A 22 días del inicio del Mundial, policías de 14 estados brasileños realizan otro paro
Policiais civis de 14 Estados farão paralisação nesta quarta-feira (20). Policiais federais e rodoviários federais farão uma marcha a partir das 15h desta quarta até a sede do Ministério da Justiça, em Brasília. O ato marca a reivindicação das categorias que defendem que o governo apresente uma política nacional de segurança pública. Policiais do Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Bahia e Pernambuco.
A proposta de mobilização da Polícia Federal está sendo discutida nos 27 sindicatos espalhados pelo Brasil. Já está definido que o sindicato de Brasília fará uma assembleia e depois participará da marcha. Nos outros Estados, foram convocadas assembleias para discutir a proposta feita pelo governo federal de aumento da categoria. Os policiais federais afirmam que a ação não irá atrapalhar os serviços de atendimento ao público em aeroportos ou a emissão de passaportes nos Estados.
O Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo informou que não participará da ação desta quarta. Os policiais estarão em um ato público no sábado (24). O local ainda será definido. A discussão entre policiais federais sobre aceitar ou não o aumento proposto pelo governo causa divisão na categoria.
Os contrários querem que o governo também inclua a anistia aos policiais federais que respondem, na instituição, a processos administrativos desde a greve de 2012. O governo federal ofereceu um aumento de 12% agora e de mais 3,8% em janeiro de 2015.
Outra questão é que os representantes da PF evitam falar em paralisação dos serviços nesta quarta, apesar da convocação das assembleias. Todos temem retaliação da Direção Geral da instituição caso esta venha a condenar a greve. Os representantes de sindicatos dos PMs nos Estados informaram que não irão aderir ao ato desta quarta, apesar do apoio declarado pela Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais à marcha em Brasília.
CARVALHO: ‘GOVERNO APOSTA NO BOM-SENSO DE POLICIAIS PARA EVITAR GREVE’
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem (20) que o governo aposta no “bom-senso” das corporações policiais para que não haja greve das forças de segurança durante a Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho. Segundo Carvalho, as ameaças grevistas não devem perdurar e o governo federal está dialogando com os comandos das polícias de todo o país para chegar a acordos.
“Estamos apostando no bom-senso das pessoas, e acreditamos que essa movimentação pré-Copa não vai acontecer durante a Copa porque entendemos que as pessoas têm responsabilidade e sabem o que significa para o país um evento desse. O ministro da Justiça hoje mesmo esteve reunido com comandantes das polícias do Brasil inteiro, tem havido um trabalho permanente de discussão do trabalho das polícias. Sinceramente, não acredito que nenhuma polícia ou corporação policial vai fazer greve durante a Copa, as pessoas têm noção do que significa isso”, avaliou, antes de participar da última rodada de debates, chamada Diálogos Governo-Sociedade Civil: Copa 2014, na sede do Sindicato dos Bancários, em Brasília.
«O evento de Recife mostrou com muita clareza o que você provoca, e não é para o governo, é para o povo. Sinceramente não consigo imaginar uma situação dessa. E esperamos não precisar usar nenhuma força de reserva para complementar esse serviço, que, esperamos, seja bem realizado pelas polícias», disse, em referência à greve de policiais
O evento na capital federal foi o último da série de debates promovidas pelo governo com movimentos sociais nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Após participar das reuniões, Carvalho acredita que os protestos contra a realização do Mundial não serão expressivos. No entanto, disse que o governo sabe que as pessoas irão às ruas durante o megaevento com outras reivindicações.
“As manifestações essencialmente contra a Copa serão muito pequenas durante a Copa. O que vai acontecer, falando hoje, são muito mais manifestações de oportunidade, de categorias profissionais, de movimentos de moradia e outros, legítimos, que vão aproveitar a visibilidade da Copa para fazer suas manifestações. Que nós esperamos que sejam pacíficas. Agora, manifestações diretamente contra a Copa, elas estão muito reduzidas”, avaliou.
Segundo Carvalho, não houve nenhum compromisso por parte dos movimentos sociais de que não haverá manifestações contra a Copa durante o evento, mas a avaliação foi feita com base nos resultados das reuniões país afora. Para o ministro, “a realidade está desmentindo” muitas informações equivocadas sobre a realização do Mundial no Brasil.
“É um diagnóstico que eu faço a partir do sentimento da população. Inclusive porque a realidade está desmentindo muita bobagem que foi dita: de que nada ficaria pronto, que o Brasil não teria condições, competência para organizar uma Copa e assim por diante. Na medida em que os estádios foram ficando prontos e outra série de obras, as pessoas pensam ‘peraí, qual o problema da Copa?’. Então o bom-senso vai prevalecendo e o clima da Copa vai chegando”, acrescentou.
Carvalho disse que as discussões com a sociedade civil e movimentos sociais nas cidades-sede, às vezes em debates acalorados, tiveram bons resultados e que o governo conseguiu levar informações sobre os investimentos feitos para o Mundial, além de defender o legado que as obras deixarão no país.
Depois da Copa, que termina no dia 13 de julho, o governo deve retomar os debates das cidades que sediaram o Mundial para fazer um balanço e discutir o legado do megaevento. “Em agosto, a gente volta para uma nova rodada para fazer um balanço da Copa e monitorar as obras, porque em muitas cidades não ficaram prontas para a Copa e isso para nós não é o mais importante. Porque o mais importante é que elas fiquem prontas para a população, o metrô ou o ônibus não é pra Copa, vai ser para a população depois. Vamos voltar e manter essa prática de diálogo permanente nas cidades”, adiantou.