visita.
Muito abalada com a morte de Campos, Marina, que era candidata a vice-presidente na chapa que o pernambucano encabeçava, passou a noite em claro e só conseguiu dormir por volta das 6h da manhã.
Segundo pessoas próximas, a ex-ministra do Meio Ambiente, que é evangélica e frequenta a Assembleia de Deus, tem orado muito.
Marina avisou a seus assessores que somente viajará a Recife para as cerimônias de velório e enterro de Campos depois que o corpo do ex-governador de Pernambuco tiver sido liberado pelo IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo.
Segundo aliados de Marina, ela não quer falar sobre o futuro político da chapa presidencial do PSB até o funeral de Campos. A ex-senadora pediu um tempo de luto, de 48 a 72 horas, pelo menos.
Até a tarde desta quinta-feira, Marina ainda não tinha conseguido falar com a viúva de Campos, Renata.
PML: FATOR MARINA COMPLICA CAMPANHAS DE AÉCIO E DILMA
Em artigo sobre o impacto da morte precoce de Eduardo Campos, Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, avalia que a eventual entrada de Marina Silva na disputa eleitoral cria problemas tanto para o tucano Aécio Neves, como para a presidente Dilma Rousseff.
No texto «É fácil entender por que os conservadores preferem Marina», ele aponta dificuldades imediatas para Aécio no primeiro turno e problemas para Dilma num segundo turno.
«A falta de cerimonia exibida por tantos colunistas conservadores para emplacar Marina Silva de qualquer maneira como candidata presidencial do PSB, menos de 24 horas depois da morte de Eduardo Campos, é um sintoma de vários elementos da campanha de 2014. O maior é o receio de que Aécio Neves já tenha chegado a seu limite eleitoral – muito longe daquilo que seria necessário para dar a seus aliados esperanças reais de vencer o pleito – e é preciso encontrar um atalho para tentar derrotar Dilma. Desse ponto de vista, a oportunidade-Marina veio a calhar», diz ele.
Segundo PML, Aécio estaria correndo o risco de não disputar o segundo turno. «A popularidade de Marina provoca justo temor no PSDB, pois pode transformar-se numa candidatura capaz de atropelar Aécio e jogá-lo para terceiro lugar e fora da campanha no segundo turno, o que seria, para os tucanos, uma derrota pior que todas as outras desde 2002», afirma.
Na sua análise, Dilma também perde, em razão dos riscos que um incerto segundo turno trariam para a sua reeleição. «Os petistas sempre estiveram convencidos de que, num segundo turno, a maioria dos parlamentares, dirigentes e eleitores do PSB não serão capazes de abandonar a própria história para votar no PSDB, que sempre denunciaram como partido conservador, e farão o caminho de volta para uma aliança com o PT. Era com essa possibilidade que Dilma e Lula sempre trabalharam nos últimos meses. Evitaram atitudes hostis e indelicadas, reservado a artilharia mais pesada para Aécio. Qualquer mudança, neste horizonte, irá atrapalhar os planos de Dilma».