Dilma Rousseff criticó la operación de traslado del senador boliviano a Brasil

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A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (27) a operação que trouxe para o Brasil o senador boliviano Roger Pinto Molina. Segundo ela, os países têm a obrigação de proteger seus asilados, garantido a segurança e a integridade física deles. “Lamento que um asilado brasileiro tenha sido submetido à situação que este foi. Um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que faz é proteger a vida e garantir a segurança dos seus asilados”, afirmou.

Dilma negou que as condições em que o senador estava abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz fossem precárias. Ao justificar a operação, o diplomata Eduardo Saboia, principal articulador da operação, alegou razões humanitários. Saboia chegou a comparar a situação do senador à da presidenta Dilma, quando esteve presa durante o regime militar.

“Garantimos conforto ao asilado”, disse a presidenta, que garantiu não existir qualquer similaridade entre a sede diplomática brasileira e o Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna, o DOI-Codi, órgão de repressão onde ela ficou presa durante a ditadura militar. “Eu sei o que é o DOI-Codi e asseguro a vocês: é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira em La Paz como é distante o céu do inferno”, disse.

Sobre a participação de fuzileiros navais na operação que trouxe o senador boliviano ao Brasil, Dilma Rousseff disse que o ministro da Defesa, Celso Amorim, vai esclarecer ainda hoje a questão.

Depois de passar 454 dias na embaixada brasileira em La Paz, Pinto Molina chegou a Corumbá (MS) no sábado (24), depois de uma viagem de 22 horas em um carro da Embaixada do Brasil, escoltado por fuzileiros navais. O senador está agora em Brasília.

 

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-27/para-dilma-doi-codi-e-embaixada-brasileira-sao-tao-distantes-quanto-ceu-e-inferno

 

Opinión: «Patriota buscou continuar diplomacia lulista com estilo “low profile”, mas Brasil terminou afônico», Vitor Sion

Depois de quase 32 meses de governo Dilma Rousseff, caiu nesta segunda-feira (26/08) o titular da pasta de Relações Exteriores, Antonio Patriota. Diferentemente do antecessor, Celso Amorim, Patriota entrará para a história por declarações pouco incisivas e pela dificuldade nas negociações com os parceiros sul-americanos.

Não à toa, as duas maiores crises de sua gestão no Itamaraty aconteceram com países do continente: Paraguai, em que uma viagem de última hora com outros chanceleres para Assunção não evitou o golpe contra o presidente Fernando Lugo em 2012, e Bolívia, caso em que não conseguiu encontrar uma solução para o asilo ao senador Roger Pinto Molina, que acabou sendo transferido ao Brasil em uma operação organizada por diplomatas, aparentemente sem a sua aprovação.

O desconhecimento do plano para trazer Pinto Molina, que responde por mais de 20 processos em seu país, ao Brasil, foi o motivo da demissão. Mas outros episódios, como a demora em se posicionar sobre o sequestro do avião do presidente Evo Morales, impedido de pousar em quatro países europeus, também minaram a confiança de Dilma em seu trabalho.

Como ponto final da administração de Patriota à frente do Ministério de Relações Exteriores, vale refletir sobre o seu legado. Sempre ponderado, o agora ex-chanceler tentou dar continuidade à política externa de Amorim e Lula, na qual o Brasil buscava maior protagonismo internacional. Talvez pelas críticas de setores mais conservadores da sociedade brasileira, Dilma e Patriota buscaram menos holofotes e maior atuação nos bastidores.

Prova disso é a mudança da estratégia brasileira para conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Conforme noticiou Opera Mundi em julho, a recomendação do atual governo era falar menos sobre o tema, bem ao estilo Patriota. Até mesmo graúdos diplomatas, no entanto, não entenderam a instrução e argumentavam que o tema estava “à margem”.

A impressão que fica, dessa maneira, é que a mudança de comportamento diplomático do Brasil não foi bem sucedida. Se internamente a presidente Dilma consegue dar a impressão de continuidade e aprofundamento das reformas empreendidas por Lula, externamente o país ficou afônico. O tratamento para a recuperação de nossas cordas vocais será responsabilidade de Luiz Alberto Figueiredo Machado. Remédios, ou melhor, temas em que o Brasil pode retomar a sua importância no cenário internacional, é o que não faltam.

 

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/30837/patriota+buscou+continuar+diplomacia+lulista+com+estilo+low+profile+mas+brasil+terminou+afonico.shtml

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